Nas contradições dos meus sentidos embargados
Cores vibram, em trilhas de odores táteis
Num turbilhão de sensações em vórtex urdidas,
Onde o claro-escuro se rende ao psicodélico.Sob o véu da insanidade se oculta a razão,
Agonizando em deleite na fronteira da percepção
Alucinando em cores, ouvindo sabores
Num conluio mágico entre prazer e emoção.Pelos se eriçam ao tinir do acorde de seu perfume
Paisagens se sucedem ao léu do sabor de sua língua
Sua tez secreta o cheiro de sua súplica
Enquanto perscruto, faminto, o mel de seus recônditos.Sob o ópio dos sentidos, embalamos danças trôpegas,
Em idas e vindas, trazendo volúpia e levando êxtase
Percorrendo universos rumo ao éden
Transcendendo o real, onde o místico viceja.Entregue ao deleite, o real capitula ao onírico
Transmutando em divino a banalidade do fastio
Até que cesse a sinestesia, fruto do encanto
Para então se tornar amor, muito mais do que lembrança.