Capítulo IX || Summertime Sadness

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Acho que morri, porque somente no céu encontraria um rosto tão perfeito quanto o que vejo diante dos meus olhos

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Acho que morri, porque somente no céu encontraria um rosto tão perfeito quanto o que vejo diante dos meus olhos. Apesar de ver Dmitry, não é sobre ele que pergunto.

— Onde está Rowena? — Minha garganta dói muito e a voz sai estrangulada.

Vejo sua expressão mudar de alegria esperançosa para ódio infernal, e seus olhos negros se transformarem num poço sem fundo, o que me causa arrepios.

— Morta. Eu a matei.

Eu não esperava por isso. Me lembro dela tentando me sufocar, mas quis acreditar que tivesse sido apenas um pesadelo. Agora sei que não. Começo a chorar.

Dmitry fica desconcertado e explica:

— Eu precisei fazer isso, ela ia te matar.

— Ela me amava.

— O que você disse?

Forço um pouco mais a voz, apesar do desconforto.

— Ela disse que me amava. Mas acho que amava mais a você.

— Rowena só amava a si própria.

— Nós estávamos... Nós tínhamos começado a fazer amor, ela me fez gozar e depois disse que me amava e disse que sentia muito... - Minha voz se extingue porque a usei demais e tusso em meio às lágrimas. Dmitry me ajuda a levantar a cabeça e me dá um gole de água.

— Foi o que pensei depois que te livrei dela e percebi que as duas estavam nuas. — Sua voz é pura raiva e me assusta ainda mais.

— Não imaginei que você ia querer fazer isso de novo. — Ele continua, com a mandíbula tensa, claramente tentando se controlar.

— Nem eu. Para mim foi a primeira vez, já que não tenho lembranças da outra, mas... — De novo um acesso de tosse interrompe a minha fala. Dmitry me dá mais água.

— Mas eu tive um dia de merda e ela chegou tão carinhosa e meu corpo meio que respondia ao dela...

— Se você queria alguém para te chupar, eu estava à disposição, não precisava ter me traído com ela. — Seu sotaque fica mais áspero e pronunciado, demonstrando o quanto está nervoso.

— Eu... Eu não te traí. Já tinha terminado tudo entre a gente.

— As coisas entre a gente nunca vão terminar. — Ele afirma, me olhando como se eu estivesse maluca, caso houvesse sequer cogitado o contrário disso.

— Se está tão bravo, então por que veio? — Questiono, sem me importar em parecer ingrata, diante de sua irritação.

— Porque soube que você estava em perigo.

— Como?

— Através do laço de sangue. Um tipo de magia de ligação que tenho com você. Fiz isso para ser avisado sempre que estiver em risco de vida.

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