CAP. 10 Parte 1 - Assumindo o risco de acreditar

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instagram: lizzie_heather19

Eu não aguentava mais aquele falatório

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Eu não aguentava mais aquele falatório. Minha cabeça doía como o inferno naquele momento, não só pelo calor alucinante, mas porque o meu grupo de três amigas realmente não fazia ideia de quando simplesmente calar a boca e deixar um silêncio caloroso e satisfatório tomar o momento.

Primeiro, tinha a Madson. Ela era baixa, loira dos olhos verdes, corpinho escultural de manequim e nunca, nunca em toda a minha vida nos anos em que nos conhecíamos, eu a vi com uma roupa fora de moda ou com as cutículas e unhas mal feitas.

Segundo, tinha a Lindsey. Ela também era baixa e era bem magrinha, com uma cintura tão fina que uma régua de 30cm poderia ser enrolada ali. Ela era ruiva dos olhos castanhos claros, como amêndoas. Nunca a vi com o cabelo enrolado, mesmo aquele sendo o seu natural, por isso, desde sempre, ela andava com uma chapinha para cima e para baixo na bolsa.

Terceiro e por último, Lory. Ela era um pouco maior que Madson e Lindsey, mas ainda sim era baixa. Tinha cabelos curtos, abaixo das orelhas, castanhos claros e olhos tremendamente azuis. Seu corpo também poderia ser claramente a definição de perfeição, como se aquela garota tivesse caído do céu, nada diferente das outras duas ali. Ela era completamente contra refrigerantes e qualquer bebida com açúcar e gaseificada, então estava sempre entornando uma garrafinha de água goela abaixo.

E, apesar da beleza externa daquelas três aspirantes a modelos ali, eu não via beleza interior alguma nelas. Na verdade, elas eram, ao menos para mim, a maior definição de futilidade que existia no planeta terra. Então, você claramente me pergunta: porque você está no grupinho delas, então?

Bom, nos conhecemos no quinto ano. As três já eram amigas de infância, mas em um dia comum, no refeitório, uma garota dois anos mais velha estava ameaçando as três. Dizendo que elas poderiam aguardar pelo pior na saída do colégio e que elas sentiriam o gostinho real do que era a dor mais profunda do mundo.

Eu não iria me intrometer, mas quando a valentona virou para ir embora e acabou esbarrando em mim, ela gritou comigo, dizendo que se eu não prestasse atenção por onde eu andava, iria acabar sobrando para mim. Então eu simplesmente derrubei todo o meu lanche no chão do refeitório e acertei minha bandeja de metal na cabeça dela porque, coincidentemente, naquele dia eu não estava com um pingo de paciência.

Após isso, as três patetas começaram a me perseguir e me imploraram para poderem andar comigo, já que ninguém na escola ousava mexer habitualmente comigo. Não porque naquela idade eu já era a mais alta da turma e mais alta que a maioria das meninas no colégio e sim porque eu era casualmente quieta e considerada misteriosa.

Tão misteriosa ao ponto de começarem, no sétimo ano, a espalharem boatos de que o possível candidato a fazer um massacre na escola, era eu. Porque eu era quieta, tirava boas notas, não tinha amigos e geralmente nos dias frios, usava sempre o mesmo moletom largo e preto. Ridículo.

𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬𝑺 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora