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Matías Rojas
São Paulo 
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Passei a noite toda em claro, sem saber o que de fato tinha acontecido pra que Luísa agisse daquela maneira. Eu não tinha feito algo de errado sem perceber? 

Não insisti em entender o que tinha acontecido, já que ela claramente não estava disposta a falar, então vim pra casa com a intenção de procurá-la no dia seguinte, eu iria embarcar pro Chile logo após o almoço, e não podia ir assim. Seriam mais de doze dias longe do Brasil, já que eu tinha sido convocado pra jogar pela minha seleção, e eu estava surtando com a ideia de ir sem me resolver com ela. 

Eu mal esperei amanhacer pra tocar a porta dela, e pra minha decepção, quem atendeu foi Vanessa. 

-Donde estás Luísa? - Perguntei. 

-Bom dia pra você também. - Falou mal humorada, me dando as costas e deixando a porta aberta. 

Entrei olhando ao meu redor, nem sinal dela. A porta do quarto estava aberta e nitidamente vazio. 

-Você é um babaca. - Apontou o dedo em minha direção e dando um gole no café que segurava em seguida. 

Eu podia contar nos dedos as vezes que vi Vanessa e ela não estava tomando café. Franzi o cenho sem entender o que estava acontecendo. 

-Luísa saiu. - Falou. - Ela sempre some quando está chateada. 

-Some? - Perguntei. 

-É. - Falou sem paciência. - Ela vai caminhar com os amigos, vai pro meio do mato sei lá. - Bufei passando a mão pelo rosto. - Eu disse pra você que se fosse um babaca com ela, eu te castrava lembra? - A encarei. - Você acha que eu 'tô brincando?

-Yo no sé que está pasando. - Falei me sentando no sofá atrás de mim. - Todo estava bien, e ella ficou extraña e me mandou ir embora. - Vanessa passou a mão pela testa. 

-Ela atendeu seu telefone. - Falou. 

-O qué? 

-É. - Falou. - Uma loira boazuda te ligou enquanto estava aqui, e ela atendeu. E a querida disse que esteve com você. 

Mônica, merda. 

-Ella atendeu mi teléfono? - Repeti. 

-Atendeu. - Falou. - Ah qual é, você teria feito o mesmo se visse um loirão ligando pra ela, e teria ficado puto igual se o cara tivesse falado que tinha estado com ela. - Engoli seco. 

-Mônica no és nada mía. -  Tentei me defender. 

-Mônica o nome da biscate. - Falou ressentida. - Olha Matías, eu estou disposta a ouvir sua desculpa, mas eu juro que se eu não me convencer eu te mato. - Me levantei. 

-Yo tive un...lance, com ella, pero no tengo más nada. Pelo amor de Dios! - Falei. - Nunca faria eso com Luísa, eu a amo! - No mesmo momento que as palavras saíram da minha boca os olhos da Vanessa se arregalaram e os meus também. Falar isso em voz alta significava que era real. Vanessa reprimiu um sorriso. 

-Você a ama? - Repetiu em forma de pergunta, voltei a me sentar passando as mãos pelo cabelo, nervoso. -Então por que caralhos tava com a biscate? - Suspirei cansado. 

-Mônica é...persistente. - Falei. - Ella no aceita muy bien el facto que yo no quero nada sério con ella, entonces me atormenta. Cuando a vi, fue porqué ella estaba esperandome en la saída do CT, ella me cercou, eu tive que descer de el carro. Pero yo a despensei. Yo juro! 

-Não sei se acredito em você. 

-Por Díos Vanessa. - Falei. - Este relacionamento puede até ter começado como una farsa, pero para mí, es real. Yo juro por mí madre, por el fútbol  que yo tanto amo, desde que eso entre mí y Luísa começou, yo nunca mais estive com nadie. - Vanessa sorriu satisfeita. 

-Tudo bem. - Falou. - Você vai precisar falar com ela, masssssss vai ter que assumir seus sentimentos pra ela. Só assim pra ela acreditar em você. Luísa é teimosaaaa. 

-Yo faço. - Concordei. 

-Ela deve demorar a chegar. - Deu mais um gole no café. 

-Yo embarco para Chile hoy. - Falei frustrado. 

-Pra que? - Perguntou. 

-Jogo por mí seleção. - Expliquei.

-Ahhh. - Falou. - Que horas? 

-Tengo que ir en cuatro horas. 

-Ihh, esquece. - Falou. - Ela vai demorar. 

-Mierda. - Xinguei. 

-Fala quando voltar ué. 

-Eu volto em doze dias! - Falei desesperada.

-É, ai fodeu. - Ela falou. 

-Voy a ligar . - Falei tirando meu celular do bolso. Vanessa deu de ombros. 

Disquei o contato dela, direto para caixa postal. 

-Olha, isso pode ser bom. - Falou. 

-Como bom? - Falei. - Yo viajar por casi duas semanas, e ella me odiando? - Vanessa riu.

-Ela não te odeia. - Falou. - Só está com raiva. 

-Deberia ter visto, la manera como me tratou. - Falei. - Ella me odia. 

-Ela saiu bem puta hoje de manhã. - Falou. - Quase não me contou o que tinha acontecido, eu estava prestes a invadir sua casa. 

-Usted és meo loca, no? - Falei.

-Eu sou. - Concordou. - Tenha isso em mente. Eu sou maluca, e pela minha irmã eu vou até o inferno. 

-O qué farei? - Perguntei sem esperanças. 

-Vai, e faz o que tem que fazer. - Falou. - Eu vou preparar o terreno pra você durante esses dias, é bom que quando voltar, ela vai 'tá com saudades. 

-Vás a contar a ella o qué yo te disse? - Perguntei. 

-Só as partes que convém. - Falou. - Certas coisas só você pode falar. - Assenti. 

-Gracias.  - Falei. 

-Quando chegar no Brasil me avisa. E a nós vemos o que fazer e como fazer, tudo bem? - Assenti de novo. 

-Gracias Vanessa, de verdad. - Me levantei girando os pés em direção a porta. -Me avisa se ella chegar antes? - Ela assentiu e fez um sinal de positivo com a mão. 

Saí daquele apartamento completamente frustrado, tentei ligar pra ela até o último momento antes de entrar no avião, mas sempre caia na caixa postal. Deixei o Brasil com meu coração apertado, sabendo que não tinha resolvido o mal entendido com Luísa. E ansioso pra voltar pro Brasil. Eu queria mais do que nunca falar abertamente sobre os meus sentimentos, mesmo que não fossem correspondidos da mesma maneira. 

Eu ia falar que estava apaixonado, que a amava, e que queria que aquele relacionamento falso se tornasse real. 

Sim eles vão ficar doze dias longe, e muita coisa vai acontecer nesses dias, preparem-seeeee

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Sim eles vão ficar doze dias longe, e muita coisa vai acontecer nesses dias, preparem-seeeee.

60 favs, não vou colocar meta de comentários pq acho chato forçar os leitores a comentar, masssss, me incentiva muito quando vocês comentam. 

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