CAP. 10 Parte 3 - Assumindo o risco de acreditar

823 54 128
                                    

instagram: lizzie_heather19

Eu suspirei pelo nariz pelo o que me pareceu a centésima vez naquele momento

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu suspirei pelo nariz pelo o que me pareceu a centésima vez naquele momento. Eu queria deixar claro, o quanto antes ao meu pai, que o que meus olhos viam naquele momento não me agradavam nem um pouco. Ele bufou, arregalou os olhos mais do que irritado com minhas declarações e disse:

"Trocando", então ele me estendeu um punhado de folhas do jornal do dia em sua mão e eu estendi a ele as que estavam em minhas mãos.

Ele estava com as noticias mais legais, politica, finanças e esportes e eu estava com a parte ridicula de lazer e familia. Ele estalou os lábios descontente assim que seus olhos alcançaram suas mais novas letrinhas miudas e eu abri um sorriso vitorioso, ao que finalmente me sentia satisfeita com o que estava lendo.

Nós sempre fazíamos aquilo no jantar. Líamos jornal para não sermos obrigados a nos encarar nos olhos e manter um diálogo normal para que o silêncio instalado não se tornasse constrangedor, mesmo que para para um pai e uma filha. Mas, fazer o que? Nossa relação era assim desde que eu me entendia por gente!

Eu remexi o maxilar, colocando uma garfada de comida na boca e vendo que meu pai estava fazendo o mesmo, no exato minuto. Isso nos fez trocar um olhar, breve, mas sustentado o suficiente para ambos unirmos nossas sobrancelhas ao notar que tínhamos uma mania em comum. E, eca. Nós partilhavamos do sentimento de odiar aquilo.

Deus me livre ser parecia com aquele cuzão.

Assim que nossos olhos se desviaram e eu terminei de engolir a comida da boca, a campainha de casa tocou. Meu pai me encarou e remexeu o maxilar, claramente descontente, o que me fez arquear as sobrancelhas e sacudir o jornal em minhas mãos para lembrá-lo do que ele mesmo vivia dizendo:

Eu nunca deveria atender a porta. Mulheres que atendem a porta da frente são oferecidas.

E ai que eu te pergunto, e se a mulher estiver sozinha em casa? Ela não atende? Eu abriria a janela na maior cara de pau...

Meu pai bateu os punhos contra a mesa, não tão forte, mas claramente irritado, assim se levantou e caminhou da mesa de jantar até a porta da frente de casa. Eu soltei uma gargalhada interior, ele odiava ser interrompido, mas então porque ficar inventando aquelas desculpas ridiculas para ninguém simplesmente se aproximar de mim ou sequer me ver?

Assim ele acabaria tendo que fazer tudo por si próprio mesmo e eu adorava essa ideia. Maleficamente, é claro.

Eu ouvi o ranger da porta, então a voz de meu pai:

"Lory.... entre, querida.", assim que ele disse aquele nome, eu uni minhas sobrancelhas e fui espiar por cima do ombro. Para minha surpresa, realmente era minha amiga entrando pela porta da frente. Assim que meu pai fechou a porta atrás de si, ele indagou novamente já caminhando até a cozinha outra vez: "Está com fome? Quer jantar conosco?".

𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬𝑺 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora