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Kim Jung-Eun - Boston, USA.
Assim que meus pés tocaram terra firme e eu pude enfim respirar ar puro é que me dei conta de que tudo havia definitivamente mudado. Após anos evitando ao máximo ter que me mudar, enfim estava acontecendo. Eu só esperava poder terminar o ensino médio antes de ser obrigada a sair da Coreia do Sul e ter que enfrentar a vida em Boston. Mas, ao contrário do que eu queria, sequer cheguei a concluir o segundo ano, precisando me mudar durante o curto período de férias no fim do ano. Era como viver um pesadelo acordada e eu tinha certeza que mais cedo ou mais tarde acabaria surtando.
Tudo bem, talvez eu esteja exagerando um pouco. Digo, tenho certeza que para algumas pessoas, ou a maioria delas, viver em Boston deve ser maravilhoso. É um lugar legal e em todas as vezes que visitei me senti bem e acolhida, mas sair da Coreia tinha um peso enorme, um peso que, até tudo ser resolvido, ninguém conseguiria entender. Mas eu tentaria. Realmente iria me esforçar para que isso desse certo, por mais difícil que fosse pra mim.
- Ah, querida... Você sabe que era o certo a ser feito. - Minha tia, Kim Minso, que caminhava ao meu lado pelo aeroporto, murmurou, colocando as mãos em minhas costas e acariciando as mesmas.
- Eu sei... Só vou demorar um pouco para me acostumar. - Abri um sorriso fraco, tentando ser o mais sincera possível. A conversa se encerrou por ali. Ela sabia que ainda não era o momento para se aprofundar naquele assunto e eu agradecia profundamente por ela respeitar o meu tempo, provavelmente era a única que faria isso, possivelmente porque foi a única que viu como estavam as coisas.
Paramos ao lado das esteiras e esperamos até que minhas malas aparecessem, demorando cerca de dez minutos até termos as quatro malas em mãos e então fomos em direção a saída do aeroporto, onde meu tio e minha prima estariam nos esperando. Seria minha primeira vez vendo eles em anos e eu queria muito que meu mau-humor não afetasse nosso encontro, mas eu apenas queria ir pro meu novo lar, me trancar no meu novo quarto e dormir.
Mas percebi que isso não ia acontecer no momento em que meus olhos se encontraram com os de Kim Jiwoo, ou como ela sempre gostou de ser chamada, Chuu. Minha prima tinha a mesma idade que eu, mas sempre foi extremamente mais alegre e falante, de modo que ficar muito tempo perto dela fazia minhas energias praticamente se esgotarem. E seus olhos naquele momento deixavam claro que ela ficaria no mínimo as próximas cinco horas me atormentando e me colocando por dentro de tudo o que aconteceu na cidade durante os anos em que não visitei. Ou seja, seria realmente cansativo e eu precisaria de todas as minhas forças para dar conta disso.
- Meu Deus... Como você cresceu. - Meu tio falou assim que me aproximei, me puxando para um abraço desajeitado enquanto abria um sorriso largo, que mostrava o quão feliz ele estava por eu estar ali. - Acho que da última vez que te vi você tinha acabado de fazer nove anos. - Continuou, parecendo incrivelmente empolgado. Ele tinha razão, a última vez em que vi os três presencialmente foi no meu aniversário de nove anos, que comemorei em Boston. Mas agora eu já tinha dezessete e muitas coisas haviam mudado.
- Agora que você vai morar aqui... - Sequer percebi quando Chuu segurou suavemente meu pulso e me puxou, passando os braços pelos meus ombros. - Preciso te deixar por dentro de tudo. Nossa, vai ser tão legal ter você morando com a gente, podemos conversar todas as noites antes de dormir e... - Sua empolgação me fez soltar uma risadinha, enquanto minha tia, sorridente, afastava gentilmente sua filha.
- Jiwoo, querida, dê um espaço para Jungeun. Ela nem chegou direito e você já está bombardeando ela. - Falou e minha prima riu, enlaçando seu braço no meu e começando a caminhar até o estacionamento, deixando a tarefa de levar as minhas malas para seu pai e sua mãe.
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❁ཻུ۪۪⸙ ͎.Boston Empire. ͎ˡⁱᵖˢᵒᵘˡ | LOONA
Fanfic|Concluída| ˡⁱᵖˢᵒᵘˡ⁞'✎ De todas as situações que poderiam acontecer, Kim JungEun tinha certeza que aquela era a pior. Mudar de escola já era assustador, mas mudar de país era algo para o qual ela definitivamente não estava preparada. Agora teria de...