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Matías Rojas
São Paulo 📍

Quase perdemos o horário da consulta, Luísa almoçou e colocou tudo pra fora minutos depois, e quando isso acontecia ela ficava fraca e pálida, me fazendo enlouquecer de preocupação. 

Como é possível ela e o bebê terem nutrientes se absolutamente nada parava no estômago dela? Isso não podia ser normal. 

Por mais que Vanessa batesse na tecla de que era normal e que isso iria acontecer nos primeiros meses, eu ficava a ponto de surtar. Luísa ficava tão pálida e fraca que eu desejava passar aquilo por ela se aquilo fosse possível. E eu agradecia por estar de férias e poder estar junto nesses momentos. Pelo menos eu podia sei lá, segurar o cabelo dela. 

Eu estava louco de vontade de contar para minha família, eles iriam enlouquecer. Ia ser o primeiro neto dos meus pais. E eu falava neto porque tinha certeza absoluta de que seria um menino. Um meninão pra que eu pudesse ensinar a jogar bola. 

Quando chegamos, minhas mãos soavam, eu finalmente iria ver meu bebê. 

Em completo êxtase. Era assim que eu me sentia. 

Eu ia ser pai caralho, pai! 

Olhei pra mulher deitada na maca ao meu lado, sua blusa estava erguida até os seios, deixando a barriga exposta, e eu podia estar maluco mas eu conseguia ver uma leve protuberância ali. Será que já era meu bebê crescendo? 

-Olha só! - A médica disse analisando a barriga. - Temos um bebê crescendo aqui. - Falou. 

-Achei que eu estava maluca. - Vanessa falou. - Já tem um voluminho ai não tem? - Perguntou na expectativa. 

-Tem sim. - A médica concordou. - Seu bebê vai ser grandão. - Falou animada. 

Luísa sorriu segurando minha mão. 

-Como tem se sentido? - A médica perguntou passando um gel pela barriga dela. 

-Bem. - Falou. - Tirando os enjôos matinais, e os cheiros que fazem querer vomitar a todo momento. 

-Ela tem comido mal. - Falei, tentando falar português corretamente. - Nada para no estomâgo dela. 

-Não é assim também. - Ela murmurou. 

-É sim. - Rebati. - Tenho que forçar para que ela coma. Eso é normal? - Me enrolei nas palavras. 

-É sim. - A médica concordou. - Os primeiros meses são os mais difíceis, mas esses enjôos vão passar. - Garantiu. - Mas é importante que você se alimente bem, mesmo que não pare tudo no estômago. 

Luísa assentiu. 

-Eu garantirei eso. - Falei. 

-Ótimo. - Falou animada. - Vamos lá? Ver esse bebezão? 

-Já conseguimos ver se é menino ou menina? - Luísa perguntou. 

-Acho um pouco cedo. Mas posso dar um palpite. - Ela passou a máquina estranha sobre o gel na barriga e apontou pra televisão a nossa frente. 

Eu não conseguia ver nada além de borrões, e mesmo assim meu corpo todo se arrepiou. 

-Ali está. - A médica apontou com a seta pra um local específico. - Conseguem ver? - Perguntou. 

-Mais ou menos. - Luísa falou, ótimo, não era só eu. 

-Aqui é o corpinho do bebê. - Ela circulou. - Aqui a cabecinha. - Ela explicando dessa forma, eu consegui ver o contorno. Meus olhos marejaram. 

-Ele está bien? - Perguntei. 

-Está ótimo.- Ela concordou. - Está com doze semanas de gestação. - Tentei fazer as contas e converter as semanas para meses, mas desisti. - Querem ouvir o coraçãozinho?

-Já dá pra ouvir? - Luísa perguntou na expectativa. 

-Dá sim. - Ela concordou. 

Alguns cliques e o som mais lindo do mundo soou pela sala. Não consegui segurar as lágrimas, nem Luísa e nem Vanessa. Três chorões. 

A médica mexeu mais um pouco pela barriga franzindo o cenho, ela olhou de esguelha para Vanessa que chegou mais perto da tela. 

-Consegue ver isso? - Perguntou pra Vanessa, que fungou e grudou os olhos na tela, cobrindo a boca com uma das mãos. 

As duas nos olharam com um semblante que eu não soube identificar, todos os meus sentidos se aguçaram. Alguma coisa estava errada. 

-O que houve? - Luísa perguntou nervosa. 

-Calma amor. - Pedi. - Tem algo de errado? - Perguntei. 

-Acho melhor você se sentar. - Vanessa falou indicando a cadeira atrás de mim. 

-No. - Neguei. - No quiero. - Senti o aperto de Luísa na minha mão ficar mais forte, o semblante de preocupação que eu vi no seu rosto me fez querer abraça-la. - O que foi? - Perguntei sem paciência. 

-Esse aqui. - A médica circulou o bebê na tela. - É o bebêzinho de vocês que acabaram de escutar o coraçãozinho. - Vanessa mantinha a boca coberta, parecia em choque. - Mas se eu olho aqui. - Ela circulou outra coisa. - Eu vejo outro bebêzinho. 

-O que? - Eu e Luísa pergutamos em uníssono. 

-Vocês serão papais de gêmeos. - Ela falou como se não fosse nada. - Escutem. - Um coração batendo, rápido. - Esse o coraçãozinho do primeiro bebê.  - Ela mudou o aparelho do lugar, e outro coração batendo na mesma velocidade mas em outra sincronia. - E esse é coração do segundo bebê. 

Meus pés e minhas mãos formigavam, meus olhos não desgrudavam da tela, eu queria olhar pra Luísa, ver a reação dela mas eu simplesmente não conseguia me mover. Senti minha boca secar e minha nuca formigar.

Por mais que eu tentasse manter meu aperto na mão da Luísa, meu corpo não me obedecia, e eu senti quando nossas mãos se soltaram. 

Merda, eu ia desmaiar.  

-Ele vai desmaiar. - Foi a última coisa que ouvi antes de cair no chão feito uma jaca podre. 

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

gente vocês conseguem imaginar ele pai de gêmeos? 🥹

Sei que eu queria ser a mãe. 

As surpresas não acabaram por ai não viu 👀

Me aguardem...

(ele ainda tá loiro)

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(ele ainda tá loiro)

Por supuesto | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora