Corte de Amor & Magia

Capítulo 12 - Azriel (Parte 1)

Filho. Eles estavam esperando um menino. Isso era fantástico, para se dizer o mínimo. Um bebê era raro entre os feéricos, assim como a parceria. Casais poderiam ficar quase uma década tentando engravidar ou até mais. Por isso, as crianças são tão protegidas e amadas. E tenho certeza que aquele menino que Feyre está carregando será muito amado por nós e terá uma infância maravilhosa, diferentemente da que tivemos.

Já tinha algumas horas que havíamos chegado a Casa do Vento e agora parecia ser a vez das estrelas e da lua dominarem Prythian. Assim que chegamos, fui para o meu quarto com Lizzie, onde, muito alegremente, a deixei cortar o meu cabelo. Enquanto ela o fazia, nós conversávamos. Em um certo momento, Lizzie me contou algo da sua cultura que me deixou meio perdido.

Segundo ela, as fêmeas só poderiam cortar os seus cabelos quando ocorresse algo muito importante, como a primeira menstruação, o casamento, o nascimento de filhos e a passagem de jovem para mentora. Para Lizzie, cortar o cabelo é um significado de começo de fase e transformação. Confesso que achei isso meio sem sentido, mas pelo jeito que ela dizia, coberta por orgulho e alegria, decidi não refutá-la. Parece que Honey vai ter que continuar aguentando aqueles longos cachos por um bom tempo.

Depois disso, Lizzie se sentou no meu colo, deixando com que eu fizesse algumas carícias nela, contudo, nada que levasse ao sexo. Eu estava cansado demais para isso. Então, fomos nos sentar na cama e conversar um pouco. Gosto das nossas conversar e gosto daquela sua risada escandalosa que sempre me arranca um sorriso apaixonado.

- Estou feliz por Rhys e Feyre - Lizzie falou, apoiando a sua taça de vinho na cabeceira. 

Fui eu quem fiz o jantar, como prometi. Estava tão feliz que fiz um prato que vi uma vez a minha mãe fazer para mim. Eu não passava muito tempo com ela e aquela tinha sido a primeira e última vez que ela havia cozinhado. Acho que gostei muito, não pelo fato dela cozinhar bem, mas por ter sido a primeira refeição fresca que eu tinha comido. Até então, eu me alimentava de pão mofado e água suja.

Não era nada muito sofisticado, apenas frango, beterraba e cenoura. Nós três jantamos na mesa e, pela fome de Honey e Lizzie, fiquei até feliz de ter cozinhado, ao invés de ter pedido um prato de comida para a Casa. Era assim que Lizzie se sentia? Cassian e Nestha não deram as caras por motivos muito óbvios. Aqueles dois precisavam se resolver, porque já estava ficando maçante essa briguinha infantil. 

Logo, Honey foi para o seu quarto se arrumar para dormir, se despedindo de nós. Então, nós também fomos para o nosso quarto, depois de Lizzie, com um único movimento do seu indicador, mandar a louça se lavar e se guardar sozinha. Para a minha surpresa, assim que abri a porta do nosso cômodo, notei que as velas estavam acesas e, na cabeceira do meu lado, tinha uma garrafa de vinho, duas taças de vidro e uma tábua de madeira com uva, queijo fresco e pão.

Lizzie me perguntou se eu tinha feito aquilo, mas respondi que não. Ela riu, desamarrando o vestido e, enquanto o tirava, foi para perto do armário, pegando a sua camisola branca e a vestindo. Parecia que a Casa queria nos agradar. Em poucos minutos, todas as jóias e adereços haviam sumido. Também aproveitei para tirar as botas e a armadura, ficando somente com as minhas calças.

Como sendo uma "sobremesa", nós nos deliciávamos com o vinho e continuávamos a conversar. Eu estava deitado horizontalmente no colchão, apoiando meu cotovelo ali para manter a minha cabeça levantada. Minhas asas estavam esparramadas pela base da cama e caiam no chão. Na mão livre, eu segurava a minha taça vazia. Ao mesmo tempo em que Lizzie estava sentada, com as pernas cruzadas, no meu lado da cama e próxima a mesinha de cabeceira.

- Eu sinto que você quer dizer um mas... - brinquei sussurrando, meio bêbado e incrivelmente feliz. 

- Mas... - ela começou, fazendo um sorriso se alargar nos meus lábios úmidos por causa do queijo. Lizzie pegou uma fatia do pão e o colocou na boca, continuando - Sinto que eles vão sofrer um pouco com esse menino.