Capítulo V || Burning Desire

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O tempo está fresco e ela vestiu uma calça de pijama listrada de branco e azul claro e uma blusa branca de mangas curtas, indecentemente transparente.

— Gostou? — Pergunta, saindo do banheiro.

— Você é linda. — Respondo. Devo estar parecendo um idiota, porque ela ri de mim.

Estou sentado na cama, as costas na cabeceira e as pernas esticadas com os tornozelos cruzados. Ela vem em minha direção, quase saltando de empolgação e monta em meu colo. Golpe baixo. De qualquer maneira, essa parece ser a nossa posição, porque minhas mãos vão imediatamente para a sua bunda, num movimento típico de memória muscular.

Não consigo resistir, e a tomo num beijo feroz. Eu podia tê-la perdido para sempre. Minha garganta se fecha. Não sei como lidar com isso, então a aperto forte em meus braços. Beijo seu pescoço, mordo sua orelha. Meu pau está quase arrebentando a minha calça e a dela.

— Você é minha. Está me ouvindo? Só minha. Toda minha. — Determino, olhando no fundo dos seus olhos, como se apenas esse conhecimento pudesse afastá-la dos perigos.

Ela faz que sim com a cabeça.

— Quero que diga, diz que você é minha, Vivian.

Minha Ovelhinha finalmente entende a importância disso para mim.

— Sou sua. Só sua, toda sua. Eu te amo, Dmitry, achei que você já soubesse. — É a resposta que recebo.

Eu não esperava ouvir essas últimas palavras e fico meio sem reação, como um completo imbecil. Mesmo que já soubesse, gostaria de ouvir isso por todos os dias da minha vida... Ela parece não se importar; apenas sorri, contente, e volta a me beijar.

***

Nem sei há quanto tempo estamos assim, nem como consegui não gozar na calça. Eu devo ter batido algum tipo de recorde mundial ou interdimencional. Vivian faz carinho em meus cabelos e eu quase acredito que o céu existe.

— Você é problema pra minha vida. — Ela diz em dado momento, pensativa.

— Por quê? — Pergunto, sendo eu mesmo capaz de apontar dezenas de motivos pelos quais ela está certa.

— Minha falecida avó disse uma vez para mim e para a minha irmã, logo quando ficamos mocinhas: "fiquem longe de homem bonito, homem bonito só traz desgraça e problema pra nossa vida". E você é só o cara mais lindo e gostoso que eu já vi... Fico pensando no tamanho do problema...

— Acho que você será capaz de lidar. — Afirmo, tentando parecer bem-humorado, mas sem conseguir esconder o desconforto. Eu não quero ser um problema. Eu quero resolver os problemas dela. Todos.

Tenho que admitir que o que Martin me falou hoje ficou em minha cabeça: "faça o ritual, torne-a residente permanente de Nícta". Eu desistiria de tudo o que fiz até aqui, para preservar sua mente? Ela ficaria comigo sabendo o que eu sou, o que eu fiz? Todas as mentiras que contei? Não. Eu a perderia. E eu nunca perco.

— Está com fome? — Ela pergunta, interrompendo meus pensamentos.

— Um pouco.

— Que bom. Vou fazer o jantar para a gente então. Você ainda não provou minha comida. Quem sabe eu não te pego pelo estômago? — Ela pisca de um jeito fofo e sexy ao mesmo tempo.

Vivian levanta e me puxa pela mão rumo à cozinha.

Todos os nossos encontros anteriores estiveram envolvidos em tanto drama, que nenhum de nós sequer lembrou de comida. Exceto naquela noite em que comprei um sorvete para ela. Foi bom ver sua língua travessa trabalhando. Em breve lhe darei algo que ela gostará muito mais de chupar. De todo modo, é agradável finalmente viver um momento calmo; tive pouco disso na vida.

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