No momento em que sinto algo desconfortável em meu corpo, me despertando de meu delicioso sono profundo, eu vou abrindo meus olhos lentamente em busca do que pode ser isso. Esse detalhe desgraçado que está me acordando - quando eu já não fui dormir muito cedo nesta madrugada.
No momento em que meus olhos encontram a shamã de cabelo azul de minha família, sentada na poltrona no canto escuro do quarto, em meio ao ambiente totalmente sinistro por conta do sol nem ter dado as caras ainda, minha alma desliza graciosamente pelo meu rabo e escapa para fora do meu corpo. Juntinho com o berro tão alto que expresso agora, que sou eu quem acorda os galos da vizinhança, não o contrário.
- Sua Ashnikko de Chernobyl depois da aids e do crack! Quem você pensa que é para ficar se esgueirando no meu quarto no meio da madruga assim, hein? - Eu berro para ela, talvez, tão aborrecida quanto nunca, me sentando na cama grandiosa enquanto minha mão vai ao meu peito. Meu coração ameaçando sair pela garganta a fora a cada maldito segundo.
- Eu me sentiria ofendida se soubesse quem é Ashnikko - Ela comenta divertida, o canto de seus lábios se erguendo com tanto deboche que consigo deduzir apenas duas coisas neste momento enquanto ainda me recupero do maior susto de absolutamente toda a minha vida. Um, ela não tem bom gosto. Se tivesse, saberia de cara que estou mencionado a deusa lunática das melhores músicas, Ash. Dois e não menos importante, ela está se divertindo com essa situação de merda. Me vendo tão patética assim.
- Enfim - Eu bufo aborrecida enquanto reviro os olhos. - O que tá fazendo aqui, hein? Quietinha no canto do quarto, no meio da madrugada, me observando dormir? Esse ar meio sociopata canibalesca não combina com você. Sem contar que das pessoas que eu fantasiei me assistindo dormir, você é uma das últimas da lista.
- Um, interessante a ideia de eu estar nessa lista, senhorita Golthree. - Ela diz, se levantando e caminhando silenciosamente até mim. E tudo o que eu consigo pensar é que: é mesmo interessante, mas quem liga? Quem ignora buraco é a prefeitura, porra. Ela se senta na beirada da cama e arqueia as sobrancelhas para mim, mesmo que seus olhos continuem fechados desde que essa cachorra nasceu e foi decretada shamã por divindades que desconheço. Sei que ela está me encarando. Eu sempre sei. - Dois, eu vim porque Ryo entrou em contato comigo. Ele me contou o que aconteceu na manhã de ontem.
- Entendo que o pivete está no auge da adolescência, mas quando foi que ele se tornou tão fofoqueiro assim, huh? - Eu questiono para mim mesma, porém em alto tom, pensando alto.
- Ryo precisa mesmo me informar sobre essas coisas, senhorita Golthree. É importante. Querendo ou não, estamos fazendo um experimento por aqui. - Eu suspiro de modo exausto e uno minhas mãos sob meu colo acobertado por um lençol, então a escuto emendar: - Você vomitou sangue, né? Sabe o que significa, certo?
- Uma porção de coisas - Digo e vejo como a shamã suspira de alívio. Mas é claro que eu não ouso sequer perder uma oportunidade dessas de zoar com a cara dela: - Pode ser diversos tipos de câncer, tuberculose, estresse intenso, minha menstruação pode ter errado o caminho e escapado por cima, essas coisas...
- Você nunca faria sucesso numa carreira como carreira de comediante - Ela me adverte após suspirar com decepção, forçando um sorriso para mim. Também tenho a impressão de que ela está estreitando os olhos em minha direção agora.
- Obviamente. Assim como não vou fazer sucesso nessa missãozinha de bosta em conquistar o Dragão de Ouro. Também não nasci para ser a nova amante dele, como nunca fui a ex amante dele, já que tá estampado nesse seu focinho o quanto você acredita nisso. Eu só quero voltar para a minha casa, para a minha vida e os meus negócios o quanto antes! - Disparo em sua direção, rosnando, já aborrecida. Quem está sendo tirada do sério por aqui sou eu e não essa filha da puta!
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𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬𝑺 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18
ФанфикшнImagines baseados nos BOTS do aplicativo CHARACTER AI e alguns autorais.
