Dragonfly - Capri

39.

A latina abriu os olhos, fraca. Sua boca estava seca, não sabia onde estava ou quanto tempo havia dormido. Olhou para baixo e viu as roupas do hospital. Do seu lado a ruiva dormia sentada em uma cadeira completamente desconfortável.

"Priscila?" seu cérebro confuso se lembrou das palavras de Amanda. "É um delírio?" pensou quase chorosa "Qual parte das lembranças é real?". Começou a olhar ao redor, tentando reconhecer onde estava.

Notou que seus dedos estavam entrelaçados com os da mulher. Fechou os olhos com força com medo de aquilo ser só uma ilusão, e em seguida os apertou de leve. Eram reais. Abriu um sorriso e apertou mais forte para ter certeza de que a mão dela realmente estava ali, o que causou um sobressalto na maior que quase caiu da cadeira.

A latina riu com o acordar atrapalhado e assustado da outra, e se arrependeu no mesmo instante, sentindo dores por todo o corpo. Tossiu sentindo as dores se espalharem mais e logo a outra estava de pé, com um olhar preocupado e um sorriso enorme no rosto.

- Está de volta! - Disse em meio ano acesso de tosse da outra, Ihe estendendo um copo d'água com um canudo.

- Eu te amo, Carolyna. - Murmurou meio sem voz tocando a mão livre da maior que colocou o copo sobre a mesa de cabeceira.

- Eu também te amo. - Se aproximou com cuidado depositando um beijo terno na testa da garota, como fizera todos os dias que viera visitá-la até então.  - Eu achei que você tivesse morrido. - Ela murmurou baixo, se referindo à foto que Keana lhe mostrara. Voltou a tossir e voltou a sentir as dores.

- É uma longa história, Lyna. - A outra falou desviando os olhos. - Não vamos falar disso agora tá? Você precisa descansar meu amor. - A latina assentiu. - Eu adoraria ficar com você só pra mim, mas acho que os médicos vão querer te ver agora. - Disse acariciando com cuidado sua cabeça enfaixada.

- Quanto tempo - Começou a perguntar antes de tossir novamente e receber novamente o copo d'água.

- Quanto tempo dormiu? - Perguntou a maior recebendo um fraco aceno positivo. - Três noites e quatro dias. - Disse dando outro beijo na sua testa. - As três noites e quatro dias mais longos da minha vida. - Admitiu com um sorriso fraco. -Nunca foi tão difícil ficar sem você.

Uma lágrima rolou dos olhos inchados da pequena e escorreu até o sorriso cansado que iluminava fracamente o seu rosto.

- Não, não chora... - A maior falou, falhando e chorando também. - É muito bom te ter de volta. - Falou apertando a mão da latina de leve. - Vou chamar os médicos agora tá? - Perguntou recebendo outra confirmação. - Eu te amo. - Sussurrou antes de apertar o botão das enfermeiras ao lado da cama. - Eu te amo muito Carolyna. - Disse dando outro beijo na testa dela.

-★

Foram ouvidas três batidas na porta e em seguida a ruiva entrou. Daniela se virou para encara-la, o semblante cansado não negava sua vigilia na antessala do quarto da namorada.

- Dani...a Carol acordou. - Priscila disse e seu olhar passou para Malu ainda deitada na maca após o vidro, ainda desacordada.

- Que bom! - A coreana falou o mais animada que pôde apesar do cansaço e do coração pesado por Malu. - Falou com ela?

- Sim, ela perguntou por todas vocês antes dos médicos tirarem ela de mim. - Comentou. - Eles estão fazendo uma série de exames pra ver como ela vai reagir as cirurgias feitas por conta das pancadas na cabeça, mas ela conversou normal comigo e se mexeu normalmente então...acho que está bem.

- Os pais já a viram? - Questionou receosa, os olhos voltaram a vigiar Malu.

- Não. Acho que ainda nem sabem que ela acordou. - Comentou. - Eles não ficaram à noite lembra?