Capítulo VI || Say Yes To Heaven

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Acabou

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Acabou. Foi o que Vivian me disse na última vez em que conversamos. Tive dificuldade em deixá-la naquele dia, mas eu sentia que ainda existia alguma coisa ali. Preciso confessar que pensava que nosso afastamento duraria pouco.

Sim, tristemente admito que achei, depois do momento que tivemos, ela com a boca em mim, eu provando seu corpo delicioso, que ficaríamos bem. Que todo aquele prazer seria traduzido como "ainda gosto dele, isso pode dar certo". Eu achava que com o tempo, Vivian poderia me perdoar.

Não sou burro, sei que enganá-la sobre o marido e minhas reais intenções, intentar enlouquecê-la, colocando-a várias vezes em risco de vida e por fim, machucá-la e quase fazer sexo com ela sabendo que o resultado seria a sua morte, não são coisas simples de superar. Mas o que sinto é tão forte, que se ela sentisse uma fração disso por mim, pensei que conseguiria.

Decidi dar o espaço que Vivian precisava, para agora com sua mente saudável, ir refazendo sua vida e sentindo a minha falta nela. Claro que não consegui por muito tempo e passei a visitá-la de madrugada e, como antes, observá-la dormindo. Me segurei para não tocá-la, mesmo quando dormia de regata transparente e calcinha. Eu quero que ela me queira, conscientemente, para variar.

Mexi em suas coisas — um mau hábito que ainda não consegui suprimir — e soube que minha Ovelhinha sairia com amigos em seu aniversário. Tive que engolir meu ciúme. Era para ela passar esse dia comigo. Eu a levaria para a sorveteria para escolher todos os sabores de que gostasse, assistiria aquela boca habilidosa chupar os doces e, quando voltássemos para casa, Martin e os outros estariam esperando para gritar "surpresa" e convidá-la para a sua festa. Era o que eu tinha planejado. Mas estraguei tudo.

Eu a acompanhei de longe, afirmando para mim mesmo que só estava preocupado com questões de segurança, e precisei controlar minha raiva quando vi aquele nerd engomadinho a chamar para sair e receber um sim como resposta. Tentei me enganar pensando que ela só fez isso pela pressão do grupo e não porque estivesse realmente interessada. Então deixei em sua cama o bolo que encomendei e a flor que ela tanto ama — quem sabe quando os visse e se lembrasse de mim, não ficaria pensando naquele babaca pretensioso.

Minhas esperanças, porém, duraram pouco. Precisamente até quando ela, linda, não para mim, mas para ele, permitiu ser beijada. Agora não havia pressão. Claramente ela quis aquilo. Preferiu outro. Outro homem com quem pudesse ter um relacionamento normal, que não a fizesse perder o sol ou sua família, um homem de negócios, não um assassino. Vivian fez sua escolha e não fui eu.

Naquele momento, o ódio me cegou e eu só conseguia pensar em matar o ruivo. Cortar aquela língua que ele enfiou na boca da minha Ovelhinha e assisti-lo sangrar até o fim. Esperei ele se afastar e fui para casa tentando me acalmar, mas falhei miseravelmente. Na verdade, quase enlouqueci ao pensar que Vivian poderia não ser mais minha e que quisesse ser dele. Imaginei ela tão gostosa de quatro, como ficou para mim, com o pau dele na boca. Será que gemeria tanto quanto fez comigo, será que gritaria o nome dele quando estivesse se perdendo em meio ao gozo como gritou o meu? Soco a porta do banheiro. Fica um buraco ali e os nós dos meus dedos estão sangrando e cheios de farpas. Não me importo com a dor, mas me lembro, vendo meu próprio sangue, que se isso acontecer, não sentirei mais o sabor do sangue de Vivian e o prazer puro e visceral decorrente disso. Não consigo aceitar essa situação.

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