01.

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Priscila acordou com os cabelos bagunçados passando a mão pelos olhos enquanto rolava pela cama. Havia dormido com uma camiseta vermelha velha e surrada e um shortinho cinza curto, fazia calor em São Paulo. Ela esticou o braço e abriu uma frestinha do olho checando o horário, "07:30" indicava o visor. Ela resmungou adiando o despertador do celular e em seguida cobrindo o rosto com o travesseiro, escondendo-se da claridade que insistia em iluminar seu pequeno apartamento.

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Priscila despertou irritada e pegou o celular que estava jogado ao seu lado na cama de casal.

- Alô? - Respondeu numa voz ainda mais rouca que o habitual, enquanto piscava os olhos confusa e sonolenta.

- Pri? - A voz de sua amiga Malu soou do outro lado. - Onde você está?

- Em casa. - Priscila se sentou na cama coçando a cabeça ainda tentando se situar.

- Se liga, tem uma cliente te esperando aqui! - Sussurrou.

- Que horas são?

- 10 da manhã fofa! - disse Malu exasperada - Ela disse que combinou com você às 10, mexe essa bunda pra cá agora! - Ainda sussurrava, o que fez Priscila imaginar que a cliente devia estar perto, Malu não fazia o tipo que sussurra.

- Merda! - Disse enquanto arranjava uma desculpa. - Diz pra ela que eu to presa no transito a caminho, em 10 minutos eu tô aí. - Ela se levantou da cama descalça e foi em direção ao banheiro se arrumar.

Maria Luísa era sua melhor amiga, antigamente era tatuadora em Los Angeles, mas há 1 ano havia se mudado para São Paulo, Priscila tinha começado a tatuar bem cedo, com 19 anos. Infelizmente, graças à sua parte do seguro de vida da mãe já tinha o próprio estúdio no centro de São Paulo, pra onde havia se mudado depois do acidente que a vitimou em Miami dois anos atrás. Seu estúdio se chamava Dragonfly em homenagem à sua avó, mas poucos sabiam disso, talvez só Malu, que agora era sua sócia.

Após terminar sua higiene matinal vestiu uma saia xadrez vermelha com uma blusinha preta justa e confortável, calçou a primeira bota preta que viu pela frente e desceu as escadas colocando os óculos escuros e prendendo os cabelos de qualquer jeito com uma piranha. Subiu quase num pulo em sua Kawasaki Ninja 300 preta com vermelho sangue, colocou o capacete e partiu rumo a Rua Augusta, onde ficava seu estúdio.

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- Ela já tá chegando, viu... - Malu disse à cliente com seu melhor sorriso.

- Carolyna Borges. - Respondeu ligeiramente impaciente a moça de traços latinos sentada com a perna cruzada e um óculos escuro em um puff vermelho que ficava no canto do estúdio.

- Perfeito, ela já tá chegando Carolyna, deve estar aqui em...no máximo.. - Consultou o relógio na parede. - Cinco....

- Bom dia! - Priscila abriu a porta com o capacete nas mãos e um sorriso. Malu respondeu lhe sorrindo amarelo e logo se retirando para os fundos do estúdio, a morena sentada apenas olhou pra ela enquanto mexia impaciente nas próprias unhas.

- Você deve ser a Carolyna. - Rapidamente se dirigiu à moça sentada cumprimentando-a com um beijo no rosto.

- Sou eu. - Respondeu a outra num tom irritado tirando os óculos. - Haviamos combinado às dez, já são dez e meia.

- Sim, perdão por isso. - Disse um pouco afoita, olhando nos olhos da outra, Respirando fundo. - Vou te dar um desconto, como pedido de desculpas, tá bem? - Gesticulou ainda com o capacete em mãos.

- O melhor era não ter atrasado. - Murmurou a morena. - Vi seus trabalhos no instagram do estúdio, espero que seja realmente boa, você talvez vá tatuar uma boa parte desse corpo. - Disse se levantando com um meio sorriso.

Dragonfly - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora