Epílogo

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Dmitry tenta, sem muito sucesso, segurar as meninas em seus joelhos para a foto

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Dmitry tenta, sem muito sucesso, segurar as meninas em seus joelhos para a foto. Elas estão super fofas com seus macacões novos de rena e as tiaras combinando, e eu me ajeito ao lado dele, sentando no braço da poltrona, enquanto ele passa a mão por trás de mim, enlaçando a minha cintura. Estou usando um vestido verde escuro frente-única na altura dos joelhos, e consegui convencer meu marido a vestir uma camisa no mesmo tom, para fazer harmonia na fotografia. Posso chamar isso de milagre de Natal. Natal não, Noite da Esperança — é assim que o feriado se chama aqui. Também não temos neve — a temperatura em Nícta é amena e estável durante a maior parte do ano e são poucos os lugares onde se encontra frio ou calor exagerado, o que eu considero uma bênção.

Interrompendo minha divagação a respeito do clima, Martin pergunta:

— Todos prontos?

— Sim, tio Tin! — Respondem as duas em coro, enquanto me empertigo e faço um sinal de ok.

— Então vamos lá: um, dois, três e... digam xis.

— Xisssss. — Dizemos em uníssono enquanto Martin tira todas as fotos que consegue com as gêmeas mais ou menos paradas. Não é fácil conseguir essa proeza com crianças de três anos e meio.

Tão logo se vêem livres do compromisso, Aurora e Chiara saem correndo para brincar com as bicicletas novas, ambas rosa-choque, que acabaram de ganhar.

Vendo elas assim, quase me esqueço do susto que levei quando descobri que estava grávida. É claro que, depois de sofrer por anos com a infertilidade em meu primeiro casamento, não poderia imaginar que engravidaria na lua de mel, tanto que, como não tive enjôos, só soube da gestação com 13 semanas, intrigada porque a menstruação nunca descia apesar do inchaço em meus seios e abdome.

Lembro de ter ficado apreensiva para contar a Dmitry. Eu sabia de seu histórico de vida e imaginava que teria que fazer um longo trabalho para convencê-lo a ter filhos. Mais uma vez eu estava enganada.

Quando soube da notícia, meu marido se ajoelhou na minha frente e beijou repetidamente minha barriga. "Oi bebê, estou feliz que esteja aí, eu sou o seu pai". Ele disse, e me emociono só de lembrar. É claro que a surpresa e a alegria duplicaram quando logo soubemos que teríamos gêmeas. Escolhi seus nomes porque me remetem ao dia e à luz do sol, coisas de que abri mão alegremente ao me mudar para Nícta, onde surpreendentemente, me adaptei muito bem. Agora tenho minhas princesas para iluminar minha vida.

Por incrível que pareça, foi um período muito feliz. Estive saudável a gestação toda e não precisei fazer repouso algum, uma verdadeira dádiva, porque minha libido aumentou demais. Eu só queria o meu marido... — Bem, penso sorrindo, acho que isso não mudou até hoje. No começo, Dmitry teve medo de me machucar ou machucar as bebês, mas fomos nos adaptando. Alguns meses depois que elas nasceram, pudemos voltar ao nosso ritmo habitual que muita gente chamaria de insano. Essas pessoas certamente não são casadas com um homem como Dmitry Volkov. Obviamente não há muitos dele dando sopa por aí.

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