𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 11 : 𝕬 𝕮𝖔𝖕𝖆 𝕸𝖚𝖓𝖉𝖎𝖆𝖑 𝖉𝖊 𝕼𝖚𝖆𝖉𝖗𝖎𝖇𝖔𝖑

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Avada Kedavra.

As faíscas verdes que reluziram pela sala foram muito frágeis. O camundongo cambaleou para trás inconsciente, mas seus bigodes continuaram se mexendo. O peito subindo. O minúsculo coração batia com esforço.

Continuava vivo.

— Está fazendo algo errado, Theodora. — comentou Lucius Malfoy, olhando com desprezo o roedor que continuava a viver. — precisa ter vontade.

— Estou tentando! — defendeu-se a garota, em um suspiro cansado. Já faziam algumas horas que estava ali, e não tinha nenhum sinal de progresso.

Desde seus seis anos de idade que praticava magia negra naquela mesma sala. Havia tido muito sucesso com maldições antigas e encantamentos violentos. Antes mesmo de entrar em Hogwarts ela já sabia resistir a maldição Imeperios e a Cruciatus.

Agora que estava um pouco mais velha, seu tio decidiu que estava na hora de aprender a executar tais maldições. Além de apenas defender-se delas.

— Vamos parar com Avada Kedavra por um tempo. — disse o Malfoy. Ele sempre foi seu professor de magia das trevas, mas nunca antes teve trabalho com a garota. — Tente Cruciatus mais uma vez, sim?

Theo confirmou com a cabeça, repassando o feitiço em sua mente enquanto o tio lhe trazia outro camundongo.

De todas as Maldições Imperdoáveis, Cruciatus era a que ela menos gostava.

A Imperius deixava a pessoa em uma dose alta de seratonina para que fizesse o que o feiticeiro pedisse. A Avada Kedavra era cruel, porém rápida, a pessoa morre antes que seu corpo caía no chão.

Cruciatus era a maldição da dor. Reagia com todos os nervos de uma pessoa, poderia faze-la perder os sentidos. Enlouquecer, dependendo da intensidade.

Já havia algum tempo que Theo não sentia mais os efeitos da Cruciatus. Havia devidamente aprendido a resisti-la, a se tornar imune aquela dor, como fora esperado dela. Mas ela ainda se lembrava da sensação. Se lembrava de sua cabeça doer, e seus ossos queimarem. Se lembrava de implorar para que parasse... morresse...

— Pronta? — perguntou Tio Lucius, posicionando o ratinho agitado na mesa.

Theo posicionou a varinha, e se concentrou em sua cobaia. Como ter raiva daquela pobre criatura que não havia lhe feito nada?

Lucius Malfoy fez o sinal com as mãos, para que ela fosse adiante com o feitiço.

— Crucio! — exclamou a garota, com a voz forte. O camundongo quase imediatamente começou a se contorcer em cima da madeira da mesa, esganiçando-se em barulhos horríveis de dor.

Theo não abaixou a varinha, mas fechou os olhos. Porém continuou ouvindo o bicho se espernear, quase pedindo para que parasse.

Ela era uma Riddle, não poderia ter piedade.

O chiado do rato então de repente parou. Ela abriu os olhos, preocupada em sua magia ter falhado. Mas Lucius estava, pela primeira vez, sorridente.

O roedor havia caído desacordado no chão, sem poder aguentar a dor.

— Agora sim, está melhor. — aprovou Tio Lucius.

Antes que Theo pudesse agradecer o elogio, alguém bateu a porta da sala. A garota se assustou um pouco, pois ninguém aparecia por lá. A sala era no fundo da Mansão, feita para ficar bem escondida de todos.

Feita para esconder o treinamento de uma verdadeira bruxa das trevas.

Lucius, assumindo uma postura mal-humorada, abriu apenas um vão da porta, em que Theo pode ver o cabelo loiro-claro de Draco.

𝐘𝐄𝐒 𝐓𝐎 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | harry j. potterOnde histórias criam vida. Descubra agora