• Vocês viraram amigas agora?

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Maya

Estávamos escondidas naquela escada, envoltas em risadas e beijos apaixonados. Cada toque era como uma promessa sussurrada de amor eterno, enquanto nossos corpos se entrelaçavam em um abraço ardente.

- O que você pretende fazer com o Lucca durante os seus plantões? - Carina perguntou.

- Meu bem, por que você está falando do Lucca quando minhas mãos estão em você?.

- Bambina, estamos em uma escadaria de hospital. Isso não é apropriado - ela respondeu rindo mas com seus olhos brilhando com desejo

- Ninguém passa por aqui - sussurrei no ouvido dela.

- E como você sabe disso? - ela perguntou curiosos.

- Arizona me contou - respondi.

- Arizona? - ela repetiu, estranhando eu ter chamado a médica pelo primeiro nome. - Vocês viraram amigas agora?

- Não exatamente amigas, mas nos vimos bastante nos últimos dias por causa do Lucca - expliquei.

- Entendi - ela murmurou, sua expressão suavizando.

- Até que essas suas médicas são legais - confessei.

- Eu te disse que você ia gostar delas - ela sorriu para mim.

- Gostar... gostar eu só gosto de você - sussurrei, capturando seus lábios novamente.

O mundo ao nosso redor parecia desaparecer enquanto continuávamos nos perdendo uma na outra. Mas, eventualmente, a realidade nos chamou de volta.

- Bella, vamos voltar? Eu tenho que trabalhar hoje - Carina murmurou, sua voz suave como uma carícia contra minha pele.

- Vamos! - concordei, relutantemente nos separando para nos recompor. - Tenho que passar na estação também.

- Quer jantar mais tarde? Posso cozinhar para vocês - ela ofereceu.

- Eu pensei em levar o Lucca para comer um hambúrguer - falei vendo a expressão do seu rosto mudar.

- Maya! - ela repreendeu. - Lucca acabou de passar por cirurgias. Esse tipo de alimento não é saudável para ele agora.

- A é? - provoquei, um sorriso brincando em meus lábios. - Ainda bem que tenho uma amiga médica para me informar disso.

- Amiga? - ela questionou, seus olhos encontrando os meus.

- Amiga bem colorida - brinquei, dando-lhe um beijo rápido antes de puxá-la para fora das escadas, de volta à realidade do hospital.

Estávamos caminhando pelos corredores do hospital, quando ela voltou a falar.

- Me atualiza sobre a situação do Lucca por esses dias.

- Ele está ótimo, mas a situação em que ele está é uma porcaria - falei com frustração evidente em minha voz.

- Por que? - ela perguntou.

- Entrei em contato com uma assistente social que o Jack me indicou, mas ela disse que não há nada que eu possa fazer no momento - expliquei, minha voz carregada de impotência.

- Como assim? Ela esqueceu do menino num prédio desabando e pegando fogo, além de ter saído do estado e deixado o garoto no hospital - Carina expressou sua incredulidade, seu rosto refletindo a indignação que eu sentia.

- A primeira coisa não podemos provar, e a segunda... aquela velha desgraçada conseguiu me manipular - murmurei com raiva, lembrando-me da astúcia da avó de Lucca.

- Como assim... o papel não é? - ela parou, sua expressão mudando à medida que entendia a artimanha.

- Exatamente, se eu não tivesse assinado aquela porcaria de papel, seria considerado abandono e a assistente social entraria em ação. Mas ela deixou "alguém" responsável pelo garoto. Alguém bem burra - expliquei, minha voz carregada de frustração.

- Não pense assim, Maya. Você só quis o melhor para ele - Carina disse suavemente, sua voz carregada de compreensão e apoio.

- Pois é - respondi.

Maya

Me despedi de Maya e Lucca enquanto acompanhava Addison até o quarto da paciente, e ela logo entrou no assunto Maya.

- E esse negócio entre você e a Bishop é sério? - ela perguntou.

- Parece esquisito eu falar que sim? - perguntei, hesitante - Pelo tempo que a gente se conhece, você sabe.

- Paixão não tem tempo, Carina, e é bem nítido que vocês se gostam muito.

- Sério? - perguntei, surpresa pela observação de Addison.

- É só ver como ela estava esses dias aqui no hospital. E agora, depois de ver você, a expressão dela muda completamente.

- Tenho medo de estarmos indo rápido demais - confessei minhas preocupações.

- Vocês estão indo no ritmo que deve ser - Addison falou com convicção - Olha, Carina, nós passamos recentemente por uma pandemia global que matou milhares de pessoas. Então, eu estou vivendo com o pensamento de que temos que aproveitar tudo que for possível. Se é o que vocês querem no momento e faz bem para as duas, se joga de cabeça - ela sorriu, transmitindo confiança.

- É, você está certa - eu disse - Só estou preocupada com como vai ser se isso for para a mídia. A Maya não é uma pessoa pública.

- Carina, a Bishop entra em prédios pegando fogo. Você acha que ela vai ter medo de um bando de gente na internet? - Addison disse com um sorriso.

- Muito bem, Addie. Se um dia a gente se casar, você vai ser a madrinha - brinquei, agradecendo por sua amizade e apoio.

- Não espero nada diferente - ela respondeu, rindo.

Logo chegamos ao quarto da paciente, que sorriu ao ver a médica.

- Dra. Montgomery - ela cumprimentou com entusiasmo.

- Clarissa - Addison respondeu com um sorriso caloroso - Ansiosa para trazer seus bebês ao mundo? - ela perguntou - Esta é a Dra. DeLuca, e ela vai me auxiliar neste parto.

- CARINA DELUCA?? - Clarissa exclamou, seus olhos se arregalaram de surpresa - Da série "Uma Italiana de Aluguel"? - ela perguntou, ainda incrédula.

- Sou eu mesma, Clarissa. Antes de entrar para o mundo artístico, eu era obstetra. E hoje vou estar com você - eu disse com um sorriso amigável, tentando acalmá-la.

- Isso só pode ser uma pegadinha - ela sorriu nervosa - Onde estão as câmeras? É para uma matéria de TV, não é? - ela perguntou, olhando ao redor em busca de algum sinal de brincadeira.

- Zero pegadinhas, Clarissa - Addison assegurou com um riso gentil.

- Podemos tirar fotos depois? - Clarissa perguntou animada - Minhas amigas não vão acreditar.

- Claro que podemos - eu sorri, apreciando a animação dela - Mas agora, vamos focar nesses bebês. Já sabe os sexos?

- São três meninos - ela falou, sua voz cheia de amor e empolgação - Eu e Tom, meu marido, sempre quisemos uma filha. Tentamos uma vez, veio um menino. Na segunda tentativa, uma menina. E na terceira, pensamos "essa é a última tentativa", e Deus nos mandou mais três meninos.

- Uau, vocês já podem formar um pequeno time - brinquei.

- Esse é o plano - Clarissa riu - Espero que sejam bem talentosos, para pagar todos esses custos.

- Clarissa, estão preparando a sala e logo nos chamarão, está bem? Está tranquila? - Addison perguntou com gentileza, trazendo a conversa de volta ao foco principal.

- Muito tranquila - Clarissa respondeu, respirando fundo para acalmar seus nervos.

- Você está muito saudável, os meninos também, e tem tudo para ser um parto rápido. Logo após, o Dr. Karev e a Dra. Robbins vão cuidar dos seus bebês com muito carinho - Addison disse.


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