❁ཻུ۪۪⸙ ͎.Boston Empire. ͎ˡⁱᵖˢᵒᵘˡ | LOONA

𖥻 ꒰Epilogue One꒱ ˎˊ˗ ✰

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6 anos depois

Kim-Jeong Jung-Eun – Boston, USA.

Respirei fundo enquanto observava todos aqueles papéis à minha frente, sentindo a cabeça latejar depois de ler o quinto relatório nas últimas duas horas. Perguntava-me como havia tantas pessoas incompetentes trabalhando ali e desejava despedir todas, já que eu precisaria refazer todo o trabalho delas de qualquer forma, então não eram úteis.

Frustrada, larguei tudo e olhei ao redor, focando no monitor do computador e no display das horas: nove e meia da noite. Eu deveria estar em casa com minha esposa aproveitando o fim da noite. E não presa na empresa tentando resolver os erros de outros funcionários, que estavam ali havia muito mais tempo que eu e, portanto, não deveriam cometer erros tão banais como aqueles.

— Sra. Kim… Ainda está aqui? — A porta da minha sala abriu-se subitamente, revelando a secretária dos meus pais, que me lançou um olhar confuso.

— Eu estava terminando algumas coisas… Mas acho que vou deixar o resto para amanhã, estou exausta. — Murmurei, passando a mão no rosto e massageando as têmporas com o objetivo de ajudar com a dor. Levantei-me, sentindo uma tontura e segurando-me na mesa.

— Sra. Kim! Está se sentindo bem? — Aproximou-se rapidamente e eu assenti. — Quer que eu chame um médico? Seu pai ainda está aqui! — Falou apressadamente e eu neguei.

— Não precisa. Estou bem. — Garanti, abrindo um sorriso fraco, ainda que me sentisse incrivelmente nauseada. — Foi apenas um mal-estar. Não precisa preocupar ninguém. — Completei quando ela pareceu desconfiada.

Um pouco incerta, a mulher assentiu e se retirou, fechando a porta e me deixando para trás. Cansada, sentei-me novamente, fechando os olhos enquanto pensava nos sintomas extremamente familiares que já estavam me incomodando desde o início da semana e que me traziam lembranças desagradáveis do último ano. Senti as lágrimas se acumularem em meus cílios conforme desejava que não estivesse acontecendo tudo novamente. Que não tivesse que passar pelas mesmas falsas esperanças como das outras vezes.

Fui arrancada dos meus pensamentos com o barulho do meu celular tocando. Abri os olhos e soltei um suspiro ao ver o nome na tela: ‘Soullie <3’. Deveria saber que cedo ou tarde minha esposa acabaria me ligando, provavelmente estava preocupada pelo fato de já ser tarde e eu ainda não estar em casa. Eu tinha esquecido completamente de comunicá-la que ficaria além do meu horário, que no caso era seis da tarde.

— “Jungeun, onde está?” — Perguntou assim que atendi a ligação.

— Estou na empresa ainda, Jindori. Acabei me enrolando com alguns relatórios e não vi a hora passando. Já vou recolher minhas coisas e ir para casa. — Informei, escutando a mulher do outro lado da ligação suspirar.

— “Vou te esperar, amor. Não demore tanto.” — Desligou e eu respirei fundo, começando a recolher minhas coisas e guardar na minha bolsa, tocando no envelope que estava atualmente no fundo dela, esperando que eu tomasse coragem para abri-lo.

Peguei-o com as mãos trêmulas e passei os olhos pelo nome da clínica especializada em fertilização, local que passei a ir com certa frequência nos últimos meses e que eu apenas queria evitar pelas próximas semanas. Era cruel demais e, era exatamente por isso que, depois do último procedimento, que julguei ter sido outro fracasso, não voltei mais. Isso já faz pouco mais de um mês, o mesmo tempo em que o envelope permanecia fechado na minha bolsa.