A perda

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Addison Montgoemry point of view

Cruzei o quarto extenso, notando o quão silenciosa a casa estava essa manhã, pelo visto, todos já haviam partido para suas obrigações. Antes de seguir para o banheiro, notei certa quantidade de papéis sobre a mesa no canto do quarto, mais especificamente recortes de jornais. Me aproximei e capturei uma delas, pousando meus olhos atentamente sobre as letras expressivas.

"O TRÁGICO FIM DO REINADO SHEPHERD. "

E logo abaixo em letras menores:

"Dois corpos foram encontrados totalmente carbonizados após o incêndio criminoso que destruiu a mansão. Um deles era do magnata do petróleo, Derek Shepherd, e o outro, de sua esposa, Meredith Grey Shepherd."

Após a infeliz tragédia, todos os noticiários informavam para o mundo que o casal Shepherd havia nos deixado em uma morte inesperada e trágica. Lembro-me perfeitamente o quão torturante foi ver aquelas palavras estampadas em todos os jornais naquela manhã, mas nada se comparava à dor que senti ao ter certeza do ocorrido..

Flashback on.

" - Addison... - Ouvi a voz de Callie soar ao fundo em um tom preocupado. - Vamos embora daqui...

"Chamem o restante da equipe, vamos entrar na casa!"

"Tem risco de desabamento? "

" Sim, mas precisamos retirar os corpos. "

Depois de desabar em um choro desesperado e agonizante, eu havia entrado em estado de choque, uma espécie de paralisação total de meu corpo, exceto por minha mente. As labaredas de fogo não estavam vibrantes como quando cheguei, agora tudo ali era cinza. Apenas cinzas.

- Eu preciso ir para o hospital, Cristina ainda não acordou. Eu quero estar ao lado dela quando acordar. - Teddy murmurou com os olhos marejados em minha direção.

Fitei o rosto da mulher, sem expressar qualquer emoção aparente. Teddy tinha um semblante arrasado, triste. Eu sabia que ela estava se mantendo forte o suficiente, por mim, e principalmente por Cristina, que agora se encontrava internada em um hospital após ter recebido a notícia que sua irmã não havia conseguido sair da casa incendiada.

- Eu sinto muito. - Ela respirou fundo e segurou minha mão por alguns instantes. - Estamos aqui com você.

Encarei sua mão, que repousava sobre a minha em um sinal de compaixão e solidariedade por minha dor.

- Cuide de Cristina. - Foram as únicas palavras que deixaram minha boca. - Ela precisa de você.

A agente assentiu enquanto limpava as lágrimas que desciam por sua face. Ela respirou fundo, como se tomasse forças para sair daquele lugar.

- Você não precisa ficar, eu posso cuidar disso. - Minha melhor amiga afirmou, tocando em meus ombros suavemente.

- Não, eu vou ficar. Vou esperar pelos bombeiros.- Retruquei secamente.

- Eu cuido disso, conheço alguns, e...

- Eu quero ter certeza. - Interrompi, puxando o fôlego com certa dificuldade, antes de me levantar.

Encarei os homens totalmente equipados que se dirigiam para a entrada da mansão.

- Addison... - Callie murmurou em um tom receoso. Virei em sua direção, tentando controlar as lágrimas teimosas que preenchiam meus olhos.

- Não faz isso com você... - Ela quase suplicou. - Não se machuque assim.

- Ela pode estar viva, Calie. Eu sinto, ela não morreu.

XEQUE-MATE | MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora