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⌜Luísa Cortes⌟
São Paulo 📍

Quando termino de fechar o zíper da minha mochila, escuto alguém bater na porta, e eu não preciso nem olhar no olho mágico pra saber quem é. 

Coloco minha pequena mala no chão e jogo a mochila nos ombros antes de abrir a porta. 

-Que es eso? - O paraguaio balança o panfleto que eu deixei na sua porta na minha frente. 

-Bom dia pra você também. - Falei. - O que são DST's e como se previnir. - Li o folheto segurando o riso. - 'Tá com problemas ai em baixo? - Perguntei apontando com queixo pra .

-Tengo cara de quién tem DST? - Perguntou arqueando a sobrancelha. 

-Quer mesmo que eu te responda? - Revidei, empurrando ele pelo tronco pra fora pra que eu pudesse fechar minha porta. 

-. - Falou. 

-Você é a pura cara da gonorréia, Matías. - Ele fez careta e eu ri. 

-Si quieres te muestro. - Falou- Todo muy limpio. 

Estalei a língua no céu da boca, e o pior que tinha cara de ser limpinho mesmo e cheiroso e gostoso e...para com isso Luísa. 

Apertei o botão do elevador e me escorei na parede gelada observando o homem a minha frente, ele vestia uma camisa de manga longa branca, calça bege e um tênis branco e também arrastava consigo uma malinha. Ele franziu a testa ao notar que estava sendo observado. 

-Si tirar una foto dura más. - Falou, seus olhos me analisando da cabeça aos pés. 

-Só se for pra acompanhar esse folheto de DST ai. - Tirei onda, ele olhou pro folheto e puxou o preservativo o deixando entre o indicador e o médio. 

-Ese aquí. - Se referiu ao preservativo. - Lo guardaré para usar contigo.

-HAHAHAHAHA. - Forcei uma risada. - Nos seus sonhos né? 

-Sabes que cedo ou tarde, eso vai acontecer. - Ele piscou. 

-Ah é? - Perguntei em tom provocativo. - E se a gente usar ele agora? - Falei me aproximando, notei seu pomo de adão descendo e subindo. - Hum? O que acha? - Encostei minha mão na sua cintura deixando nossos rostos próximos, tão próximos que pude ver sua pupila dilatando. - Acha que podemos atrasar alguns minutos? 

-No juegues con fuego. - Ele falou baixo seus olhos fixos nos meus, aquele espanhol me matava. 

Ele se inclinou levemente pra aproximar nossas bocas, e eu quase cedi, quase. Tirei minha mão da sua cintura me afastando no mesmo segundo que o elevador chegou o lançando um sorriso convencido. Entrei no elevador sentindo o espaço pequeno demais, quente demais.

-Sabe quando isso vai acontecer? - Perguntei. - Nunca. - Ele soltou uma risada gostosa. 

-Apuesto una semana. Ou menos. - Deu de ombros. - Es fraca. 

-Eu sou fraca? - Apontei pro meu próprio peito. - Você quase tirou a roupa bem ali. 

Matías se aproximou de mim grudando os nossos corpos me pressionando contra a parede do elevador, senti seu hálito próximo a minha boca, muito próximo e meu coração começou a bater mais rápido. Traidor. 

-Quieres hacer una apuesta? - Seu indicador passou pela minha mandíbula, deixando um rastro quente. 

-Q-que aposta? - Gaguejei, merda. 

-De quién cederá primero? - Eu forcei uma risada anasalada. 

-Você se acha muito. - Murmurei tentando deixar minhas mãos longe dele. 

Por supuesto | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora