21.

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A ruiva estava sentada na sala de espera do Dragonfly. Ansiosa, ela mexia nas unhas e olhava no relógio, já havia andado, sentado e voltado a andar novamente. Carolyna marcara com ela as vinte pras três e até agora não aparecera, o que fazia dela... "Quinze minutos atrasada" pensou Priscila checando o relógio na parede "Ela nunca se atrasa" estava pegando o celular para ligar pra a outra quando Vanessa pigarreou e lhe acenou com a cabeça indicando que havia alguém à porta, que se abriu.

- Boa tarde. - Carolyna cumprimentou com um sorriso leve, parando pouco depois do batente da porta e segurando-a aberta. - Vamos Priscila? - Perguntou ajeitando tira de sua bolsa no ombro.

A tatuadora se levantou dando um aceno acompanhado de um sorriso amarelo para Vanessa e se aproximou da latina na intenção de cumprimentá-la com um beijo, mas a mesma rumou para fora do estúdio quando ficaram mais próximas, apenas segurando a porta aberta para que ela passasse. Priscila a encarou sem entender.

- Carolyna, o que está acontecendo com você? - Uniu as sobrancelhas e ergueu levemente as mãos ao lado do corpo.

- O que acha de um café? - Perguntou a menor em um tom casual colocando seus óculos escuros e caminhando à sua frente.

- Algo me diz que vou precisar de algo mais forte. - Murmurou a ruiva a contragosto acompanhando seu passo. - Se importa se fomos ao bar ou à minha casa? - Perguntou imitando a formalidade e distância da outra, colocou as mãos no bolso enquanto a seguia.

- Bar então. - Concordou a latina abrindo a porta do carro.

- Tem aquele da rua. - Priscila apontou para o lugar onde sempre costumava ir com as amigas.

- Aquele não... Pode entrar. - Acenou para que Priscila se sentasse no banco do passageiro. segurando a porta aberta, ela o fez.

- Carolyna, será que tem como você me dizer logo o por que está assim? - Perguntou exasperada assim que a outra se sentou no banco ao seu lado.

A menor se virou para ela apoiando um dos braços no volante, encarou-a por trás dos óculos escuros e Priscila poderia jurar ter visto um sorriso querer brincar no canto dos lábios cheios da garota, mas logo a expressão fechada tomou conta das feições novamente.

- Você é linda, Priscila. - Ela disse antes de se voltar para frente e dar partida no carro.

- Me diz logo o que está acontecendo. - Pediu mantendo a voz calma com o pouco de paz que ainda lhe restava e tentando ver os olhos da outra pela lateral do óculos.

- Aqui não. - Foi a resposta da outra sem desviar os olhos da pista. - Se acalme, conversaremos assim que chegarmos lá. - Disse tocando suavemente as costas de sua mão após mudar de marcha.

Após isso a ruiva se deu por vencida e passou o caminho todo pensando em possibilidades para aquele comportamento, se remoendo por dentro. Até que a latina parou o carro e desligou o motor, descendo e esperando-a do lado de fora.

- Priscila, venha. - Disse a menor se inclinando-se pela porta aberta do lado do motorista e logo a outra desceu do carro seguindo-a para dentro de um pequeno bar.

- Isso não parece o tipo de lugar que você gosta de frequentar. - Comentou a ruiva vendo que o local se parecia mais com um botequim de esquina do que com qualquer outra coisa. Carolyna apenas caminhou até uma mesa nos fundos e se sentou retirando os óculos escuros. A tatuadora se sentou e acompanhou o olhar da mulher até onde um senhor idoso com um grande bigode branco assistia uma velha TV enquanto enxugava alguns copos. Ele era a única pessoa ali além delas.

Após três acenos não vistos, a ruiva resolveu se levantar e ir até ele fazendo o pedido das bebidas: para ela, o melhor whisky que aquele lugar poderia oferecer o que não era muito e um suco de maracujá à pedido da latina.

Dragonfly - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora