• Presságio

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Estacionei o carro no aeroporto, sentindo meu coração apertado pela despedida.

— Ei - Carina segurou minha mão, buscando conforto em seu toque. - Eu volto logo.

— É, titia - Lucca falou, tentando acalmar meu coração. - A tia Carina vai voltar num piscar de olhos.

— Vocês estão me fazendo parecer dramática demais - revirei os olhos, tentando disfarçar a emoção.

— Não é dramática, só uma pessoa muito apegada a mim - Carina disse, me dando um selinho carinhoso.

— A tia Vic disse que a tia Maya é boiolinha, eu não sei o que é isso - Lucca falou, nos fazendo rir com sua inocência.

— Sua tia é louca, Lucca, não dá atenção para o que ela fala, está bem? - Carina brincou, ainda rindo.

— Lucca - chamei sua atenção. - Agora, feche os olhos que vou beijar sua tia Carina, está bem?

— Vocês beijam demais - ele revirou os olhos, concentrando-se no tablet em suas mãos.

Segurei o rosto de Carina suavemente, iniciando um beijo lento e apaixonado. Ela acariciava meu rosto delicadamente, e paramos o beijo com selinhos carinhosos.

— Ei - ela sussurrou, seus lábios roçando nos meus. - Vai passar rápido, bella.

— Eu sei - respondi, com um sorriso fraco. - Só estava fazendo drama.

— Maya sendo Maya - ela brincou, me beijando novamente com ternura.

— E se você perder o voo? - sugeri, tentando prolongar aquele momento.

— Nada disso! - ela disse, se ajeitando no banco. - Eu tenho que ir, amor.

— Tá bom - falei, tentando esconder minha tristeza sob um sorriso.

— Lucca! Lembra do nosso combinado, está bem? - ela disse, olhando para o garoto. - Seja um bom garoto e cuide da tia da Maya.

— Combinado - ele sorriu, prometendo ser responsável.

— E você - ela olhou para mim, seus olhos transmitindo preocupação. - Vai me mandar mensagens em todo tempo livre, me ligar duas vezes por dia e vai se alimentar direitinho, sem pular refeições.

— Sim, mamãe - brinquei, apertando suas bochechas carinhosamente.

— Estou falando sério, Maya - ela disse, sua expressão séria.

— Eu sei, meu amor, eu sei - respondi, segurando suas mãos. - E seu espião vai te contar tudo do mesmo jeito - acrescentei, tentando arrancar um sorriso dela.

— Vou indo, meus amores. Não me troquem por outra italiana - ela brincou, saindo do carro.

— Tchau, titia - Lucca falou, sua voz suave, mas cheia de carinho.

— Tchau, meu bem. Boa viagem, se cuida - falei, sentindo meu coração se apertar com a despedida.

Enquanto Carina se distanciava, Lucca abriu a janela de trás do carro e gritou com toda a força de sua pequena voz:

— TITIA CARINA, TITIA CARINA! - ela virou-se para olhar para ele, seus olhos se encontrando com os dele. - TI AMO!

Ti amo anch'io, piccolo - ela respondeu, lágrimas nos olhos, fazendo um gesto de coração com as mãos.

Sorri emocionada ao testemunhar a conexão especial entre eles. Quando Lucca fechou a janela, virou-se para mim e disse, com sinceridade:

— Eu também amo você, tia Maya.

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