Carolyna ouviu uma música baixinho conforme ia recobrando a consciência. Estava deitada sozinha e nua na mesma cama de antes, coberta apenas por um lençol branco. Sua ressaca havia ido embora, sentia-se plenamente descansada. Soltou um suspiro satisfeito rolando para o lado na cama e de repente a realidade a atingiu em cheio.
Ela e Priscila tinham feito sexo, "um dos melhores da minha vida, apesar de eu não ter tido muitos, mas...", pensou. "Que inferno, por que eu fiz isso? Carolyna, qual o seu problema, droga! Não devia ter feito isso, não devia!" pensou enquanto levantava da cama enrolada
- Olá. - Disse a voz rouca adentrando o comodo apenas com um top branco e um calcinha preta, com o cabelo ruivo caindo pelos ombros. Camila agora notava que a porta estava aberta e a música vinha da sala.
- Como eu vim parar na sua cama outra vez? - A latina perguntou engolindo suas culpas.
- Você adormeceu na banheira e eu te carreguei. - A ruiva respondeu como se fosse óbvio.
- Você precisa parar de me carregar quando eu estou desacordada. - Retrucou a outra passando pra sala e procurando as roupas.
"Talvez seja você quem precise parar de ficar desacordada perto de mim" pensou Priscila, mas apenas riu ganhando um cenho franzido da outra.
- Não vai encontrar suas roupas. - Disse despreocupada seguindo-a para a sala. - Tomei a liberdade de pôr pra lavar.
- Que? - Carolyna se virou imediatamente pra ela arregalando os olhos. "Cuidar de mim após uma bebedeira já era demais, fazer sexo era ainda pior... Agora... lavar minhas roupas? Será que casei com ela enquanto estava bêbada e ela esqueceu de me contar?"
- Não dava pra você ir embora com aquelas roupas... As pessoas na rua iam seguir você pelo cheiro achando que estavam se aproximando de uma das unidades da Starbucks. - Riu de novo.
- Acha mesmo que confundiriam seu café com o da Starbucks? - Retrucou Carolyna descontando a raiva que estava de si mesma na outra
Priscila não se surpreendeu, algo nela dizia que Carolyna só fora gentil mais cedo, pois estava com ressaca o suficiente a ponto de não ter energias para ser a Carolyna de sempre com ela.
- Não era você que ia tomando duas xícaras? - Provocou erguendo uma das sobrancelhas fazendo seus olhos brilharem sutilmente.
- Preciso de roupas. - Disse Carolyna vendo-se sem saída e imaginando onde aquele assunto ia chegar.
- As minhas não vão servir em você... - Priscila começou a dizer.
- Podem ficar largas. Eu te devolvo em breve, só preciso ir embora. - Respondeu impaciente.
A dona da casa se dirigiu ao seu guarda-roupa sentindo seu ego ferido pela pressa da outra em voltar pra casa. Geralmente as garotas com quem Priscila dormia iam embora quando Priscila dizia pra irem. Geralmente ela fazia isso rápido, mas agora sentia que queria que a outra ficasse mais.
- Aqui. - Disse estendendo, a contragosto, uma calça jeans e uma blusa na direção da outra. - Não vou te emprestar minhas lingeries.
A latina veio rápido da sala e passou por Priscila pegando as roupas, sem nem parar enquanto caminhava apressada para o banheiro quarto.
"Essa mulher é um furacão! Furacão Carolyna Borges" Pensou a ruiva divertida e ouviu a porta do banheiro bater "Um bom nome pra um furacão."
Poucos minutos depois a mulher saiu do banheiro, as roupas de Priscila ficaram evidentemente largas nela, com exceção do quadril onde haviam ficado até justas. A dona das roupas a esperava sentada na beirada da cama de frente para o banheiro, fumando tranquilamente um cigarro da maconha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dragonfly - Capri
FanfictionPriscila Caliari é uma mulher independente e solteira (com as melhores implicações da palavra) que mudou-se de Miami para São Paulo onde possui um estúdio de tatuagens, na Rua Augusta, com sua melhor amiga Maria Luísa. Tudo vai bem até que Priscila...