𝐘𝐄𝐒 𝐓𝐎 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | harry j. potter

𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 23: 𝕬 𝖙𝖊𝖗𝖈𝖊𝖎𝖗𝖆 𝖙𝖆𝖗𝖊𝖋𝖆

O sol brilha forte na primavera, onde as flores começam a desabrochar, as folhas retomam os lugares na copa das árvores, os pássaros cantam com maior animação e as águas do lago passam de frias para agradáveis e cristalinas. Não há muito calor para desidratar, e não há frio que adoeça os corpos.

Por isso primavera é conhecida como a estação da vida.

E por isso também costuma ser a favorita de Harry. Quando tudo a volta parece otimista e glorioso. Essa positividade que vêm com a estação estava diretamente refletindo no desempenho do Torneio Triburuxo, que já não parecia uma ameaça tão grande quanto antes.

A Tarefa do labirinto parecia mais tranquila do que as outras duas, e Harry não estaca em nada preocupado. Ele, Ron, Hermione e Theo passavam o tempo livre praticando feitiços de ataque e defesa para os obstáculos possíveis, e a cada dia em que se aproximava a terceira tarefa, o garoto ficava mais satisfeito que toda aquela loucura estava a ponto de acabar.

Naquela exata tarde, os quatro amigos praticavam na sala de Transfiguração, a qual a professora Mcgonagall cedeu para eles usarem novamente. Ron era o alvo da vez, e Harry tentava usar o feitiço estupefaça no ruivo pela quinta vez seguida.

— Você podia arranjar outra pessoa, né? Não que eu esteja reclamando mas...— disse o ruivo, depois de cair no chão pela quinta vez, massageando as têmporas. — quer dizer, a Theo não está fazendo nada no momento...

— Ei! — se defendeu a garota. Ela escrevia alguma coisa em um pedaço de pergaminho no canto da sala, apesar do calor não ser intenso, a incomodava a ponto de prender os longos cabelos escuros em um coque apoiado por sua própria varinha. — estou dando uma pausa, eu já vou ajudar.

— Não precisa não, Dottie. — Harry falou, gentilmente, e foi ajudar Ron a se levantar— Não seja ridículo, Ron, eu não vou enfeitiçar ela.

A última parte foi um sussurro, que fez o ruivo revirou os olhos ao se levantar, mas aceitou a ajuda.

— Não sei dizer se é cavalheirismo, ou se está com medo de Theo em um duelo. — ele sussurrou de volta.

— É um pouco dos dois, e daí? — admitiu o garoto de óculos.

É verdade que Theo podia ser bem ameaçadora duelando, mas também não era apenas por isso que Harry estava tentando não envolve-la demais; nas últimas semanas a garota havia estado bastante debilitada, se assustando com qualquer movimento brusco, e por vezes vista contando itens aleatórios da construção de Hogwarts. Dedicava o dobro do tempo para o teatro, e, quando estavam treinando para o Torneio, se mantinha em um canto escrevendo coisas que iria jogar fora depois.

Harry não perguntara o que estava acontecendo com ela, e também não mencionara novamente a noite em que ela desabou. A garota estava agindo como se não tivesse acontecido, e Harry respeitava isso. Achava que, se concedesse a ela o tempo necessário, eventualmente Theo explicaria o que se passava.

Porque ela era assim. Misteriosa a maior parte do tempo, mas quando se tratava da amizade dos dois, era um livro aberto. Não havia nada que poderia esconder por tempo demais.

— Ah, eu acho que vi um feitiço de localização que pode ajudar...— falou Theo, levantando os olhos do pergaminho em que escrevia, Harry pode ver de canto que haviam várias estrelas desenhadas nos cantos. — posso mostrar como é, eu acho.

— Localização é sempre bom, em um labirinto...— comentou Hermione, os três deram algum espaço para Theo conjurar o encantamento.

Consistia em uma estrela cardeal, apontando todos os pontos como se fosse uma bússola. Theo sorriu satisfeita com o resultado, sua estrela bem brilhante no alto da sala, indicando sempre o norte.