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Kim Jung-Eun – Boston, USA.
Assim que pisei no lar temporário, senti alguns olhares sobre mim. Os cinco adolescentes estavam na sala de estar, com um jogo de tabuleiro aberto, junto de alguns materiais escolares e xícaras com o que poderia ser chocolate quente. As duas garotas se entreolharam e fizeram algum comentário que tirou risadas dos três garotos. Ignorei, começando a caminhar até a escada.
— Jungeun! Que bom que chegou! — A voz de Lucas me fez parar e soltar um suspiro, me virando para olhar o homem, que estava acompanhado de sua esposa, cada um com uma xícara na mão. — Estamos jogando O Jogo da Vida, junte-se a nós. — Ofereceu gentilmente, abri um sorriso e mexi a cabeça.
— Obrigada, Sr. Cortez, mas preciso terminar algumas atividades e ir dormir. Amanhã tenho um dia corrido. — Respondi educadamente. Ele era a única pessoa que parecia de fato ser legal, então tentava ser educada.
— O que tem amanhã? — Perguntou, parecendo genuinamente interessado em me conhecer.
— Tenho uma competição de dança pela escola e depois tenho consulta com minha psicóloga. — Respondi, e Lucas assentiu.
— Uma competição de dança? Não fui informada disso pela assistente social. — Júlia resmungou, e eu revirei os olhos. Não conseguia sentir a mesma simpatia que tinha por seu marido por ela.
— Claro que não. Ela nem me conhece direito. Se me conhecesse, eu nem estaria aqui. — Respondi, um pouco amarga demais. — Com licença. — Virei-me, subindo as escadas.
— “Eu te falei que ela é mais arisca, Lucas!” — Ouvi a mulher reclamar para o marido.
— “Ela precisa se adaptar, Júlia. Jungeun foi praticamente arrancada da família, dá um tempo à garota.” — Respondeu. — “E ela é simpática comigo.” — Completou.
— “Só com você.” — Sua esposa rebateu e eu suspirei, entrando no quarto e colocando minha mochila sobre a cama.
Separei meus materiais e peguei meu iPad, dirigindo-me para a sala de estudos e sentando-me em uma das mesas. Coloquei meus fones de ouvido, desbloqueando o tablet para abrir o Spotify e escolher minha playlist de músicas mais calmas, começando a estudar. Precisava adiantar as tarefas para quarta-feira, já que amanhã eu não iria para nenhuma aula por conta da competição e não queria acumular matéria.
A verdade é que eu estava tentando ao máximo manter minha cabeça ocupada com essas coisas para não pensar em nada que me deixasse aflita. Não estava a fim de ter uma crise de ansiedade. Tinha tanta coisa acontecendo: meus pais com o processo, Jinsoul com sua faculdade e o fato de que tinha sido assediada por uma das pessoas que morava comigo.
Frustrada, larguei a caneta do iPad e passei a mão no rosto, desejando que, por pelo menos um minuto, minha cabeça parasse de funcionar e eu conseguisse ficar em paz. Não era pedir demais e era o mínimo que eu poderia ter. As lágrimas se juntaram nos cílios e, para alguém que não costumava chorar, eu estava chorando muito desde que cheguei aos Estados Unidos.
— Droga, Jungeun. — Briguei comigo mesma, odiando esses momentos de vulnerabilidade quando estava perto de pessoas em quem eu não confiava. Meu tablet apitou com uma ligação de FaceTime de Jiwoo. Suspirando e secando as lágrimas, atendi, arrumando a capinha para que o aparelho ficasse de pé.
— “Ei! Está chorando?” — Minha irmã perguntou assim que eu atendi. Meus pais estavam ao seu lado e ambos pareciam preocupados.
— Desculpe… É muita coisa. — Murmurei e Minso me olhou.
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❁ཻུ۪۪⸙ ͎.Boston Empire. ͎ˡⁱᵖˢᵒᵘˡ | LOONA
Fanfiction|Concluída| ˡⁱᵖˢᵒᵘˡ⁞'✎ De todas as situações que poderiam acontecer, Kim JungEun tinha certeza que aquela era a pior. Mudar de escola já era assustador, mas mudar de país era algo para o qual ela definitivamente não estava preparada. Agora teria de...