— Se acalma, meu amor. — Ela olhava na direção de sua cueca, vendo a marca do que havia feito. — Deixa eu terminar o que comecei, vem cá, vem.
— Luiza, pelo seu bem, sai da minha frente! — Disse alto novamente e ela ergueu as mãos em rendição e foi procurar o menino que ainda estava escondido em algum canto daquela casa.
Micael respirou fundo e se acalmou antes de entrar no quarto de volta e encontrar Sophia sentada na cama, chorando tanto que chegava a soluçar. Na hora, Micael teve medo que ela tivesse visto algo.
— O que foi, amor? — Perguntou apreensivo enquanto se aproximada da cama.
— Onde estava? — Soltou um suspiro pesado e ergueu uma mão pra tentar secar o rosto da amada.
— No corredor, conversando com a Luiza. — Confessou, tinha certeza que se ela não tivesse visto, teria ouvido seus gritos. — Fui pedir a ela pra ir embora e não voltar aqui. — Explicou e não convenceu muito a loira.
— De cueca? — Perguntou incrédula.
— Não pensei, ela entrou aqui, eu sai pra mandar ir embora. — Se defendeu mais uma vez e Sophia arriou os ombros, assentindo. — Eu não pensei muito.
— Da próxima vez, coloca um short, por favor. — Pediu e o abraçou, ainda mais insegura do que antes.
— Me desculpa. — Micael pediu, não aguentaria esconder dela o que havia acabado de acontecer.
— Pelo quê? — Perguntou com medo da resposta, de certa forma já imaginava.
— Luiza, ela... — Perdeu a coragem de falar e Sophia já não queria mais saber o que tinha acontecido entre eles. Levou as mãos aos ouvidos, como se aquilo fosse impedir de escutar o que Micael estava hesitando pra contar. — Ela me tocou enquanto eu a segurava. — Confessou bem rápido e ela entendeu mesmo não querendo. Levou alguns segundo pra perceber onde é que ela havia o tocado. — Mas quando ela me beijou, eu me afastei na hora.
— Nossa, fico muito feliz em saber que beijo não pode. — Debochou e fungou, na tentativa de reprimir as lágrimas chatas que insistiam em cair. Estava muito chorona, com os hormônios a flor da pele e nem mesmo estava de TPM.
— Eu afastei, Sophia! — Disse com medo da reação que ela teria. — Eu demorei mais do que devia, confesso isso, mas eu afastei. Não quero saber da Luiza, não quero ela dentro dessa casa, falei isso pra ela.
— Micael, não me importa. — Se levantou da cama caminhando em direção ao banheiro para lavar seu rosto.
— Dá pra ver como não se importa. — Se referiu as suas lágrimas que estavam lá mesmo após lavar seu rosto.
— Segunda vez que se veem depois do acidente, segundo beijo que dão. — Ela gritou, cansada de tentar ser compreensiva e boazinha. — Daqui a pouco vocês tão se beijando mais que nós.
— Para de deboche, Sophia. — Pediu a encarando bem sério.
— Não estou debochando, apenas falando a verdade. — Passou por ele de volta ao quarto, sem lágrimas nos olhos, agora com raiva dele e de toda aquela situação. — Luiza jogou tanta coisa na minha cara quando chegou aqui, me humilhou de tantas formas diferentes. Eu engoli em seco, porque por mais que eu acreditasse em tudo o que ela falou, teve uma parte de mim que quis acreditar que você realmente me amava, que não ia ficar com ela.
— Eu não fiquei com ela! — Disse beirando o desespero. — Ela me roubou um beijo e eu a afastei.
— Ela enfiou a mão no seu pau e você deixou. — Gritou pra ele que respirou fundo. — Quantas vezes eu vou ter que perdoar esse tipo de coisa por que você não consegue evitar? Vou viver a minha vida inteira com medo de você esbarrar com a minha irmã num corredor?
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Inevitável
RomanceMicael e Luiza são um casal harmonioso e feliz. Tem Felipe, seu filho de oito meses e os três vivem numa boa casa, localizada no Rio de janeiro, em Niterói. Tudo muda após um trágico acidente, que deixa o rapaz viúvo, com um filho pra cuidar. A aju...