• Maria Farda

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— Bella? Ei, bella? - Carina me balançava suavemente na cama.

— Oi, meu amor - acordei, abrindo os olhos.

Che spavento, oh mio Dio - ela disse com a mão no peito.

— O que foi? - perguntei, sentando na cama.

— Eu tô te chamando tem um tempão, você não acordava.

— Eu não estava conseguindo dormir - falei. - Tomei um dos seus remédios.

— Maya!!! - ela falou séria. - Aqueles são remédios controlados que eu tomava pra conseguir dormir depois da morte do Andrea.

— Foi só um - falei. - Precisava muito dormir.

— Eu queria falar com você se a gente pode ir para a Itália na terça? - ela perguntou.

— Terça agora? - perguntei. - Daqui a quatro dias?

— Sim, bambina - ela sorriu. - Tem um evento na sexta para os indicados de uma premiação muito importante, e eu quero estar lá.

— Podemos ir quando você quiser - eu falei. - Você vai estar indicada em alguma categoria?

— Vão anunciar só lá, mas eu acredito que concorra a umas três categorias.

— Que orgulho da minha namorada talentosa - falei, dando um selinho nela.

— Tô ansiosa pra gente ir!! - ela falou, pegando o celular. - Vou confirmar o voo.

— Espera amor - falei, segurando a mão dela. - Você nem me falou sobre o preço da passagem, nem nada.

— Ahhh - ela hesitou. - Meio que não tem passagem.

— Vamos viajar de graça?? - perguntei.

— De avião particular - ela falou.

— Carina... Você sabe o que eu acho disso né?

— Sei! - ela falou. - Mas eu realmente quero fazer isso, é um voo muito longo e quero que você vá confortável, fora que eu moro aqui com você, você faz as compras e tudo e não me deixa pagar nada.

— E nem se juntar tudo isso paga o valor dessa viagem de jatinho - falei.

— Isso não importa, para - ela me beijou.

— Não me compra com beijos - falei sorrindo.

— Posso te comprar com dinheiro também.

— Carina DeLuca - eu fingi estar brava, e ela gargalhou.

— Eu estava brincando, Maya. Eu só quero que a gente tenha uma viagem incrível juntas - ela disse, acariciando meu rosto.

— Eu sei, Carina. Eu só... tenho minhas reservas sobre essa extravagância toda - confessei.

— Entendo, meu amor. Mas às vezes, podemos nos permitir esses luxos, especialmente quando se trata de momentos especiais, e ainda podemos levar o capitão e ele ir tranquilo com a gente - ela disse, olhando nos meus olhos com sinceridade.

— Você sempre encontra uma maneira de me convencer, não é? - falei, rindo.

— Só quando é para o nosso bem - ela piscou, e eu não pude deixar de sorrir.

— Esse evento é na Sicília mesmo? - perguntei, curiosa com os detalhes.

— Não, é em Milão - ela respondeu com um brilho animado nos olhos.

— Você vai e volta no mesmo dia? - indaguei, pensando no tempo que ficaríamos separadas.

— Mas, Maya - ela riu como se fosse óbvio. - Você vai para Milão comigo.

— Vou? - questionei, surpresa e animada com a ideia.

— Só não vai se você não quiser ir - ela assegurou. - Você é minha namorada, sempre vai me acompanhar em tudo.

— Que bom - sorri, sentindo-me especial.

Ficamos ali, curtindo o momento, até que a campainha tocou, interrompendo nosso clima romântico.

— Tá esperando alguém? - perguntou Carina, curiosa.

— Não - respondi, estranhando a situação. - Vamos lá ver.

Alcancei as muletas e segui Carina até a sala, onde abriu a porta e deparamos com Andy. Conhecendo-a, sabia que algo não estava bem.

— Oi - cumprimentou Andy, com a voz baixa.

— Ei, entra - convidei, preocupada. - O que aconteceu?

Ela se sentou no sofá, colocou as mãos no rosto e começando a chorar.

— Eu fiz uma besteira tão grande - desabafou, entre soluços.

— Vou pegar um copo d'água - ofereceu Carina, indo até a cozinha.

— Calma, respira - falei, sentando ao lado dela e segurando sua mão. - Me explica o que aconteceu.

Carina voltou com um copo d'água, que Andy aceitou enquanto tentava se acalmar.

— Ontem no bar do Joe - começou a relatar, respirando fundo. - Nós esticamos muito a noite... Bebemos muito e eu acabei conhecendo um cara e acordei hoje na cama dele.

— Andy, meu Deus... - minha preocupação aumentou. - Mas você estava bêbada e não tá tão bem com o Sullivan.

— O que não justifica - pontuou Carina.

— Sim, não justifica - concordei. - Mas já aconteceu, e você não pode mudar isso. Talvez tenha sido um alerta para você sair dessa relação.

— Eu sei - Andy disse, secando as lágrimas. - Mas não queria que fosse assim.

— Quem é o cara? - Carina perguntou.

— Um policial, Ryan - revelou Andy.

— Mas você é uma Maria Farda mesmo né? - tentei descontraí-la com um sorriso, apesar da seriedade do assunto.

— Mas você é uma Maria Farda mesmo né? - tentei descontraí-la com um sorriso, apesar da seriedade do assunto

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