𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 15: 𝖖𝖚𝖆𝖓𝖉𝖔 𝖔 𝖘𝖔𝖑 𝖘𝖊 𝖕𝖔𝖗

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Os raios de sol já estavam altos no céu conforme entravam pelas estreitas janelas da escadaria da Torre Grifinória, indicando que o horário era próximo do meio-dia, mas Theo Riddle subia tais degrais apressadamente, parecendo esquecer-se da existência de coisas substânciais como o tempo.

Com todos os acontecimentos da última noite, os professores mandaram todos os alunos se recolherem imediatamente, negando a Theo a possibilidade de falar com Harry e portanto a deixando sozinha com suas hipóteses e pensamentos.

A garota havia esperado até o último minuto do café da manhã por ele, ansiosa pra trocar alguma informação consistente além dos boatos que corriam por todas as paredes do castelo. Mas Harry não havia aparecido. Quando perguntou por ele para Ron e Hermione, o ruivo apenas bufou com raiva e disse que não sabia e muito menos se importava. Hermione explicou que eles haviam brigado na noite anterior e saiu do Salão Principal ao encalço do garoto, tentando fazer ele mudar de ideia.

Theo por fim se frustrou e decidiu que iria atrás de Harry sozinha, e agora praticamente corria as escadas de acesso a Torre da Grifinória, levando consigo uma mochila cheia de livros, e um prato de torta de caramelo, pensava que seria mais fácil convencer ele a sair de lá se fosse para dividir algum doce.

Sua mente estava um verdadeiro turbilhão de perguntas, já havia despachado uma carta para Lucius Malfoy em busca de maiores informações, discutido possibilidades com Draco, se mantido acordada até o meio da madrugada para vasculhar informações.

Como poderia um torneio organizado por Dumbledore ser plano de Voldemort? Quem havia alterado o Cálice de Fogo? O que exatamente seu pai pretendia colocando Harry no torneio? Será que mais alguém no castelo sabia? Será que os Rosier sabiam?

Não era provável, eles não iriam compartilhar esse tipo de informação com dois adolescentes. Mas se...

- Theo? - perguntou uma voz que estava bem em sua frente. A garota andava tão distraída que nem ao menos notou que chegara até a porta do quadro do salão comunal, que Harry acabara de abrir. - o que está fazendo aqui?

A garota parou. Surpresa em vê-lo, e quando seus olhos se encontraram, precisou de alguns segundos para se lembrar do que iria dizer.

- Ah...eu vim... ver você, na verdade. - ela corou sem motivo algum ao dizer isso, e ele virou a cabeça levemente para o lado, um pouco confuso com a atitude da menina. - você não apareceu para o café, e não deu tempo ontem a noite e, bom...

- Nós precisamos conversar. - os dois disseram em uníssono.

Theo sorriu com a coincidência e estendeu para ele o prato de torta de caramelo.

- Quer dar uma volta? Nós podemos dividir... - a garota disse, e Harry riu, balançando a cabeça em concordância.

Os dois caminharam lado a lado, descendo escadas sem fim até os jardins atrás do castelo. A brisa de novembro deixou o rosto de Theo em um tom levemente vermelho no exato momento em que eles saíram para fora, andando entre as folhas secas caídas no chão.

- Por que os livros? - Harry perguntou, apontando com a cabeça para a mochila da garota. - Hoje é sábado.

- Ah, não são da escola. São algumas versões de Macbeth. Eu vou falar com a Mcgonagall sobre a peça hoje ainda, ela provavelmente vai querer dar uma olhada. - Theo explicou, enquanto encontrava um espaço livre de folhas em baixo de uma grande árvore, os dois se sentaram perto do tronco, frente a frente um pro outro.

- Fico feliz que o teatro esteja dando certo. - Harry falou, sorrindo.

- Ainda não acredito que você fez mesmo isso acontecer. - Ela respondeu, mas não conseguiu sorrir, pois uma onda incômoda de culpa atingiu seu interior. - Harry, escute...

𝐘𝐄𝐒 𝐓𝐎 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | harry j. potterOnde histórias criam vida. Descubra agora