Lua-de-mel

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Quando se tratava de Diego era fraca, passional e irresponsável, Penélope concluiu no meio da madrugada, a mente revivendo a paixão que os tomou horas antes enquanto observava o rosto másculo adormecido. Mas não se arrependia, ao contrário, desejava se entregar a paixão que persistia em queimar entre eles apesar do tempo, das mentiras e segredos.

Impulsivamente, sem poder resistir à tentação de toca-lo, mergulhou os dedos no cabelo dele, apreciando a sensação dos fios macios em sua mão, ajeitando alguns que caiam na face serena.

Em seu sono, Diego parecia mais suave e atraente. Mesmo enquanto dormia, a aura de masculinidade emanava por ele a envolvia poderosamente.

Sem pensar no que estava fazendo, deslizou a ponta dos dedos pela barba cerrada, lembrando-se da sensação dela contra sua pele quando beijou cada centímetro de seu corpo.

Seus dedos chegaram à boca sensual, percorrendo devagar o lábio inferior, recordando como encaixavam nos seus, como a possuía de todas as formas e a mantinha cativa mesmo quando só lhe sorria.

Levou um pequeno susto quando subitamente os olhos de Diego se abriram ao mesmo tempo em que sua boca se fechou sobre os dedos dela e as mãos a enlaçaram pela cintura, puxando-a para mais perto dele.

— Diego! — Penélope protestou.

A sensação de tê-lo sugando seus dedos fez com que murmurasse o nome dele novamente, em um longo e trêmulo gemido de desejo, no lugar da objeção anterior.

Diego libertou-lhe os dedos, mas manteve-a cativa em seus braços, abraçando-a com carinho, os lábios pousando em um ombro feminino, causando uma quentura circular que se iniciou no estômago dela e deslizou ardente para baixo.

Penélope sentiu os lábios dele subirem por seu pescoço, o calor da respiração de Diego fazendo-a suspirar.

— Não me canso de beija-la — Diego murmurou ao alcançar sua boca, tomando-a com ternura. — De te amar.

― É... ― soltou sem muita coerência, flutuando num mar de sensações, enquanto o marido acariciava seus seios.

Sua boca se entreabriu para receber mais um beijo apaixonado e, devagar, Diego foi descendo as mãos, fazendo as mais deliciosas carícias. Penélope gemia baixinho, afagando-o também, tocando-lhe as partes mais íntimas, arqueando os quadris contra a mão dele.

Aceitando o delicioso convite, Diego se colocou sobre ela e a penetrou com uma paixão intensa, à qual Penélope correspondeu sem temor.

Penélope o enlaçou com as pernas, saboreando a delicadeza com que ele a penetrava desta vez, devagar, aumentando o ritmo gradativamente conforme ela se enroscava mais a ele, puxando-o ansiosamente.

Logo chegaram as contrações intensas, fortes, mergulhando-os em um turbilhão de prazer e emoção, o clímax chegando em numa tumultuada explosão.

Aproveitaria cada dia que lhe restava daquela lua-de-mel e quanto tempo mais durasse a relação dele, decidiu aninhando-se nos braços fortes e adormecendo novamente.

~*~

Nos dias seguintes entraram numa rotina. Acordavam de manhã, tomavam o café, nadavam na piscina da propriedade e passavam a tarde pela praia, tomando sol e aproveitando as atrações turísticas do lugar, e à noite, depois de colocarem Samuel para dormir, se entregavam com paixão aos braços um do outro.

Samuel, que os acompanhava nos passeios, também curtia aquelas férias fora de época, curtindo feliz os dias e se empolgando nas brincadeiras, sempre chamando os dois para compartilhar.

Embora ainda reservasse algumas coisas para si, Penélope começou a sentir-se à vontade com Diego e conversavam abertamente sobre coisas do dia, da rotina e até alguns planos que tinha para a fábrica.

A cumplicidade dos tempos de namoro foi resgatada, embora ela não tocasse no passado. Diego tentava, mas Penélope desconversava sobre o futuro do casamento deles e evitava com ainda mais empenho falar do passado.

— Vamos aproveitar ao máximo a tranquilidade dessa pausa dos problemas — Penélope pediu após novos questionamentos dele.

— Verdade — concordou vencido, abraçando-a com carinho ao comentar: — Sinceramente poderia passar o resto da vida aqui com você e Samuel.

Penélope assentiu com um sorriso, pois se sentia da mesma forma.

~*~

Quando enfim o dia de retornar chegou, foi com dor no coração que Penélope observou Diego colocar as malas deles no maleiro e Samuel se despedir da caseira.

Sentindo os olhos formigarem, segurando a vontade de chorar e se negar a voltar a loucura da mansão, apreciou a construção que a abrigou naqueles dias maravilhosos, de extrema felicidade e paixão.

Desconsolada, Penélope olhou ao redor, concluindo novamente o que, no fundo, soube desde o retorno de Diego a mansão: o amava, sempre o amou e era provável que o amasse para sempre, mas jamais ousaria se declarar. Sabia que retornar a cidade, em específico a mansão, destruiria os momentos de amor e carinho, talvez até os separasse novamente, por isso preferia resguardar-se no que podia controlar.

Voltou-se para Diego, observando os traços fortes de seu rosto com o coração apertado de dor.

Como um filme, recordou os últimos e mais perfeitos dias. Diego os levou diversas vezes para passear, nadar e, na última noite, tinham saído para a praia deserta, nadado nus e feito amor na areia com estrelas e a lua cheia iluminando-os.

Diego era um marido perfeito em todos os sentidos. Preocupava-se com ela e com Samuel, não deixou que nada faltasse a eles e os tratava com extrema gentileza.

Na intimidade da cama ele se mostrava um amante fantástico, a quem ela jamais conseguia resistir, entregando-se apaixonadamente aos desejos dele. Ele tinha o poder de fazer sua pulsação disparar com um simples olhar.

Penélope se comportava como uma viciada, ansiosa por sentir o gosto dele e, quanto mais provava o sabor daquela paixão, mais o desejava. Algumas vezes, enquanto faziam amor, chegava a acreditar que podiam ser felizes por anos.

Uma lágrima rebelde escorregou por sua face.

Adorou a breve lua-de-mel que compartilharam. Mas sabia que entre eles sempre haveria um abismo, causado por tudo que ela não poderia lhe contar.

― Pronta, Penélope? ― Os longos braços de Diego a envolveram, fazendo-a virar-se de frente para ele. ― Ei, o que houve? ― Diego questionou apagando o rastro da lágrima com o polegar.

― Me perguntava se algum dia voltaremos aqui... — murmurou expondo metade do que fervilhava em sua mente.

Diego a olhou com o coração palpitando de satisfação pelo simples uso do "voltaremos", um claro sinal de que ela o queria ao seu lado por mais tempo.

― Claro que vai! ― Beijou-a na ponta do nariz e a conduziu para o carro. ― Se quiser podemos voltar nas férias escolares do Samuel e quantas outras vezes desejar.

― Seria bom... ― afirmou com voz trêmula, sem confiança de que ele cumpriria a palavra, de que teriam oportunidade para cumpri-la.

― Ótimo! Estamos combinados, não é amigão? — Diego perguntou para Samuel que os escutava atento e gritou um empolgado "sim".

Acomodando-se no banco do lado do motorista, Penélope desejou com fervor que a paz daqueles dias não terminasse.

O universo estava contra o seu pedido, pois foi pisar na mansão para o mundo cair sobre sua cabeça.

Desejos ~ O filho secreto do CEO ~ DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora