Capítulo 47

38 6 2
                                    

— O que será que aconteceu? — Os dois estavam sentados na sala de espera, enquanto aguardavam notícias da loira que havia sido encaminhada pra emergência, já acordada.

— Ah, agora você se preocupa? — Respondeu com deboche, não tinha dito nada a ela desde que saíram de casa. — Deixa de falsidade, Luiza.

— Falsidade? Você me conhece bem demais e sabe que eu amo a minha irmã. O fato de agora nós não conseguirmos nos entender porque tem você no meio não significa nada.

— Depois de tudo o que você fez, agora vai dizer que se importa.

— Não fiz nada demais. — Se defendeu e o viu bufar novamente.

— Você armou, Luiza. Sabia que eu não ia ficar com você e inventou toda uma história pra me separar da Sophia. Não age como se isso fosse algo que alguém normal faria. — Disse desapontado e não conversaram mais até um médico aparecer.

— Sophia está acordada, já podem vê-la. — O médico disse depois que os localizou como parentes de sua paciente.

Os dois caminharam em silêncio pelo local indicado pelo médico e logo encontraram a sala. Sophia se surpreendeu quando os viu entrar, mas ficou em silêncio. Micael teve pena ao ver seu rosto abatido e a intravenosa em seu braço, sabia como ela tinha pavor de agulhas. Quis lhe dar um abraço, mas sabia que aquela altura, ela o recusaria.

— Como está? — Luiza foi a primeira a quebrar o silêncio e a irmã rolou os olhos pro tom preocupado. — Eu sei que não tenho sido a melhor irmã, mas eu me preocupo com você.

— Estou melhor já. — Finalmente resolveu falar, mas tinha um tom de desdém. — Podem ir embora, eu peço a Lua pra me buscar.

— Não vou sair daqui até saber o que você tem. — Micael disse ganhando sua atenção, mas se sentiu triste quando viu o olhar de desprezo que havia recebido da sua amada.

— Parem de fingir que se preocupam, isso me irrita. — Disse mais uma vez com o mesmo tom. — Eu quero ficar sozinha, será que podem sair?

— Mas a gente se preocupa de verdade. — Luiza que disse e Micael concordou com um aceno de cabeça, mas a loira apenas bufou.

— Sério, vão ser felizes em outro lugar, ver vocês dois juntos me enjoa! — Fez uma careta, odiava aquela situação que tinha se enfiado por confiar em Luiza. — Eu não quero nem ver a sua cara na minha frente, Micael. Me deixa em paz.

— Não precisa falar assim. — Disse baixo, claramente triste, mas aquilo não a comoveria.

O médico apareceu com o estetoscópio no pescoço e uma prancheta nas mãos. Isso impediu que Sophia desse outro fora nele, por hora. Todos pareciam apreensivos com o que o médico diria e um silêncio reinou naquele quarto.

— E então, Sophia, como está? — Disse simpático, parou bem perto dela com um sorriso reconfortante.

— Estou bem, louca pra ir pra casa. — Ela disse com seu tom de voz doce e arrancou uma risada do médico. Micael teve ciúmes ao reparar bem naquele homem que com certeza não passava dos trinta. — Veio me dizer que eu já posso ir? — Se sentou empolgada.

— Você vai ficar de observação mais um pouquinho, mas vai embora hoje ainda. Vim até aqui te dar uma notícia e explicar o motivo do seu desmaio. — Todo mundo ficou ainda mais tenso, mas o médico não parecia prestes a dar uma notícia ruim. — Você está grávida!

— É O QUÊ? — Ela deu um grito, tinha os olhos arregalados. Suspeitou daquilo algumas vezes por conta dos enjôos, mas ela e Micael tomavam sempre cuidado, não pensou que fosse se concretizar, não naquela situação.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora