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Luísa Cortes 
São Paulo 
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Me reviro na cama algumas vezes tentando ignorar o barulho irritante de alguém batendo na minha porta. E é claro que eu sabia quem era, ninguém mais bateria na minha porta dessa maneira a não ser Matías Rojas. 

Por fim, desisti de ignorar e me levantei, me arrastando até a porta e abrindo com a maior cara de bunda possível. 

-O que foi? - Perguntei cruzando os braços. 

-Buen día para ti también mi amor. - Falou animado demais pro meu gosto, só então notei duas malas no chão. 

-Vai viajar? - Perguntei. 

-Nós vamos. - Falou me empurrando com cuidado para trás pra que pudesse entrar junto de suas malas. 

-Como é? - Perguntei piscando os olhos algumas vezes. 

-Estamos de férias! - Falou sorridente. 

-Eu sei. - Falei fechando a porta atrás de mim. - Mas nós não combinamos nada. 

-Vamos ao Paraguay! - Falou animado, seu olhar baixou para minha barriga e seu sorriso alargou. 

Nem tive tempo de raciocinar. Matías me pegou no colo me rodando levemente, distribuindo beijos por todo meu rosto, me fazendo rir, ele me colocou no chão com cuidado ele se curvou em direção a minha barriga.  

-Como está mi bebé? - Falou, eu abri a boca para responder, mas notei que ele não falava comigo. - Vamos al medico hoy para verte mi amor. - Meus olhos arderam, não sei se eu ficava mais emocionada pelo fato dele estar falando com a minha barriga ou dele ter lembrado da consulta. - E despues. - Ele se levantou olhando pra mim. - Paraguay. 

-Que história é essa? - Perguntei piscando tentando espantar as lágrimas. 

-Qué te parece pasar el fin de año en Paraguay? - Perguntou juntando nossos corpos. 

-Com a sua família? - Perguntei. 

-Sí, com toda mi família. - Concordou. - Quiero contar a mis padres sobre el bebê. Yo voy a ser padre! 

-É estranho você falar que vai ser padre. - Falei fazendo careta. - Padre em português é sacerdote. 

-Qué? - Perguntou de cenho franzido. - Portugués no faz el menor sentido. - Dei um tapinha no ombro dele. 

-Paraguai então? - Perguntei pensando no assunto. 

-Topa? - Perguntou me apertando mais contra ele. - Quiero que todos te conozcan. 

-Bom, pelo jeito não tenho muita escolha. - Olhei pras malas no chão. - Você já está de malas prontas. 

-Na verdad, no iremos hoy. - Coçou a nuca. - Estas malas son parte de mi mudanza.

-Como assim mudança? - Afastei nossos rostos pra que eu pudesse olha-lo. 

-Vamos morar juntos. - Não foi uma pergunta, ele afirmou. 

-Como é? - Me soltei dele. 

-Yo necesito cuidar de ti e mi bebé. - Explicou. - No puedo depender de tu boa vontad de abrirme la puerta.

-Mas eu não te convidei pra morar aqui! - Falei indignada. 

-No me importa. - Falou dando de ombros, e saiu arrastando as malas em direção ao meu quarto. 

-Você mora aqui do lado! - Falei quase histérica. 

-Acabo de entregar el apartamento. - Deu de ombros colocando uma das malas em cima da minha cama e a abrindo. 

Por supuesto | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora