11.

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Carolyna acordou com uma claridade leve entrando pela janela, algo cheirava bem e não era o perfume de Priscila nos lençóis, o apartamento tinha com cheiro de bolo.

Ela preferiu não abriu os olhos, permitindo-se recapitular as lembranças da madrugada anterior. Definitivamente ainda sabia jogar, e a estratégia de não olhar para aquele par de esmeraldas funcionara muito bem, mas não conseguira tirar Caliari do sério ao ponto que queria e no final ainda pedira para ser fodida.

Em outras circunstâncias isso seria um saldo negativo para a latina, a sedução era seu jogo favorito e ela não gostava de perder em nada, mas gozara duas vezes, sem falar no orgasmo, então achava que podia relevar a perda do jogo. "Mas...implorar pra ser fodida já é demais. Ela vai me pagar por isso. Carolyna Borges não é mulher de implorar por nada!" pensou tentando se convencer disso e começando a arquitetar sua pequena vingança, mas em todos os planos que traçava seus pensamentos acabavam com Priscila a dominando durante o sexo.

"Ok Carolyna, vamos lá....você vai conseguir pensar em algo" pensou se agarrando mais ao lençol que a cobria e ronronando baixo involuntariamente, ainda de olhos fechados.

"Seu medo todo não serve de nada, aposto que ela nem notou sua insegurança ontem...e o vinho ajudou um pouco, é claro...mas você se saiu bem garota..." continuava a pensar consigo mesma.

Algo se moveu tapando a luz que batia em suas pálpebras e ela resolveu abrir os olhos. Pelo cheiro que estava na casa ela imaginou que Priscila estivesse na cozinha, mas quando se acostumou à luz viu que a ruiga estava lá e era seu corpo que havia tapado parcialmente a luz.

Priscila sorria com o celular nas mãos enquanto digitava alguma coisa. O coração da latina disparou "Esse celular não é o meu, é?" pensou por um segundo, antes de constatar que não, não era...e ainda que fosse, a maior não tinha sua senha nem nada do tipo. Seus pensamentos se tranquilizaram e ela apoiou o tronco nos cotovelos chamando a atenção da tatuadora.

- Bom dia. - Disse a garota de voz rouca abrindo um sorriso estonteante e deixando o celular no móvel á cabeceira da cama.

- Bom dia. - Respondeu a latina esfregando os olhos. - Você parece feliz....

- Minha amiga, Malu, a morena lá do estúdio.. - Carolyna assentiu. - Tava me contando umas novidades. - Disse rindo e de repente mudou de assunto. - Sabia que você dorme como um bebê? - Disse olhando-a ainda com aquele sorriso maravilhoso que lhe chegava aos olhos ligeiramente cerrados.

- Como assim? - perguntou sem entender nada, sentando-se de frente pra outra, enquanto tapava um bocejo com a mão, parcialmente enrolada no lençol.

Os olhos de Priscila vacilaram por alguns segundos, deixando os da latina para percorrerem seu corpo parcialmente exposto, fato que não passou despercebido pela pequena.

- Ha, você dorme com mão embaixo da cabeça sabe? - Disse meio envergonhada por ter dito aquilo em voz alta.

- Ah...sei. - Riu para em seguida franzir o cenho. - Por quanto tempo me assistiu dormir? - Perguntou notando que a outra vestia um roupão e estava com o cabelo molhado.

- Não muito, na verdade. Eu dei uma ajeitada na sala, trouxe sua bolsa pro quarto. - Apontou pra bolsa ao lado da cama, perto de onde Carolyna estava.
- Também fiz... - De repente lembrou-se do forno, arregalou os olhos e saiu correndo do quarto. - Já venho! - Gritou da sala.

Carolyna ficou na cama por alguns segundos e se pegou sorrindo lembrando da cara de desespero da outra. Quando percebeu que sorria, negou com a cabeça e resolveu fazer sua higiene matinal enquanto a Priscila não voltava para o quarto. Largou o lençol na cama foi nua até o banheiro.

Dragonfly - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora