Um silêncio estranho, acompanhado de uma súbita escuridão preencheu-lhe os sentidos.
E com surpreendente alívio, os pensamentos cessaram, tornando inviável o raciocínio.
Frio, calor, já não distinguia a sensação que o ambiente teimava em impingir em sua tez.
Com uma serenidade sorumbática, pouco se importou em discernir se estava ereto ou em decúbito. Afinal de contas, descobrira agora que o não-sentir podia ser tão compensador quanto o prazer.
Imerso no nada em que se tornara, mal pôde sentir o zíper selando o invólucro negro que o continha.
Afinal de contas, a partir daquele momento, o que ele era já não havia e o que se tornaria, não seria jamais.