• Feliz Natal

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(preparem os lencinhos tá?)

Maya

Estava pronta para encontrar o pessoal do hospital e da estação; hoje era o primeiro Natal que eu estava realmente feliz e empolgada para comemorar. Ter a Carina aqui comigo, o meu cachorro e a esperança de ter o meu Lucca de volta enchiam meu coração.

— Amoooor, vamos! — gritei para Carina, que ainda se maquiava no banheiro.

Calmati bella, sono quasi pronto. — ela respondeu gritando de volta.

— Entendi, Bella, e pronto, já são o suficiente. — falei e ouvi a gargalhada dela.

— Terminei, apressada. — ela disse saindo do banheiro.

— Você tá linda. — sorri, levantando da cama e indo em direção a ela, dando um selinho leve.

— Você tá mais. — ela falou. — Vamos?

— Será que o Capitão não vai ficar assustado com o barulho? — perguntei. — Mas também não quero deixá-lo aqui sozinho.

— Maya, o Capitão é super acostumado com o barulho. — ela disse rindo.

— Tá bom, tá bom. — falei. — Então vamos logo ou vamos chegar só depois da meia-noite lá.

Nós saímos do quarto em direção à sala. Fui pegar o Capitão, enquanto Carina lia alguma mensagem no celular com a sobrancelha franzida.

— Que estranho. — ela falou confusa.

— O que? — perguntei.

— Teddy me mandou mensagem com o contato de alguém oficial do exército, e ele me mandou mensagem dizendo que precisa falar com a gente por ligação. — ela falou, me olhando.

— Será que é alguma notícia do Lucca? — eu perguntei, sentindo um frio na barriga. — Não teria outro motivo para querer falar com a gente na noite de Natal.

— Vou ligar pra ele. — ela falou, discando e colocando o celular no viva-voz.

Sentei no sofá e puxei ela para o meu colo enquanto olhávamos para a tela do aparelho. Assim que atendeu, solicitou uma ligação de vídeo que Carina aceitou. Meu coração batia tão acelerado, mas quando eu vi aquele sorriso que eu tanto amava, achei que iria explodir.

— TITIA MAYA E TITIA CARINA!!! — a voz e o rostinho infantil de Lucca apareceu na tela.

— Lucca! Dio mio. — Carina levou a mão à boca com os olhos já cheios de lágrimas.

— Ei, meu garoto, como você está? — eu perguntei, já sentindo as lágrimas também. — Estamos morrendo de saudades.

— Eu também tô com muitas saudades. — ele falou com uma carinha triste. — Por que vocês estão chorando? Eu não queria deixar vocês tristes.

— Nós estamos chorando de felicidade, amor. — Carina disse. — Felicidade por te ver.

— Igual quando a tia Maya ganhou o Capitão? — ele perguntou, e ela assentiu.

— Ei, Capitão. — chamei o cachorro, que veio até nós. — Olha o seu irmão na ligação.

Virei a câmera para o cachorro, e Lucca deu um grito de felicidade.

— CAPITÃO! Você ainda se lembra de mim, não é? Eu lembro de você todos os dias! Sinto muito a sua falta, cara. — ele disse. — Até de quando você queria ocupar todo o lugar na minha cama.

O cachorro balançava o rabo animado, olhando para a tela.

Piccolo, como você está? — Carina perguntou. — Você precisa de algo?

— Eu tô bem. — ele falou. — Queria mesmo estar com vocês, a Vovó Eleonor não é muito legal, ela quase não fica comigo, mas eu tenho uma babá que eu gosto.

— Que bom, meu amor, que bom. — eu sorri pra ele.

— Nem acreditei quando ela disse que o tio Sam pediu pra eu passar o Natal com ele no quartel, ele disse que tinha uma surpresa, e a surpresa era vocês. — ele disse, sorrindo com os olhinhos brilhando.

— E você esperando um presente né? — falei, rindo.

— Isso foi melhor que qualquer presente — ele disse, sorrindo com os olhinhos brilhando.

Carina soltou um leve soluço e deitou a cabeça no meu ombro.

— Nós achamos a sua cartinha, Lucca — ela disse baixo.

— Não era pra eu esquecer aí - ele disse envergonhado. — Estava com medo de mostrar.

— A nossa resposta é sim — falei, sorrindo para ele. — Nem precisava você pedir, você já é nosso filho.

— É sério? — ele deu um pulo animado. — Eu vou ter as duas mamães mais legais do mundo??

— Vai sim — Carina respondeu.

— A Avó Eleonor diz que eu nunca mais vou ver vocês, pra eu esquecer disso — ele falou triste. — Não é verdade né??

— Não é mesmo! — falei. — Nós estamos fazendo de tudo, de tudo pra ter você de volta! Não vamos desistir de você.

Barulho de fogos e o beep do relógio chamou nossa atenção, e Lucca olhava para os lados.

— Acho que já é Natal — ele falou sorridente.

— Feliz Natal, filho — Carina sorriu para ele.

Eu parei por uns segundos, olhando o brilho nos olhos da minha mulher enquanto ela chamava o pequeno de filho, e eu tive a certeza de que nada no mundo poderia ser melhor que aquilo.

— Feliz Natal, mamãe Carina e mamãe Maya!

— Já fez um pedido pro Papai Noel? — eu perguntei.

— Sim! — ele falou. — Eu pedi pra voltar pra vocês.

— Então eu acho que esse desejo vai se realizar, meu filho — eu sorri. — Logo nossa família vai estar junta novamente.

— E aí, no próximo ano, eu vou pedir um irmão — ele sorriu.

— Você pode pedir o que você quiser — Carina disse sorrindo.

Conversamos com ele por mais alguns minutos até ele ter que desligar. Assim que a ligação foi encerrada, Carina escondeu o rosto no pescoço, chorando com soluços baixos.

— Ele é nosso, meu amor, é nosso — eu abracei ela forte. — Ele vai voltar pra nós.

— Como pode eu estar feliz e triste ao mesmo tempo? — ela falou. — Esse é o melhor Natal da minha vida.

— O nosso primeiro Natal — falei, segurando o rosto dela e selando nossos lábios. — O próximo, nós vamos estar com o nosso menino e o nosso bebê aqui — coloquei a mão na barriga dela.

— Ano que vem já? — ela perguntou sorrindo entre lágrimas.

— Se eu pudesse, fazia um bebê em você agora — eu ri.

— Te amo demais, Maya — ela olhou nos meus olhos.

— Te amo — sorri, grudando nossos lábios.

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