Capítulo 17

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— Por que você não investe em cantar? — Puxou o assunto e Sophia franziu a testa. — Você canta bem.

— Hã? Eu? Porque eu não canto. Aliás, cantar eu canto, só não é bom para investir nisso — Desmentiu completamente sem graça.

— Claro que canta bem. — As bochechas ganharam cor e Micael soltou um sorriso. — E é linda.

— Micael, você está me deixando sem graça! — O celular que tinha nas mãos tocou e felizmente ela pôde escapar daquele assunto. — Oi amor... Tô indo já... É não deu tempo de despedir, mas eu te amo. Final de semana tô de volta... Tá bom, sim entendi. Também te amo! Beijos, tchau. — Ela desligou e ficou olhando pra frente sem dizer mais nenhuma palavra.

— Contou pra ele que a gente... — Parou na metade da frase, sem coragem de dizer as palavras.

— Disse sim, falei no dia mesmo "Ei, Marco você não sabe o que aconteceu, eu acabei transando com outra pessoa, mas não foi qualquer pessoa não viu, foi o Micael o cunhado que você adora" — Disse com deboche e arrancou uma risada de Micael. — Não ri não, besta!

— É engraçado! — Se defendeu.

— É engraçado? Ele gosta de você de verdade, sabia? Não tá se sentindo nem um pouquinho culpado? — Perguntou e viu o homem dar de ombros, hesitando na resposta.

— Eu gosto dele também, você sabe disso, mas o que eu posso fazer? Já talariquei mesmo. Não tem como voltar atrás e eu sinceramente acho que pedir desculpas não vai adiantar nada.

— "Já talariquei mesmo" — A loira remendou prendendo um riso. — Que jeito de falar horroroso. Fala direito, garoto.

— Falando sério agora, se você o amasse não esconderia uma coisa dessa. — Ela virou a cabeça para janela e ficou vendo a paisagem por muito tempo, Micael até chegou a achar que ela não o responderia mais.

— Não quero discutir minha relação com o Marco agora. — Ele assentiu, respeitando o momento dela. O silêncio durou pelo caminho todo, mais de uma hora.

— Vou tomar um banho. — Disse assim que entraram, ela tinha tirado Felipe do carro ainda adormecido do carro. — Vou deixar o bebê no berço, tá bem? Pode ficar atento?

— Eu já levo a sua mala lá para o quarto, só vou beber uma água. — Disse e a viu se afastar com Felipe no colo.

Foi até a cozinha tomar água pensando naquele clima terrível que estava entre os dois, mas era melhor brigados do que se atracando por aí, pelo menos assim não rolaria nada. Era o que achava, mas a realidade é que estava ali bebendo água e imaginando a loira tirando aquele vestido para tomar banho.

Balançou a cabeça se livrando dos pensamentos perturbadores. Então foi até o carro buscar as malas antes que Sophia saísse do banho e não tivesse nenhuma roupa pra vestir, só de pensar isso, já estava excitado novamente. Aquilo não daria certo, não resistiriam dois dias.

Micael entrou direto no quarto, acreditando que a loira ainda estaria no banho, mas não estava. Sophia estava nua, tinha só uma toalha enrolada no corpo, mas ele sabia bem o que tinha ali debaixo e isso o deixou abobalhado, não conseguia desviar o olhar.

A mulher o encarou com um sorriso, sabendo exatamente o que ele estava pensando naquele momento, gostava do poder que exercia sobre ele, sabia que se quisesse, conseguiria tudo dele.

— Me desculpe, eu só vim trazer a sua mala. — Finalmente disse, ainda atrapalhado com as palavras. Soltou a mala no chão, sem olhar onde e acabou acertando seu pé. — Puta que pariu! — Xingou no mesmo instante e se curvou pra ver o estrago. A loira fez o mesmo movimento, preocupada com seus dedos, só acabou ficando perto demais.

Micael tirou o olhar do dedo que ainda doía, mas àquela altura não era o que mais importava. Sua respiração estava acelerada como a de Sophia, os dois estavam perto demais, não conseguiam pensar direito para que se afastassem. E então, surpreendendo Micael e o deixando ainda mais estagnado, Sophia desamarrou a toalha, deixando o moreno frente à sua nudez.

Sophia tomou atitude e o empurrou, subindo em cima dele e encaixando em seu membro, ainda por cima da roupa, deu uma rebolada e viu Micael virar os olhos. Se curvou e iniciou um beijo quente, sentiu as mãos de Micael em sua nuca, a prendendo ainda mais naquele beijo, ele precisava dela e sabia que ela precisava dele.

Micael se sentou, ainda a beijando e não sabe nem como teve força pra se levantar com ela encaixada em sua cintura. O beijo passou da boca ao pescoço e logo voltou a boca de novo. Estavam febris, precisavam daquilo. O moreno a deixou na cama e então tirou sua própria roupa.

A loira mordeu o lábio ao ver o membro de Micael pronto pra ela e em seguida sorriu safada. Recebeu Micael dentro de si e soltou um gemido alto, as estocadas rápidas a faziam arfar, ele dava tudo de si e sentia a mulher louca embaixo de si.

Parou subitamente e então a fez ficar de quatro, segurando em seu cabelo e aumentando ainda mais o ritmo, se era possível. Com a mão livre ele pegou em seu peito e apertou um mamilo, ouviu o gemido de resposta e sorriu. Soltou o cabelo e ergueu a mulher, usando a mão que agora estava livre em sua intimidade. Sophia se contorceu nas mãos de Micael, ele sabia pelos gemidos intensos que ela estava tendo o ápice do seu prazer e então a soltou, segurando em sua cintura e estocando num ritmo frenético para que chegasse também. Micael caiu pro lado, tentando regularizar sua respiração.

Ninguém disse nada, os dois estavam em silêncio, como da outra vez, pelo menos até Micael quebrar o silêncio com a seguinte frase:

— Mulher, você é muito gostosa. — Sabia que não era o certo a se dizer, mas era o que eu precisava dizer. Ela olhou pra ele, sorriu e não disse nada. — Não vai dizer nada?

— Depois que eu tomar outro banho, pode ser? — Ela então se levantou e pegou a toalha novamente, saindo do quarto em seguida.

Micael ficou na cama estirado até perceber o que tinha feito de novo, até o arrependimento bater. Nunca daria certo ela debaixo do mesmo teto que ele, nunca teriam paz se vivessem assim dessa forma e nunca poderiam ficar juntos de verdade.

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