Luísa Cortes
Porto Alegre - Arena do Grêmio 📍Dois infartes e três AVC's, foi o que eu tive durante esse jogo.
Bruno Mendez expulso antes dos dez minutos do primeiro tempo, e como uma boa pessimista que sou, dei o jogo como perdido.
Isso até Romero fazer o gol, e eu perceber que estávamos superiores que o dono da casa.
As vezes eu precisava me lembrar de que eu estava ali a trabalho, e me lembrar de fazer o meu trabalho. Mas era tão difícil se tratando do Corinthians. Eu acho que nem se o time estivesse com quatro gols de vantagens eu não ficaria tranquila.
-Maldita hora que me envolvi com futebol. - Praguejei sentindo minha cabeça girar depois de gritar feito uma louca.
Abaixei a câmera tentando regular minha respiração, a chuva irritante que caia não me ajudava em absolutamente nada. Eu odeio chuva.
Olhei em direção ao banco de reservas onde Matías estava, e ele me olhava, não dava pra ouvir nada por causa do barulho, mas eu li seus lábios.
-Todo bien? - Perguntou, passei a mão na testa tirando o capuz da capa de chuva não me importando com as gotas me molhando e assenti com a cabeça.
Voltei a segura a câmera na altura dos olhos, hoje eu estava sozinha no campo, e todo material era de minha responsabilidade. Então eu estava correndo feito maluca desde que cheguei em Porto Alegre, e ainda tinha a zona mista, que eu teria que ficar por perto pra evitar perguntas indesejáveis pros meus meninos.
Um pouco antes do fim do jogo me retirei da beira do campo, ainda sentindo minha cabeça rodar, precisava de uma água.
Entrei correndo em direção ao vestiário e peguei uma garrafa de água gelada, dando grandes goles, e coloquei ela sobre minha testa sentindo o alívio do geladinho da garrafa.
-Você 'tá bem? - Bruno meu companheiro de equipe se aproximou. - 'Tá palida.
-Não me alimentei direito hoje, e trabalhei o dia todo. - Falei me sentando.
-Vou arranjar alguma coisa pra você comer, fica ai. - Assenti.
Bruno logo voltou com um sanduíche natural, e eu comi como se tivesse sem comer a dias. Aquele tinha sido o melhor sanduíche natural que eu já tinha comido na vida.
-Tua mulher não 'tá se alimentando. - Bruno falou quando notou os meninos entrando no vestiário, inclusive Matías.
Todos eles gritavam e comemoravam, mas Matías manteve o olhar fixo em mim e veio caminhando rapidamente.
-O que houve? - Ele perguntou olhando de mim pra Bruno.
-Nada. - Falei. - Só não comi direito hoje e acabei sentindo um mal estar, só isso. - O tranquilizei.
-Tem que dar uma comida na sua mulher ô gringo! - Esse comentário veio de ninguém mais ninguém menos que Matheus Bidu, Matías meteu-lhe o tapão na nuca que é pra ficar esperto.
Segurei a risada, eu ouvia tanta barbaridade no meio desse tanto de homem, que nada mais me chocava.
-Todo bien, miesmo? - Ele perguntou e eu assenti.
-Tudo ótimo. - Falei. - Vencemos! - Me levantei e o abracei, fazendo o mesmo com os demais.
⏰
O clima de volta pro hotel foi bom demais, todo mundo feliz, mais três pontos na tabela e mais longe do rebaixamento.
Mas tudo que eu queria era dormir, de preferência bem juntinho do Matías. Eu estava mais carente do que o normal, provavelmente TPM das brabas.
Fui pro meu quarto sabendo que ele logo viria atrás e entrei em baixo do chuveiro, sentindo o alívio da água quente batendo contra as minhas costas. Fechei os olhos e recostei a cabeça no azulejo gelado.
-Puedo unirme a você? - Levantei a cabeça encontrando um Matías felizinho o que me fez sorrir.
-Claro que pode. - Falei.
Não demorou pra sentir suas mãos nas minhas costas, não tinha malícia era só um carinho gostoso. Voltei a fechar meus olhos.
-Cansada? - Perguntou massageando meus ombros.
-Muito. - Falei. - Hoje foi exaustivo.
Senti a bucha ensaboada passar pelas minhas costas.
-O que 'tá fazendo? - Perguntei.
-Dándote un baño. - Falou sem parar os movimentos. - Y después, te daremos de comer e dormiremos.
-Eu não 'tô com fome. - Falei.
-Pero comerás. - Falou, e pelo tom que usou eu soube que não adiantaria nada eu tentar refutar.
Matías me deu banho, lavou meu cabelo, me enrolou numa toalha fofinha, separou meu pijama, e enquanto eu vestia foi até o restaurante do hotel. Quando voltou, tinha uma quantidade absurda de comida consigo. E me fez comer até que eu não aguentasse mais, ele me esperou escovar os dentes, e quando eu voltei pro quarto ele me esperava em baixo das cobertas.
Me aconcheguei nele, inspirando seu cheiro. Não o cheiro do perfume, o cheiro da pele mesmo. Sabe quando você consegue sentir o cheiro da pessoa, da pele? Então, eu podia sentir cheiro dele, e era meu cheiro favorito.
-Obrigado. - Falei, sentindo o carinho que ele fazia nas minhas costas.
-Por qué?
-Por cuidar de mim. - Sussurrei, sentindo meus olhos pesados.
-Es lo que hacemos. - Falou baixinho. - Cuidamos uno do otro. - Sorri.
-É sim. - Falei.
-Lu?! - Chamou baixinho.
-Uhm? - Resmuguei.
-Sientes esto? - Sua voz saiu em um fio.
Entreabri meus olhos, eu não precisava perguntar o que ele queria dizer com aquilo, por que eu sentia, eu sentia muito, sentia ele, sentia nós. E se ele perguntou isso, é porque ele também sentia, e eu não sabia ao certo se eu adorava isso, ou se me assustava.
Mas ali, naquele momento, nós dois, nada me importava.
-Sinto. - Falei.
-Bueno. - Respondeu de volta se aconchegando mais a mim. - Yo pensé que estava sentindo solo. - Sua voz era suave, assim como eu, ele estava quase dormindo.
-No, yo también siento. - Falei em espanhol, sentindo o sono cada vez mais perto. - Matí?
-Uhm? - Resmungou como eu fiz. - Me encanta cuando me llamas así. - Ele riu fraquinho.
-Boa noite. - Falei.
-Buenas noches vida mía. - Falou e eu sorri.
Eu tenho quase certeza que já tinha dormido, mas eu poderia jurar que ele completou com um "Te quiero". Mas poderia ser um sonho.
Fofinhossssss
Meta batida e eu voltei. O que acharam desse momento fofinho?
Mas se eu fosse vocês, não me acostumaria, no próximo capítulo essa paz acaba.Meta de sempre, e me digam o que tão achando. Falem comigooooo
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Por supuesto | Matías Rojas
FanfictionPela primeira vez na vida, Matías encontrou uma mulher que agia como ele, não ligava pra nada e só queria curtir a vida. 🥇Corinthians 🥇Matías Rojas