Capítulo IV || Cola

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Certa vez uma mulher me disse que eu a deixava doente. Ignorei sua paixão frívola e sem sentido, como faço com toda a banalidade que envolve qualquer relacionamento, mas ao encontrar Vivian da maneira em que tem ficado, começo a pensar que ela pudesse ter sido sincera na ocasião.

Minha pequena Ovelha está cada dia mais perto da loucura, mas isso tem cobrado seu preço também em sua saúde física. Faz duas semanas que não nos encontramos, embora eu a visite quase todas as noites enquanto dorme.

Sei que ela sonha comigo, faz parte da manipulação mental, mas desconfio que, da maneira como está, o faria de qualquer maneira.

Há três dias, seu sono é mais agitado que o normal e ela também chama meu nome com mais frequência. É necessária uma força sobre-humana para não atender aos seus pedidos e abraçá-la, mas não posso recuar tão perto de conseguir o que quero. Além disso, ontem ela teve febre. Ouvi dizer que é um sintoma que pode ocorrer nesses casos, e é bom, por deixar a pessoa em questão por algum tempo presa no limiar das dimensões, mas não gosto de vê-la sofrer desnecessariamente.

Passei o dia todo apreensivo, mesmo sabendo que qualquer risco de vida real que ela corresse seria reportado através do feitiço de sangue. Ainda assim, saí o mais cedo que pude da delegacia e esperei impaciente que anoitecesse para que pudesse ir até ela. Hoje vou encontrá-la acordada.

***

São oito da noite na dimensão comum, mas Vivian já dorme. Me aproximo dela, tentando despertá-la com uma surpresa, mas seu sono agitado é profundo. Acaricio seu rosto e percebo que ela está pegando fogo - parece próxima dos 40 graus de febre. Está muito corada, com os cabelos grudados na testa. Puxando o edredom, vejo que seu corpo está suado, e a roupa de dormir, colada em todas as partes que interessam. Meu pau logo se manifesta diante da visão. Vivian se consumindo de amor... Artistas pintariam quadros e poetas escreveriam sobre a beleza do que vejo. Queria eu mesmo ter nascido com tais dons nesse momento. Sei que preciso fazer alguma coisa para ajudá-la, mas estou preso. Sua vulnerabilidade é desconcertante e a coisa mais sensual que já presenciei.

Ajeito seus cabelos úmidos, desço a mão de seu rosto, passando a ponta dos dedos pelo pescoço delicado e seguro um dos seus seios, experimentando sua maciez e roçando com o polegar o mamilo saliente sob o tecido transparente. Vivian suspira, aceitando meu toque.

— Sou eu, meu amor, estou aqui com você. — Sussurro.

Ela parece relaxar um pouco, como se tivesse me escutado. Continuo descendo a mão pelas curvas de seu corpo, contornando a cintura, passando por seu quadril e parando na coxa. A camada fina de suor deixa sua pele suave deslizando ao meu contato.

Sinto que minha calça vai estourar a qualquer momento, mas tenho que desconsiderar o desconforto. Estamos tão perto.

Vivian não está em condições de reagir e não me importo com questões ridículas como consentimento. Ela é minha, e sua resposta para mim é sempre sim. Sei que não podemos fazer sexo como eu quero antes do tempo, mas, nas condições em que ela está, não haveria qualquer problema em fazer uma coisa que desejo desde o dia em que a observei bêbada, quase desmaiada em meio a um caos de fotografias espalhadas.

Sem perder mais tempo, abaixo as alças de sua camisola e exponho seus peitos para mim. Preciso suportar uma contração dolorosa de minhas bolas. Ela é deliciosa. Beijo seu pescoço refreando a vontade de mordê-la e ela resmunga. Desço pelo ombro e finalmente chego aos seus seios encantadores. Eu poderia fazer o que quisesse com ela — essa é uma verdade quase boa demais para aguentar. Ah, se ela soubesse o que eu realmente gostaria de fazer, penso.

Lambo um de seus mamilos rosados e espero para vê-lo se contrair. Ela é tão perfeita. Abro a boca e chupo o bico de seu peito com força, sentindo-o se enrijecer cada vez mais em minha língua, ouvindo-a suspirar em resposta, em meio ao seu delírio febril. Dou a mesma atenção ao outro seio, fechando os olhos para aproveitar melhor a textura de sua pele e a sensação de tê-la para mim. Sigo abaixando o tecido e deixando um rastro de beijos molhados e leves mordidas pelo caminho.

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