Indiferença

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O novelo da vida se desfia em nós
Que prendem na garganta o grito da revolta
Como êmbolo contido, prestes a explodir
Sob a placidez aparente da repulsa contida.

A indiferença perscruta sob afetos forçados
Naturalizando absurdos, negando a empatia
Desviando o olhar, imerso em fúteis razões
Transbordando em fel, crispando mãos atadas.

O amor recusado, em ressentimento se torna
E a afeição fenece, em desdém e indiferença
Quando o egoísmo se impõe, galhardo e vil
Impondo às gentes o jugo da não-existência.

Eles sempre estiveram ali, você que não os viu
E quando neles tropeçou, a cegueira se desfez em asco
Quebrando pontes, no afã de cavar abismos
Para evitar o desconforto de se ver no outro.

O pão que falta, o teto de nuvens, o chão duro como abrigo
Ou a riqueza acumulada gerando desperdício
Nada disso nos define como maus ou virtuosos
Pois é em tudo que deixaremos de ser que o porvir nos igualará.

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