𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 17: 𝖆 𝖕𝖗𝖎𝖒𝖊𝖎𝖗𝖆 𝖙𝖆𝖗𝖊𝖋𝖆

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Os ensaios tomavam a maior parte do tempo de Theo. E Harry a outra parte.

Faltava a cada dia menos tempo para a temida primeira tarefa do Torneio Tribruxo. Os alunos se agitavam o tempo todo em que esse tópico era assunto nas conversas, fazendo apostas em campeões e supondo qual tarefa seria a escolhida. Theodora estava mais preocupada em como faria Harry sobreviver a um dragão e protagonizaria um teatro ao mesmo tempo.

Harry, Hermione, Theo e até mesmo o Ron, apesar de indiretamente, pesquisavam em todos os livros da biblioteca sobre dragões e como resistir a eles. Parecia uma tarefa impossível, Hermione fizera até mesmo uma piada sobre um tal de Hércules com tarefas parecidas envolvendo um dragão e uma maça dourada, mas Theo não entendera de quem ela estava falando. 

Teria que haver algum jeito de resolver isso. Eles não poderiam propôr uma tarefa impossível...embora estivesse parecendo agora. O máximo que havia encontrado era um feitiço de Transfiguração para conseguir distrair a fera, mas eles não sabiam esse nível de magia ainda.

De qualquer maneira, aquele não era o momento apropriado para estar pensando em dragões ou torneios doentios. Não enquanto estava em cima de um palco, e deveria estar performando como Lady Macbeth. O papel acabou ficando com ela, aprovada pela Mcgonagall, e nesse momento ela e Cedric, o próprio Macbeth, interpretavam uma discussão acalorada sobre assassinar o rei. 

Estava bebâda a ambição que vestias? E está agora adormecida? Tens tanto medo de seres, que assim julgo também teu amor. — os gestos que Theo fazia ao proferir as palavras pareciam exagerados, mas vistos por uma plateia seriam graciosos e pontuais. Seu tom era cheio de rancor e desafio, poderia se pensar que ela estava realmente frustrada com a pouca vontade de Macbeth. — Pouco ousas, e viverás como um covarde aos próprios olhos! 

A discussão encenada pareceu surpreender Cedric Diggory. O garoto, apesar de ainda assim arrancar suspiros das garotas quando passavam, tinha uma aparência bastante abatida e cansada. Theo tinha boas razões para acreditar que Harry havia lhe contado sobre os dragões, e que ele também não tinha grandes esperanças em derrota-los. 

Sacudiu a cabeça. Naquele momento, ele não era Cedric Diggory, o campeão de Hogwarts. Era Lorde Macbeth, e sua esposa acabara de lhe chamar de covarde por não querer matar o rei. 

E se falharmos? —  perguntou, e seus gestos também eram bastante convincentes. 

—  Falharmos? Com coragem não se falha, meu marido. —  argumentou a Lady, Theo exibiu o seu melhor sorriso ardiloso. — Enquanto o rei dormir, seus dois camareiros não irão ao menos notar na fumaça que se esvai de sua taça. O que é um homem, ainda que rei, se desacordado? 

Por alguma razão, achava interessantíssimo interpretar uma vilã como essa. Theo achava-a realmente fascinante, apesar de atender apenas pelo nome do marido, era claro como ela quem o manipulava. Manipulava e mandava que matassem todos aqueles em seu caminho a se tornar rainha. Havia algo sintilante sobre assumir aquela personalidade...quase libertador. 

Ao final do ato, Theo cedeu a sentar-se na beira do palco, tão cansada que estava. Os colegas de teatro, Ginny, Luna, Cho, Ernest Maclean, Michel Conner, Hannah Abott, entre outros vários nomes de séries diferentes, focavam nas próprias cenas secundárias, em outros pontos do palco ou das fileiras. Sentiu que Cedric havia se sentado ao seu lado, mas manteve os olhos fechados pelo cansaço. Apesar do frio de novembro, estava a tanto tempo refazendo essa cena que sentia um pouco de suor escorrer por seu rosto. 

— Por favor, me diz que dessa vez ficou bom? — O lufano chamou sua atenção, a fazendo rir com um pouco de pena. Theodora se descobriu uma perfeccionista no teatro, e essa discussão em específico não estivera de seu agrado por muito tempo. 

𝐘𝐄𝐒 𝐓𝐎 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | harry j. potterOnde histórias criam vida. Descubra agora