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Continuo arrastando-a por um dos braços para que ela não deixe de me acompanhar em momento algum. É perigoso demais pararmos de andar nessa velocidade agora. Acho que já despistamos algumas daquelas coisas horrendas, mas eu não estou nem um pouco afim de arriscar nossas vidas diante disso.
A tempestade violenta ainda nos ensopa da cabeça aos pés e também é o som mais presente no momento. Os raios que cortam os céus atordoam meus sentidos com os estalos exorbitantes, o chão treme insistentemente e eu me sinto ligeiramente sem ar. Tenho que piscar milhares de vezes para que a chuva não me impeça de enxergar e me faça desviar do meu devido caminho aqui.
Meu braço livre permanece esticado no ar para que eu afaste a parte alta do milharal presente de nosso caminho, o que nos permite atravessar o local desleixadamente mais rápido, o que é perfeito na nossa situação aqui.
Quando finalmente dou um passo mais do que desleixado à frente, nos libertando do confinamento aberto do milharal grandioso, arrasto a garota pelo braço ainda mais comigo, escutando-a gemer de dor pelo meu ato brusco. Mas totalmente em prol de nossas vidas. Meus olhos alcançam a cabana no mesmo segundo, aparentemente abandonada e isso não me permite vacilar por um segundo que seja.
- Espera, Leon! - A mulher pragueja em alto tom logo atrás de mim enquanto eu a arrasto pelas sutis escadas acima que nos dão entrada para a varanda aberta e amadeirada da cabana abandonada. Ao menos eu deduzo que está abandonada, considerando o estado do lado de fora e como aparentemente não há ninguém presente.
Eu nem mesmo me dou o esforço de responder a garota teimosa e insistente, ao que obviamente só estamos nessa situação por causa dela e somente por causa dela. Sou presunçoso, sim, mais do que o habitual e isso provavelmente tira as pessoas do sério. Sou o cara mais metido que conheço, mas, dessa vez, eu não estou errado. Foi por culpa dela, dessa vez foi tudo culpa dela. Nem mesmo ela ousaria negar essa merda.
Quando estamos diante a porta amadeirada da cabana, eu não perco um segundo que seja antes de erguer minha perna direita no ar e arrombar a entrada do local. A porta bate contra uma das paredes do interior e estala absurdamente alto com o contato, então eu arrasto a mulher próxima pelo braço outra vez e a jogo dentro da cabana, finalmente libertando-a de meu aperto.
Fecho a porta de madeira outra vez e quando meus olhos alcançam a primeira cadeira também de madeira no interior do local, eu caminho até ela e a ergo nos braços. Aloco as costas da cadeira contra a maçaneta da porta para que isso ajude de algum modo, impedindo uma entrada externa direta.
- O que é que você tem na cabeça? - Eu acabo berrando alto até demais quando finalmente me viro para Heather, que está aos fundos da cabana, analisando uma prateleira pendurada no alto da parede. - Porque você sempre tem que ser tão imprudente? Você quase nos matou, caralho! - Continuo a falar, agora caminhando em passos duros em sua direção, quase prestes a espumar pela boca de tanto ódio.