Capítulo 23

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Na manhã seguinte, Micael acordou sorriu ao vê-la ali em sua cama, deitada em seu peito dormindo serenamente. Fez carinho em seu rosto e depositou um beijo em sua cabeça. Se esticou pra desligar o alarme que havia começado a tocar, não queria que ela acordasse. Seis e meia da manhã, pegava as sete no trabalho e mesmo que aprendesse a voar, estava atrasado. Deu um jeito de sair debaixo da mulher, que se remexeu e abriu os olhos devagar.

— Ai, que horas são? — Perguntou colocando o braço sobre o rosto, numa clara tentativa de escurecer um pouco o quarto.

— Apenas seis e meia, você pode continuar dormindo. — Deu algumas piscadelas se acostumando com a claridade e então sorriu a ele, convidativa.

— Ou você poderia deitar aqui comigo... — Disse com uma voz sedutora que o deixou cheio de tesão. Ele negou com a cabeça, mas ambos sabiam que estava louco pra que aquilo acontecesse. — Felipe já acordou? — Negou com a cabeça mais uma vez, estava incapaz de falar enquanto observava a cena à sua frente.

Sophia enfiou uma das mãos por debaixo da roupa e tocou a si mesma. Estava nua por baixo e levantou um pouco a camisa para que ele pudesse ver o que ela estava fazendo. A loira enfiou um dedo e começou a movimentar de forma tão sensual que ele ficou sem saber o que falar ou como agir, com a outra mão apertou o seio e soltou um gemido.

— Tem certeza de que não vai voltar pra cama? — Falou com a voz carregada e ele passou as mãos pelo cabelo e respirou fundo, pensou no seu trabalho e na desculpa que daria para o atraso. — Estou me divertindo aqui sozinha, acho que poderia me ajudar.

Foi o que bastou pra ele voltar pra cama e a beijar com intensidade. Nenhum deles tinha escovado os dentes, mas eles não se importaram com isso naquele momento. Assumiu a posição de sua mão e ela jogou a cabeça pra trás ao contato de Micael. Quando voltou a si, tirou aquela camisa e a jogou sabe Deus onde e então ele pode mais uma vez ficar parado observando o quão gostosa ela é.

Sophia deslizou a mão pelo peitoral de Micael e parou em seu membro, iniciando um carinho com movimentos lentos que estavam a ponto de deixá-lo maluco. Já não aguentando muito mais daquelas preliminares básica, Micael se virou por cima da loira e afastou suas pernas com seu joelho.

Sophia arqueou as costas e soltou um gemido alto assim que sentiu Micael entrar em si. Os movimentos apressados estavam o levando a loucura e ele sabia que aquilo logo teria fim. Aquele sexo matinal mal havia começado e já estava perto do fim. Micael colou suas bocas e abafou os gemidos de Sophia.

Trocaram de posição mais uma vez e então, não aguentando mais, atingiram o ápice juntos. Micael caiu do lado dela, ofegante, tentando estabilizar a respiração.

— Desse jeito não vai dar certo. — Ele disse com um sorriso no rosto e os olhos fechados.

— Acho que dá sim. — Lhe deu um selinho e Micael abriu os olhos. O choro de Felipe foi ouvido e então os dois se sentaram. — Hora de voltar pra realidade, e bom, acho que o dr. Borges deveria estar a caminho do trabalho.

— Pois é, mas tive uma distração interessante. — Deu um beijo em sua testa e saiu correndo pro banheiro, precisava se apressar ou chegaria meio dia no trabalho.

O dia de trabalho de Micael foi bem entediante, aquele lugar era entediante. Apesar de ser o principal concorrente do escritório de seu pai, aquele lugar vivia as moscas, tinha um ou dois clientes e olhe lá. Naquele dia, Micael não tinha tido nenhum cliente, ele só aproveitou pra ficar pensando em sua vida e no seu namoro, estava feliz, Sophia era tão incrível.

A hora se arrastou e finalmente deu seu horário de ir embora, era bom voltar a sentir pressa pra ir pra casa, pensou ao levantar e arrumar sua roupa. Saiu da sala carregando sua pasta e então ao passar pela recepção, viu seu pai falando com a secretária num tom agressivo.

— Você sabe com quem está falando sua secretariazinha? — Jorge disse com tom de desprezo ainda sem ver seu filho parado ali perto. Micael não lembrava de tê-lo visto tratar outras pessoas com aquele tom de voz ofensivo.

— Pai? — Chamou atenção e então a expressão de Jorge se suavizou na hora.

— Ai está você! — Disse com certo alívio e Micael virou os olhos.

— Me desculpe, Dr. Micael, esse homem está muito alterado, por isso não o deixei passar. Só pedi que se acalmasse e então ele começou a gritar. — A doce secretária comentou baixo, parecia prender as lágrimas.

— Processa ele por discriminação. Ao que parece ele merece, eu testemunho, ouvi ele te chamando de 'secretariazinha'. — Dito isto Micael saiu de perto sem nem falar nada com o pai, seguiu seu caminho e entrou no elevador, Jorge correu e entrou junto com ele.

— Será que você pode falar comigo? — Ele pediu com a voz brava novamente e Micael nem se deu o trabalho de olhar em sua direção.

— Eu não tenho nada a dizer. — Disse seco, mexendo no celular para evitar o pai de forma mais eficaz.

— Micael, você simplesmente se demitiu e veio trabalhar pro meu maior concorrente, depois disso não falou mais comigo. Você realmente acha que não temos nada o que conversar? — Sua voz baixa era um convite pra um discussão que estava sendo adiada desde o dia em que se demitiu.

— Estou indo pra casa. — Anunciou assim que as portas se abriram e ele pode caminhar até o carro. Deu partida rápido pra não dar chance a seu pai de falar mais alguma coisa, e então viu o carro de seu pai pelo retrovisor. Se martirizou por justo naquele dia ter ido de carro, se tivesse de moto, já estaria em casa.

Quando estacionou em sua garagem, Jorge parou o carro em frente ao portão e então entrou na casa do filho logo atrás dele. Sophia olhou para os dois com certa surpresa, não esperava ver o sogro ali. Ficou de pé e Micael deu risada ao ver que a loira usava novamente a blusa de vereador e calça de moletom.

— Olá, dr. Borges. — A loira estava envergonhada e pegou Felipe no colo. Micael viu o pai a responder apenas com um aceno de cabeça.

— Sophia, pode nos dar licença, por favor? — Pediu com a voz suave e viu a mulher assentir. Catou alguns brinquedos do sobrinho e logo saiu da sala os deixando sozinhos.

— Não acredito que você está com a irmã da sua mulher! — Jorge disse com um tom de repúdio, mas baixo para que Sophia não o ouvisse. — Você ficou maluco?

— O que isso tem a ver com o que íamos discutir? — Perguntou sem muito interesse em discutir isso. — E como sabe que estou com ela?

— Você acha que eu sou idiota? — Sua voz era de clara indignação.

— Não era sobre isso que você queria falar. — Tentou mudar de assunto novamente. — Pode se ater ao assunto que realmente importa? Minha vida amorosa não te diz respeito, pai. 

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