Capítulo 32

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— Hum, então vamos lá embaixo e você vai se entender com meus pais. — A loira pediu e ele se afastou soltando uma bufada. — Sabe que eles sofrem a morte da Luiza até hoje, você foi um tanto grosseiro.

— Impossível ficar bem com seus pais, isso só vai acontecer quando eles aceitarem o nosso namoro.

— E só vão aceitar o nosso namoro quando tudo ficar bem. — Respondeu com um sorriso. — Por mim. — Fez uma carinha de criança pidona e Micael se derreteu.

— Ai, o que eu não faço por você? — Se abraçaram e ela deu risada, em seguida voltaram pra sala. Micael ganhou a atenção dos dois no instante em que pisou lá de volta. Branca segurava Felipe no colo. — Me desculpem. — Encararam Micael sem dizer nada, esperando que concluíssem com algo a mais. — Desculpem por ser um tanto dramático.

— Tudo bem, acho que no fundo vocês devem ter razão, se a Luiza amava os dois, ela ia querer que vocês fossem felizes. — Branca deu o braço a torcer e surpreendeu o casal.

— Eu prometo levar mais o Felipe pra visitar vocês. — Branca sorriu, feliz com aquela possível trégua. — Desde que... — O sorriso se fechou enquanto aguardava a condição que seria imposta. — Vocês parem de ficar falando da Luiza pra atrapalhar o meu relacionamento com a Sophia.

— Vamos parar com isso. — Renato se apressou para dizer antes da esposa.

— Tudo bem, temos uma trégua. — Olhou pra Sophia e viu seu sorriso. — Feliz, amor?

— Demais, obrigada. — Lhe deu um abraço lateral.

— Vamos embora. — Sua mãe disse e colocou Felipe no chão, que caminhou direto pra Sophia e foi recebido de braços abertos. — Já está ficando tarde.

— Fiquem ai, temos quarto de hospedes, vocês sabem. — Micael convidou, mais uma vez tentando agradar a loira que faltou só dar pulos de alegria.

— Não queremos atrapalhar vocês. — Branca pareceu desconfortável e Micael deu de ombros.

— Não vão. — Sophia disse super animada e Micael assentiu. — Eu mostro o quarto pra vocês, vamos lá. — Os três subiram e deixaram Micael ali na sala com Felipe, o moreno se sentou no sofá e soltou um suspiro.

— É filho, a vida é complicada demais, sabia? — Ela só disse um monte de coisas que não dava pra entender e arrancou uma risada sincera do pai. Ah, inocência das crianças...

**

Três anos se passaram e o casal se mantinha junto e feliz. Sophia havia se mudado de vez pra casa de Micael e os dois se entendiam maravilhosamente bem. Felipe já tinha pouco mais do que quatro anos e amava a tia, sempre fizeram questão de dizer quem era sua mãe, mas a realidade é que aquele papel era ocupado por Sophia e ela amava isso. No rack, tinha ficado uma foto de Luiza com felipe no colo, para que ele soubesse como foi sua mãe.

Depois de muito custo, tanto a família de Sophia quanto a de Micael os aceitavam bem, então a vida parecia normal depois de tudo o que passaram após o acidente, ninguém tinha do que reclamar.

Em uma noite, Sophia e Micael estavam deitados, abraçados prestes a dormir. Sophia recebia um cafuné e já tinha os olhos fechados quando ouviu Micael resmungar:

— Acho que deveríamos ter um filho. — A loira abriu os olhos em surpresa aquilo e logo deu risada.

— Ei, ficou louco? — Negou com a cabeça como se aquilo fosse um absurdo.

— Por que não? Eu quero ter filhos com você, você não quer? — Perguntou receoso, já tinham tido aquela conversa e a loira não tinha manifestado reação tão controvérsia quanto essa.

— Felipe só tem 4 anos. — Inventou a primeira desculpa que conseguiu e Micael ergueu uma sobrancelha. — É muito cedo.

— A diferença de idade entre eu e meu irmão é exatamente essa. E se eu não me engano entre você e a Luiza era ainda menor. — Contra argumentou e ela soltou um suspiro pesado.

