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"Odeio Natal", digo entredentes, arrancando o laço vermelho no alto da parede. "Odeio Ano Novo", então arranco uma bolinha em dourado brilhante. "Odeio essas festas ridículas", continuo, tremendamente irritada, agora arrancando com força o enfeite verde e comprido que segue por toda extensão da parede. De fora a fora. Jogo no chão com hostilidade e bufo.
"Ô retardada! Eu ainda tô aqui embaixo!" Leon exclama e eu abaixo meu rosto para encará-lo enquanto ele permanece segurando a escada na qual estou para ficar na altura da parede. Assim ele ergue a mão direita e arranca o enfeite verde que se enroscou na sua cabeça e pescoço quando o joguei com hostilidade. E olha que nem foi proposital. "Porque odeia tanto as festas de final de ano? São tão legais." ele comenta, suspirando longamente.
"Enfia sua opinião no cú, Leon." eu digo, rosnando para ele. Leon imediatamente fecha sua expressão para mim e eu continuo a explicar: "Como você tá sendo tão positivo agora? Olha em volta, cara!", exclamo, erguendo ambos os braços para mostrar a agência vazia a nossa volta, assim finalizo: "Somos seis funcionários ao todo. Absolutamente todo o resto está de folga e nós estamos aqui!"
"No ano passado nós ficamos de folga enquanto todos os outros trabalharam. Então, é apenas o justo." ele me responde, arqueando as sobrancelhas. Eu reviro meus olhos e retiro o último laço no alto da parede dessa decoração ridícula de Natal, começando a descer as escadas agora.
Eu bufo outra vez, completamente aborrecida com tudo isso. Pego os enfeites de Natal que caíram no chão e jogo na caixa de papelão próxima de meus pés, então a ergo nos braços e caminho em direção a um dos corredores. Vou guardá-la no almoxarifado, onde ficam todas as coisas velhas que costumamos usar apenas uma vez no ano.
"Escuta", Leon apressa seus passos, se alocando ao meu lado. "Vamos fazer alguma coisa? Sair, beber, comer. O que você quiser." ele continua, seu rosto ligeiramente virado em minha direção agora.
"Amanhã, né?", eu viro meu rosto em sua direção e encaro seus olhos, ainda andando pelo corredor. "Esqueceu que vamos ficar aqui a noite toda já que todos os outros preguiçosos estão em casa?", o lembro, unindo minhas sobrancelhas.
"Ah..." Leon suspira, erguendo os olhos enquanto se lembra do que mencionei.
Ele não fala mais nada, apenas pega seu cartão magnético no bolso frontal da calça e passa na fechadura eletrônica da porta do almoxarifado. A porta ecoa um "bip" e se abre, Leon a segura e adentra o local comigo. Ele imediatamente começa a tossir quando a porta se fecha atrás dele, com toda a poeira acumulada no lugar.
Eu vou até os fundos, colocando a caixa num buraco livre em uma das prateleiras da direita do cômodo grandioso. Leon fica ao meu lado, abanando a mão a frente do rosto enquanto está numa crise de tosse violenta, o que me faz erguer meu rosto em sua direção e soltar um risinho.
