CAP. 35 Parte 3 - O despertar do dragão

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Assim que meus olhos se abrem, um espasmo repentino e instintivo invade todo o meu corpo, fazendo com que eu me erga rapidamente e apoie ambas as mãos no solo

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Assim que meus olhos se abrem, um espasmo repentino e instintivo invade todo o meu corpo, fazendo com que eu me erga rapidamente e apoie ambas as mãos no solo. Demoro alguns segundos, mas finalmente reconheço que estou no quarto. No meu mais novo quarto na propriedade do Dragão de Ouro.

Minha mão direita segue imediatamente para o meu peito, meu coração palpitando feito louco. Minha respiração nunca esteve tão descompassada quanto agora, estou suada da cabeça aos pés, mesmo que o clima esteja tão agradável quanto nunca. Meus lábios ficam entreabertos e meus olhos contornam todo o quarto, esquadrinhando cada mínimo detalhe.

Mas sinto que não consigo enxergar nada devidamente direito neste momento. É como se tudo estivesse embaçado. Uma névoa branca inundando ambos meus olhos e uma pressão imensurável tomando minha cabeça, criando pressão, me deixando a beira do desespero.

Isso já vem acontecendo a três noites desde que comecei a morar – contra a minha vontade, nesta propriedade. Mais especificamente, depois do meu primeiro dia aqui. Não sei dizer com exatidão se foi por conta daquele brilho que cintilou nos lindos olhos do Dragão de Ouro quando ele me prendeu contra a parede violentamente ou se foi pela culpa que havia nestes logo depois dele me empurrar com força durante a noite, no corredor – minha cabeça enorme já está curada, para a sua informação, foi apenas um corte leve.

Em alguns momentos, meus olhos alcançam a pequena fresta entre as cortinas de seda azul escuro, tendo a vista do sol lá fora, já raiando fortemente. Cerro o maxilar e suspiro trêmula pelo nariz, forçando o meu coração a se acalmar a todo custo. Eu preciso disso. Para ao menos lidar com toda essa merda que vem acontecendo por aqui.

O Dragão Filho de uma cadela de Ouro que vem me ignorando a um bom tempo, por exemplo. Ao menos ele mostrou remorso. Mostrou que uma parte dele é humana, já que havia culpa cintilando em seus olhos absurdamente azuis.

Eu sacudo minha cabeça minimamente, espantando esses pensamentos confusos e incômodos momentâneos. Logo, afasto o cobertor de mim e praticamente salto para fora da cama. Tenho muito a fazer no dia de hoje e não vai ser um molequinho com uma boquinha gostosa, braços incrivelmente fortes e temperamental que irá me atrapalhar. Não mesmo! Bufo alto quando já me encontro de pé, então prendo os cabelos rapidamente num coque alto e desengonçado, correndo para uma breve ducha.

Depois do banho, ignorando completamente a ideia de que pareço tão desleixada quanto nunca ao que minhas unhas estão horrendas, eu visto minhas roupas matinais sociais de habitualmente e sigo para fora do quarto – prestes a tomar um café rápido na cozinha e então seguir para uma de minhas conferências online da semana.

- Bocetinha cabeluda! – Eu exclamo em susto assim que abro a porta do quarto. Mesmo que a visão de Ryo, meu filho, parado a frente da porta, me estendendo uma caneca bordada com gatinhos e florzinhas, de café, seja adorável, não posso negar que tomei um baita de um susto. Vem acontecendo muito, ultimamente. Mas eu não tenho culpa. Ryo tem passos absurdamente leves e isso me preocupa.

𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬𝑺 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora