• Milão

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Carina

Chegamos em Milão no início da manhã de sexta-feira, e a cidade já exalava sua beleza peculiar. Maya e eu estávamos mais do que bem, aproveitando cada segundo dessa viagem juntas. Sentia uma felicidade genuína ao vê-la tão leve e descontraída.

— Graças a Deus - Maya disse, olhando para o celular - Achei que iríamos mudar o fuso de novo.

— Não, bambina - eu sorri.

— Mandei mensagem para Maria - ela falou - Para perguntar do Capitão.

— Maya! - ri - A gente saiu de casa há só duas horas, ele está bem.

— Ele estava tristinho quando a gente saiu.

— Porque você mima ele assim - falei - Isso porque é um cachorro, imagina quando for o nosso bebê.

— Eu vou enrolar ele em plástico bolha - ela disse.

— Tenho certeza que sim - falei.

— Senhorita DeLuca - Antony, meu segurança, apareceu na escada do avião - Tem alguns fãs no desembarque. Tem certeza que quer ir pela saída principal?

— Sim, Antony - falei - Estou muito tempo longe, eles precisam dessa conexão.

— Adoro ver você atendendo seus fãs - Maya disse sorrindo.

Bambina - segurei as mãos dela - Já quero te avisar que aqui em Milão as coisas são um pouquinho diferentes de Seattle.

— Por que? - ela perguntou.

— Aqui é onde eu tenho mais fãs, acho que só perde para o Brasil, então é BASTANTE gente. Pode ser que te assuste um pouquinho.

— Mais que prédios em chamas? - ela disse, inclinando-se para me dar um selinho.

— Acho que não - falei sorrindo e retribuindo o beijo.

Maya e eu caminhávamos em direção ao desembarque do aeroporto, minha mão firmemente entrelaçada na dela, enquanto os seguranças nos cercavam, cuidando das malas.

— Caralho - ela soltou, surpresa ao avistar a multidão que nos aguardava.

— Eu te avisei - sorri, preparada para o burburinho.

Nos aproximamos dos fãs, onde distribuí autógrafos e tirei fotos com a maioria deles. A atenção também se voltava para Maya, que sorria sem parar, com as bochechas coradas de vergonha.

— Ei, cuidado, ela tá machucada - uma fã alertou um garoto que abraçava Maya.

— Tomem cuidado com ela mesmo, viu? - brinquei, recebendo um coro animado de "awnnn".

Os seguranças nos guiaram rapidamente até o carro, escapando da agitação.

— Que loucura - Maya comentou assim que saímos do estacionamento do aeroporto.

— Uma loucura boa ou uma loucura ruim? - perguntei.

— Acho que um meio termo - ela respondeu - Nestes momentos que você está preparada, deve ser ótimo, mas em outros mais privados, não deve ser bom.

— E não é - concordei - Mas tenho uma relação muito boa com meus fãs, e a maioria respeita minha privacidade, sabe o momento certo para tudo.

— Ainda bem que não sou só eu que obedece a tudo que você manda - ela brincou me  arrancando um sorriso.

Maya

Chegamos ao hotel, e ao notar duas ligações perdidas de Callie no meu celular, antecipei a bronca que provavelmente receberia por ter sido vista sem muletas. Enviei uma mensagem com "Eu juro que tô me cuidando", sabendo que ela se preocuparia.

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