Ostra

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Penélope se encantou com o hall magnífico e a bela mobília antiga que decorava o ambiente conforme seguia Diego. A elegância do quarto era uma amostra do que viu fora dele.

Diferente da mansão, que era opulenta e um tanto sombria com seus móveis, na maioria escuros, e pesadas cortinas; a decoração da casa de praia era suave, em tons de branco, creme e tons de azul, cortinas leves que deixavam a claridade do sol iluminar o lado de dentro.

— Nunca esteve aqui? — Diego perguntou ao reparar o modo que ela observava tudo, soltando ocasionais expressões de encantamento.

— Não. Nunca sai de Cezário... Bem, com exceção de quando ia à capital e o tempo que morei em Rudá — ela se corrigiu, distraída com as peças delicadas no trajeto até a sala de jantar.

Com a menção da cidade vizinha de Cezário, Diego questionou curioso:

— Têm parentes em Rudá?

Penélope assentiu imediatamente tensa.

— A família da minha mãe é de Rudá, mas não somos próximos.

Notando a mudança no humor de Penélope, e lembrando que ela sempre destacava que só tinha Samuel, perguntou:

— Não mantêm contato com eles?

Ela negou.

— Quando minha mãe engravidou de mim, meu avô a expulsou de casa — Penélope contou, o ressentimento vívido pelo tratamento frio e condenatório dos avós para a filha: — Ela os procurou quando seu pai mandou que saíssemos de Cezário, mas ninguém nos recebeu. Tivemos que pedir abrigo na igreja da cidade.

Diego estacou a poucos passos da sala de jantar. Ela fez o mesmo e o encarou confusa com a parada abrupta.

— Tinha entendido que meu pai as levou para uma casa, mantida por ele, para continuar o caso com a sua mãe.

Penélope respirou fundo.

— Isso foi o que te contaram, o que não significa que seja verdade.

— E qual é a verdade?

Olhando para frente, Penélope viu Samuel sentado à mesa, comendo em companhia de uma senhora. Ignorando a pergunta, ela seguiu em frente.

Aborrecido pela falta de confiança, mas não surpreso, Diego encaminhou-se para a mesa. Mentalmente, definiu que tentaria arrancar algo dela em outra oportunidade. Caso não conseguisse, tinha Enrique. O amigo tinha um talento perturbador para futricar a vida alheia.

— Bom dia, Penny! — Samuel cumprimentou quando os dois se aproximaram. Penélope a sua esquerda e Diego à direita. — Bom dia, papai!

— Bom dia, Sami! — Penélope saudou lhe dando um beijo na testa, antes de ocupar a cadeira à esquerda do menino.

— Bom dia! — Diego disse, automaticamente deslizando os dedos pelo cabelo do menino, enquanto se sentava à direita da criança.

— Penny, procurei você quando acordei, mas a Hortência me disse para esperar aqui. Tem tanta comida gostosa! — o menino contou empolgado.

Penélope supôs que Hortência era a mulher, com aparência de mais de quarenta anos, servindo Diego.

— Encontrei o menino perambulando pelos corredores. Imaginei que os senhores necessitavam de mais horas sozinhos, e distrai o menino com histórias das ilhas — a mulher disse sorridente, acabando com a dúvida de Penélope. — O que deseja comer, senhora Freitas?

— Hortência, por favor, me chame de Penélope ou Penny — pediu com gentileza. — O bolo está com uma aparência deliciosa — falou adiantando-se para pegá-lo.

Desejos ~ O filho secreto do CEO ~ DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora