𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 01: 𝕺𝖘 𝖉𝖊𝖒𝖊𝖓𝖙𝖆𝖉𝖔𝖗𝖊𝖘 𝖉𝖔 𝖙𝖗𝖊𝖒

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𝕬 plataforma 9¾ estava lotada e barulhenta, como em todo 1 de setembro. Famílias bruxas de todos os tipos passavam puxando malas e corujas para embarcar suas crianças no trem.

No meio da confusão, destacava-se uma família de quatro pessoas, ostentando roupas caras e olhares de superioridade, os Malfoy compartilhavam os mesmos cabelos loiros e peles pálidas como mármore, de fato sempre foram muito parecidos entre si.

A única peça que não parecia se encaixar era a garota com quem eram sempre vistos: Theodora tinha o mesmo rosto fino e nariz empinado de seus parentes, mas os cabelos escuros e olhos de besouros deixavam muito claro que ali não era por exato o lugar dela.

- Até aqui está bom. - falou o seu tio Lucius, parando o carrinho que empurrava. - Vocês dois já estão bastante crescidos para embarcarem sozinhos.

Com uma confirmação de cabeça, Draco e Theo tiraram seus respectivos pertences do carrinho sem muita cerimônia.

- E se lembrem- recomendava o homem - não podem chamar atenção para si mesmos, especialmente você Theodora, não tomem nenhuma decisão sem antes me consultarem e não me envergonhem.

Os dois apenas concordaram e subiram no trem, já estavam acostumados a frieza das despedidas. Um "não me envergonhem" era para Lucius o que um "amo vocês" era para os outros pais.

Ou quase isso.

- E Theodora...- chamou a tia Narcisa na porta do trem. A garota se virou para a mulher esperançosa.- tome muito cuidado. Principalmente agora.

-Sim, Tia Narcisa - suspirou a menina um pouco decepcionada. Havia esperado ao menos um "feliz aniversário" por estar completando treze anos.

Não que tivessem esquecido. O colar de brilhantes que a garota encontrara em sua cômoda na noite anterior era prova de que não, apenas não eram acostumados a parabenizar ninguém.

Era assim a vida com os Malfoy: se tiver que dizer alguma coisa, diga em joias.

Quando a garota chegou ao corredor, Draco já havia encontrado seus capangas, e segurava a porta da primeira e maior cabine do trem.

-Você vem Theo?- perguntou o loiro, mas já concluiu a resposta antes de Theo falar- ah, claro... vai encontrar seus "amiguinhos".

Draco não estava realmente chateado, fechou a porta com mais força que necessário por pura birra, com certeza. Theo então seguiu como de costume na direção oposta a dele, a procura de um lugar vazio.

Durante todo o verão com sua família adotiva ela havia sido Theodora Riddle.

-Theo! Estamos aqui! - chamou um garoto ao fim do corredor.

Agora, precisava ser Theo Royer. A garota de quem os Malfoy cuidavam. A garota cujo os pais, estrangeiros, haviam misteriosamente desaparecido.

Ela interpretaria o papel.

A garota sorriu ao reconhecer o garoto que acenava correu para ele, os dois se envolveram em um abraço apertado e cheio de saudades. Faziam, afinal, quase dois meses que Theo não via seu melhor amigo.

-Eu senti sua falta Harry Potter - falou a menina se afastando.

- Eu senti mais Theodora Royer - ele respondeu com um sorriso. Estava mais alto do que da última vez em que se viram, os cabelos mais bagunçados que nunca.

Os mesmos olhos verdes de sempre, a mesma cicatriz de raio.

- E feliz aniversário! - desejou Harry. - vem aqui, compramos um presente pra você.

Ele puxou Theo para a cabine, ocupada por Ron, que implicava com alguma coisa, e Hermione, que segurava um gato grande e laranja no colo. Além de um homem adormecido no canto, que ela concluiu ser um professor novato.

𝐘𝐄𝐒 𝐓𝐎 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | harry j. potterOnde histórias criam vida. Descubra agora