𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 03: 𝕭𝖎𝖈𝖍𝖔 𝕻𝖆𝖕𝖆𝖔.

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Theo não tinha nenhuma pretensão de beijar seu melhor amigo. Na verdade, ela tinha era um excelente plano pra evitar isso.

A amizade de Theo e Harry sempre fora marcada por pequenas apostas, embora essa tenha sido a maior de todas até o momento. Coisas como quem atravessaria o jardim de Hogwarts mais rápido ou quem havia conseguido a maior nota em um teste, sempre foram motivos para pequenas apostas e implicâncias. Os dois funcionavam assim. Sempre discutindo algo bobo, ou implicando um com o outro por nada, ou competindo por algo apenas por serem orgulhosos demais, e minutos depois estarem grudados de novo conversando sobre outra coisa. E apesar de as vezes Theo se irritar um pouco com ele, não trocaria o que tinham por nada nesse mundo.

Quando a ideia de apostar um beijo lhe surgiu, ela imediatamente encarou como uma oportunidade de aumentar o dinheiro envolvido no jogo. Theo não ligava realmente para quem iria ganhar o campeonato das casas, mas um pouco de entretenimento e, claro, 50 galeões seria bom.

E ao menos, se perdesse, não iria gastar dinheiro algum.

Mas não iria perder. De jeito nenhum.

Em paralelo a tudo isso, Draco Malfoy havia se tornado, acredite se quiser, mais insuportável do que nunca.

Ele não havia aparecido durante toda a manhã, até a metade de uma aula dupla de poções, quando entrou cheio de arrogância na sala, o braço direito enfaixado por gesso e fazendo uma careta como se sentisse muita dor.

Bom, Theo sempre disse a ele que não sabia fingir direito.

Apesar da óbvia mentira, o professor Snape foi imediatamente bajula-lo, fazendo Theo revirar os olhos para seus amigos.

Estavam apenas ela, Harry e Ron em uma das mesas. Hermione se encontrava do outro lado da sala, tentando ajudar Neville a não errar tanto.

­ — Snape não estaria assim se fosse um de nós. ­— comentou Ron irritado ­— teria nos dado uma detenção por atraso.

­— Não pra Theo. Ela é a favorita dele, esqueceu? ­— falou Harry, divertido.

­— Ele é um vagabundo favoritista, isso sim. ­— respondeu Theo, ignorando o que Harry dissera. Sim, Snape evitava despreza-la na sala de aula, mas isso não diminuía nem um pouco a raiva que sentia pelo professor.

­— Que boca suja, tome cuidado. ­— falou a voz irritante de Draco bem atrás dela, surpreendentemente se sentando no lugar vazio a mesa e armando seu caldeirão. ­— ele pode te ouvir.

­— O que está fazendo aqui? ­— perguntou Harry com desprezo. ­— essa mesa é nossa.

­— Tem seu nome aqui? ­— respondeu infantilmente. ­— acho que posso me sentar com minha querida irmã de criação se eu quiser.

"Não convidei" ela queria ter respondido. Mas não fez, porque causar mais intrigas não faria bem a ninguém. E era importante pra ela manter uma relação boa tanto com Potter quanto com Malfoy.

Mas por Merlin, era quase impossível.

­—Professor, ­— chamou Draco quando Snape passou uma poção pra prepararem. ­— não vou conseguir fazer por causa do meu braço... acho que vou precisar de ajuda.

­— Weasley e Potter, ajudem o senhor Malfoy. ­— respondeu imediatamente.

Os garotos protestaram, o Malfoy apenas sorriu ardilosamente.

— Não precisa gente — se intrometeu Theo — eu ajudo ele. Sem brigas.

— Olha só, como está pacífica hoje. — falou Draco parecendo um pouco contrariado.

𝐘𝐄𝐒 𝐓𝐎 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | harry j. potterOnde histórias criam vida. Descubra agora