— Eu não sinto que estou pronta pra ter um bebê. — Foi parcialmente verdadeira e ele franziu a testa.

— Jura? Você que sempre cuidou do Felipe como se fosse uma mãe.

— Eu sei, olha Micael, não vamos discutir isso agora tá? — Pediu e ele se sentia confuso com aquelas respostas que sua esposa lhe dava.

— Pensei que você ficaria feliz com a ideia. — Levantou da cama e se afastou indo até o banheiro. Micael demorou um tempo no banheiro e quando voltou, a loira já estava dormindo, a abraçou e então dormiu também.

**

— Bom dia, amor! — Disse lhe dando um selinho, com o humor bem melhor do que na noite anterior, como se nada tivesse acontecido.

— Bom dia, meu lindo! — A loira se espreguiçou e foi para o banheiro fazer sua higiene matinal, voltou pro quarto e Micael estava lá, deitado na cama ainda a observando somente de toalha.

— Acho que pra esse dia ser incrivelmente bom precisamos começar fazendo amor. — Levantou já com a ereção marcando a cueca e foi até ela, beijando-lhe o pescoço, ficou surpreso quando ela o afastou. — O que tá acontecendo com você, Sophia? — Disse após bufar.

— Nada. — Ela deixou a toalha cair e começou a se vestir.

— Alguma coisa está, você anda estranha ultimamente. — A loira se manteve em silêncio, concentrada em vestir suas roupas. — Sempre que tocávamos em assunto de bebê você ficava toda feliz, ontem simplesmente disse que não quer mais, hoje me afasta porque não quer transar. Cansou de mim? — Perguntou temendo a resposta. — Se for isso diz de uma vez.

— Não, é claro que não! — Disse rápido e com os olhos arregalados.

— Então o que está acontecendo? — Se aproximou e segurou nos braços da mulher que ainda estava só de calcinha e sutiã.

— É assunto meu, Micael! — Tentou desviar o olhar, mas ele não permitiu.

— Se isso faz você me tratar assim, eu quero saber. Odeio indiferença, e você é sedenta e louca por sexo, quando não quer tem algo muito errado. — Riu e ela soltou um leve sorriso.

— Ei, eu não sou assim! — Deu um tapinha em seu ombro.

— Não muda de assunto! — A repreendeu e ela suspirou antes de começar a falar.

— Estamos juntos há três anos e dois meses. — Ele assentiu esperando a conclusão da frase. — Você sempre toca no assunto filhos, mas nunca no assunto casamento. — Falou rápido um tanto envergonhada e pedir por aquilo. — Eu sei que a última vez que você casou não acabou bem, mas eu sempre tive esse sonho, Micael. Não quero ser mãe assim.

— Jura que é só isso? — Ele estava segurando o riso.

— Não faça isso parecer besteira. — Disse ríspida.

— Não é. — A abraçou forte e em seguida deu um beijo em sua testa. — Eu te amo, garota. E se você quer casar, a gente casa.

— Não era assim que eu esperava um pedido seu. — Se afastou olhando em seus olhos.

— Sophia, eu nem sabia que você tinha esse sonho, e sinceramente depois que eu senti a dor da perda, jurei, ainda no hospital, que nunca me casaria novamente, mas por você eu quebro essa promessa, uma vez que já somos praticamente casados.

— Eu te amo. — Ela disse voltando para o abraço.

— Não fique angustiada atoa, quando for a hora certa, eu faço o pedido. — Piscou pra ela. — Assim vai ser uma surpresa pra você e eu vou ficar na dúvida se você vai dizer sim ou não.

— Você é o melhor quase noivo que eu poderia ter. — Ficou na ponta do pé e iniciou um beijo quente. Micael passou as mãos por suas costas e soltou o sutiã.

— Agora vamos fazer sexo matinal! — Beijou seu pescoço e ouviu um gemido.

— Você é muito pervertido. — Brincou recebendo as carícias ainda.

— E você gosta! — Cairam na cama pra fazer amor enquanto Felipe não acordava e ia bater na porta. 

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