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- A sua casa é... muito bonita, professor Kennedy. – Digo, tentando quebrar esse clima estranho que sinto em que estou completamente perdida neste momento, "encurralada" por ele.
- Você gostou, senhorita Heather? – Ele me questiona, se afastando da porta lentamente enquanto caminha em minha direção sem pressa alguma. Engulo em seco porque, com o ambiente ligeiramente um tanto abafado agora, consigo finalmente inalar a colônia dele pela primeira vez desde que nos conhecemos.
- Sim... - Respondo em tom arrastado, cerrando o maxilar e engolindo em seco. Seu perfume me deixa inebriada, um tanto bêbada com a aproximação calorosa dele. Não vindo de sua pele, tenho que dizer. Apenas a ideia de estarmos sozinhos e próximos faz com que o ambiente pegue fogo a minha vista.
- Você deveria tomar um banho quente. Para não se resfriar, você sabe. – Ele diz, arqueando as sobrancelhas para mim enquanto está diante minha figura. O professor Kennedy escorrega a alça de sua mala pelo seu braço extenso e forte, então a segura no conforto de uma das mãos.
- Claro – Apenas concordo, ainda me sentindo completamente zonza e embebida de derretimento com sua presença próxima. Seu cheiro é absurdamente delicioso, e minha boca chega a ficar seca. Até porque, sinto que estou sedenta por ele. É ainda mais absurdo do que eu jamais poderia imaginar que fosse se tornar, considerando toda a atração indiscreta que sinto por ele.
- O banheiro fica no segundo andar. Tem toalhas limpas e até roupões se quiser, deixe suas roupas do lado de fora do cômodo, vou colocá-las na secadora e as devolvo assim que o processo terminar. – O professor Kennedy me informa em tom suave, se aproximando ainda mais de mim no momento.
Torno a engolir em seco com ele a minha frente, bem diante de mim. O professor Kennedy repentinamente ergue sua mão esquerda em minha direção. Ele toca a lateral de meu rosto com lentidão, sem pressa alguma. Como se o mundo estivesse em câmera lenta neste segundo, congelado. Fecho os olhos por um momento, minha respiração engata e eu sinto meu coração palpitar violentamente. Ele desliza as costas de seus dedos lentamente pela minha pele, afastando alguns fios de cabelos grudados em minha pele por eu ainda estar encharcada pela chuva recente.
Quando torno a abrir meus olhos e encontro os dele, um suspiro trêmulo escapa de minhas narinas e meu coração palpita com ainda mais hostilidade. Sinto que estou completamente sem ar, tanto quanto nunca. Os olhos absurdamente azuis do professor Leon Kennedy se tornam ainda mais escuros neste momento enquanto ele me encara de volta. Eles brilham momentaneamente mesmo com a má iluminação local, então, tenho aquela vista outra vez.
Seus olhos passam de um azul profundo para um tom obscuro e amendoado, tão escurecido que parecem se tornar pretos. Seria assustador se eu não estivesse tão hipnotizada pela presente dele, o cheiro dele. Aquela sensação de todo meu corpo se tornar dormente outra vez me invade com tudo, fico formigando da cabeça aos pés. Engulo em seco e meu peitoral treme com a violência de meu coração.
