Pecado

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Sem sono, Diego assistia um filme quanto o som de risadas ecoaram do lado de fora de seu quarto. Consciente da reunião de amigas, que Penélope fazia como despedida de solteiro, presumiu que era ela no corredor, retornando ao próprio quarto.

Como o som não diminuiu e nem se afastou, levantou-se e foi até a porta para saber o que acontecia com ela. Nada o preparou para a visão que teve.

Deitada no chão frio, claramente bêbada, Penélope estava com braços e mãos esticados, o corpo tremendo numa mistura de riso e choro.

Assim que a luz caiu sobre o rosto dela, Penélope cobriu os olhos, protegendo-os por um instante. Ao retirar a mão, com as pálpebras semiabertas, e ainda incomodada pela iluminação, o encarou com uma careta.

E mesmo naquela situação decadente, aquela mulher conseguia ser estonteante. Com a regata azul se aderindo como uma segunda pele aos seios fartos e sensuais, as coxas roliças e as pernas bonitas a mostra pelo short curto, e o cabelo espalhado como um véu em volta de sua cabeça, ela era absolutamente irresistível. Penélope Teixeira era uma mulher muito mais perigosa do que ele jamais imaginou que pudesse ser.

Diego agachou-se ao lado dela, recebendo um sorriso o amplo e doce. Imediatamente, desejou saber se ela contemplava Lucas com essa mesma intensidade. Qualquer homem ficaria lisonjeado por uma mulher olha-lo e sorrir daquela forma.

Ela esticou a mão até o rosto de Diego, os dedos deslizando-a moles pela boca dele, um dedo acariciando seu lábio superior.

— Se tivesse me escutado... tudo seria tão diferente... — ela murmurou baixinho e com voz pastosa. Lágrimas deslizavam velozmente pela face dela. — Ele era tão pequenino... Frágil... Sozinho como eu... Só me restou o senhor Roberto... E esse lamaçal de mentiras...

A testa de Diego enrugou, a mente tentando conectar as frases, achar um sentido nelas.

— Que mentiras? — questionou avaliando-a.

— Sobre o Samuel, sobre o meu menino...

Ficando rígido, perguntou tranquilamente:

— O que tem o Samuel?

Longe de responder sua pergunta, Penélope moveu os olhos para o teto, divagando:

— O pecado foi se apaixonar pelo homem errado... — Ela voltou a encara-lo, o sorriso voltando aos lábios polpudos. — Tão lindo... Eu te amei tanto, tanto...

— Você bebeu além da conta — ele observou friamente, sentindo-se desconfortável pela perturbadora reação de seu próprio corpo, que reagia involuntariamente ao desejo que ela lhe despertava sempre que o fitava daquele jeito íntimo.

A face delicada de Penélope enrubesceu. Diego estava considerando um verdadeiro desafio concentrar a atenção no que ela falava, em vez de imaginar como seria beija-la.

— Um pouco... — ela confessou com grande embaraço. Deu um profundo suspiro, os seios fartos vibrando levemente sob o tecido da regata. — Não costumo beber muito, mas essa era uma ocasião especial... — Mais lágrimas verteram por seus olhos, porque estava ali, bem no fundo de sua consciência, todo o sentimento represado contra o qual lutava há anos. — Deveria ser, né? Despedida de solteiro... Casar... — Passou o dorso das mãos no rosto. — Tenho que ir pro quarto...

Penélope tentou levantar, mas estava muito tonta, viu tudo girar e voltou a cair deitada no chão, rindo alto sem motivo aparente.

Diego olhou para a extensão do corredor, em que a risada de Penélope ecoava no vazio da escuridão. Se ela continuasse com aquele escândalo acordaria seu pai e Samuel.

A ergueu nos braços, decidindo poupar ambos de um constrangimento maior.

Pensou em leva-la até o quarto dela, mas ficava distante do seu, tendo outros dois entre eles, o de seu falecido irmão e o de Samuel. Além disso, queria entender as declarações bêbadas, arrancar dela que mentiras faltava descobrir.

— O que está fazendo? — Penélope perguntou quando passaram pela porta do quarto dele.

— Te levando para uma cama, para que descanse e cure essa bebedeira.

— Nananinanão. Só depois de casar... — Penélope resmungou esfregando o dedo no nariz dele. — Não... Nem depois de casar... — murmurou fazendo um biquinho que atraiu os olhos dele para os lábios dela.

A pousou na cama, do lado em que estivera antes, por estar com o cobertor já afastado. Ajeitou as cobertas em volta dela, que dizia palavras incompreensíveis em voz baixa, a maioria sobre ele ser ousado e querer seduzi-la.

Com aqueles fios espetaculares espalhados no travesseiro, olhos enormes e lábios rosados e sensuais, ela era literalmente a fantasia de qualquer homem. Foi um desafio para Diego, que era conhecido por sua compostura, conseguir concentrar seus pensamentos novamente para longe dela.

— Não deve se embriagar dessa maneira — Diego alertou, sentando ao lado dela, os dedos não resistindo a acariciar os macios fios amarronzados.

Ela piscou, tentando focaliza-los em meio à névoa embaçando sua visão.

— Diego, não devemos nos casar... Vai ser um grande erro... Não somos bons um pro outro.

— Somos bons o suficiente — ele disse acariciando a face ruborizada, argumentando em seguida: — Teremos um casamento tão bom quanto qualquer outro. Até melhor que alguns, pois sabemos o que esperar do outro.

— Não... não somos... — ela insistiu tentando manter os olhos abertos, apesar de sentir as pálpebras pesadas. — Tudo seria tão diferente se tivesse me escutado... Mas você me rejeitou... me deixou sozinha...

— Estou escutando agora, me diz — incentivou, movendo uma mecha para detrás da orelha perfeita dela.

— Não adianta mais... Prometi não contar nada. — Penélope passou o polegar e o indicador na frente da boca, como se passasse um zíper nela. — Pelo Same... pelo meu menino... não conto nada...

— Se é isso o que quer.

— Querer? Quero tanta coisa que não posso... — ela resmungou de olhos fechados, decidindo que era muito esforço lutar contra o peso sobre eles.

O coração de Diego se apertou e, sem pensar muito nos motivos para fazê-lo, perguntou com suavidade:

— O que você quer, Pen?

Ela não respondeu, tinha adormecido pesadamente.

Diego respirou fundo e moveu-se para deitar no outro lado da cama.

Desligou o televisor e tentou dormir, mas sua mente não permitiu. Pensava nas declarações de Penélope, cada uma delas perturbava sua tranquilidade, enchendo-o de recordações que incluíam a mulher deitada ao seu lado. Sendo a pior sobre a ter rejeitado quando ela o procurou no passado.

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