𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 12: 𝖆 𝖒𝖊𝖑𝖍𝖔𝖗 𝖈𝖔𝖎𝖘𝖆 𝖉𝖆 𝖋𝖊𝖘𝖙𝖆

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Uma cobra rastejava na espreita de um gramado, suas escamas vermelhas e pretas refletiam luz do luar com um ar fantasmagórico. O animal se deslocou para perto de um homem, como se quisesse não ser notada, que falava alguma coisa com um saco de panos.

— Mas, Milorde..— implorava o homem baixinho, ajoelhado diante do monte de tecidos. — Não conseguimos mais nada...a garota..a garota estará em Hogwarts, parece ser amiga de Harry Potter, não pode nos ajud...

— Silêncio, Rabicho! — esbravejou uma voz fria e vilanesca, vinda em meio dos panos. — Eu sei que isso não será um problema. Agora, não ouse me questionar denovo, ou destruo você nesse momento.

O homem pareceu trêmulo, mas apenas abaixou a cabeça e murmurou suas desculpas.

— Acha que não tenho tudo planejado? — perguntou a voz, retoricamente. — eu sei bem o que precisará ser feito...e sei que ela não deverá hesitar em me ajudar. Tenho aliados em Hogwarts..precisaremos apenas de paciência, Rabicho, e tudo há de ficar bem..

— Sim, Milorde...

A cobra saiu rastejando novamente, para a direção oposta dos que continuavam a discutir. Logo as vozes foram ficando mais baixas... e mais baixas...

Avada Kedavra!

Theodora Riddle acordou em um salto. A respiração ofegante, o coração acelerado e os olhos muito assustados, como quem acaba de despertar de um pesadelo. Seu pulso queimava, como agora lhe era familiar, mas não poderia arriscar e arregaçar as mangas do seu suéter para ver se havia alguma marca.

Não quando estava no Expresso de Hogwarts.

— Você está bem, Theo? — perguntou uma Hermione preocupada ao seu lado, agora os olhares dos três grifanos estavam fixos nela.

— Estou...estou, foi só um pesadelo. — a garota respondeu, tentado controlar sua respiração e parecer mais calma. — devo ter acabado cochilando...já estamos chegando?

Se um dos três notou a nota de desespero para mudarem de assunto em sua voz, tiveram o cuidado de fingir não perceber. Theo sentiu seu susto ir embora aos poucos, apesar de sua ansiedade ser continua e seu pulso continuar queimando. A garota ainda não entendera o que era aquilo, e nem teve muita coragem de perguntar para os tios depois da Copa Mundial de Quadribol. A verdade é que, considerando os pesadelos sempre iguais, ela preferia nem mesmo saber.

Ela só percebeu que Harry estava segurando seu ombro em apoio quando ele a soltou, e agora ela precisava controlar as bochechas corando também. Realmente ótimo.

— Deve faltar pouco. — respondeu Ron, descontraído. — O seu irmão postiço esteve aqui.

— Draco? — Theo questionou, franzindo as sobrancelhas. — Por que?

— Incomodar, é claro. — falou Harry, revirando os olhos. — ele disse alguma coisa sobre o que ia acontecer em Hogwarts... ficou jogando na nossa cara que ele sabe e nós não.

— Então ficaram esperando eu acordar pra perguntar pra mim? — ela perguntou, risonha, e os garotos pensaram se deveriam ou não negar.

— Bom, eu queria acordar você pra perguntar, mas alguém não deixou...— comentou Ron, lançando um olhar furtivo ao garoto de óculos, que corou levemente. — então, conta aí, o que é que vai acontecer em Hogwarts esse ano?

— Eu não sei. — respondeu Theo. E, surpreendentemente, era a verdade. Lucius andava muito misterioso com ela e Draco, e não havia deixado escapar nada. — Realmente não sei, e nem Draco. Ele estava só querendo se exibir.

𝐘𝐄𝐒 𝐓𝐎 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | harry j. potterOnde histórias criam vida. Descubra agora